Tuesday, September 30, 2008

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 51


É isso aí companheiro

Jorge e seus colegas estavam reunidos no grande pátio da Universidade (UFCP) para ouvir o candidato a Presidente. Este falou por algum tempo e, depois das palmas, as pessoas ficaram por ali, em pequenos grupos, a trocarem idéias. Subitamente ele, o candidato, chamou Jorge e disse que quem estava atrapalhando as coisas era o Porgullo e o Ricardo. Mas ele tinha planos para ajudar a Universidade. Faria isso e aquilo e aquilo e mais aquilo. Construiria alguma coisa sobre aquele terreno que ficaria duro como cimento. Nisso ele bateu sobre um bloco de cimento que estava por ali, toque, toque, para mostrar como ia ficar a obra. Agora ele queria que Jorge se encarregasse de por o plano pra funcionar. Jorge não lembra o que respondeu ao candidato, mas o fato é que este chegou até ao professor e deu-lhe um grande abraço dizendo: - Agora vai, companheiro! Jorge achou que essa seria uma grande oportunidade para se ocupar quando chegasse sua próxima aposentadoria, sem ter de ir embora para o Maranhão. Nisso chegam o Ricardo e o Porgullo querendo saber quais seriam os planos do candidato. Sabe lá se eles também não pegavam uma boquinha?

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Monday, September 29, 2008

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 95


A casa amarela

Sonhei que estava em uma casa que eu não sei a quem pertencia no meio da mata que eu não conseguia identificar. Era uma casa enorme, acho que tinha dois pavimentos, não tenho certeza, e era pintada de um amarelo furta-cor. Havia pessoas, acho que muitas, ou eram poucas, mas dispersas e muito estranhas, um menino, talvez um rapazinho, ou seria uma menininha? Um pouco mais tarde ou muitas horas depois vieram outras pessoas a procura de alguém e se indicava que esse alguém estaria em um local mais ou menos afastado. Foi-se procurar essa pessoa e de longe se via a tal casa de dois pavimentos, enorme, amarela e estranha, mas quando se chegava perto não havia mais casa.

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Saturday, September 27, 2008

POEMAS BARRETO/XAVIER 41


RAIMUNDO MAURO OLIVEIRA FILHO, Maurinho (1949-1980), é o representante da quarta geração dos poetas Xavier/Barreto.

SONETO DO ESQUECIMENTO

É só o amor a chama da tristeza
E da tristeza a dor da solidão;
É só da paz que se chega à beleza,
É só da grande ausente o meu perdão.

É só do peito um soluçar constante
É só da vida um esperar jamais;
É só um alguém que alguém grita distante,
É só distância, ausência e nada mais.

É só brancura uma angústia invisível
É só momento uma ilusão imóvel,
Sendo com a luta que se ganha o Tempo.

Depois de tudo nada mais se espera:
É só lembrança que o vento carrega
É só saudade. É só esquecimento...

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Friday, September 26, 2008

VISTAS DA GRANJA 63





SERIE VISTAS DA GRANJA - ABANDONO E DESTRUIÇÃO 3

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Wednesday, September 24, 2008

O Povo da Malhadinha/O Povo da Granja 67


O coquinho de macaco

A cidade era conhecida por ter tido por muito tempo um desenvolvimento econômico e intelectual extraordinário. O povo se dedicava com toda sua alma a um ou mais ofícios e também alguma arte, como música, poesia, prosa, teatro em todas as combinações. Habitantes das cidades vizinhas e viajantes ocasionais se perguntavam por que era assim. Ninguém tinha a menor idéia do que os fazia diferente. Contam, no entanto, antigos moradores que havia uma palmeira, hoje extinta, nos arredores e só nos arredores da cidade, que produzia um coquinho que parece tinha o dom de promover essa diferença de comportamento. Esse coquinho, o fruto da palmeira Copernicia macaca, classificada por Martius, continha em seu embrião uma espécie de massa cinzenta e muito óleo. Adicionalmente, cientistas na Alemanha mostraram que nessa massa havia estruturas semelhantes a neurônios animais. A princípio os coquinhos foram consumidos pelo povo da cidade e, parece lhe moldaram suas características intelectuais. Com a sucessão dos anos, e apesar de seus habitantes de características intelectualizadas, passou a dominar a cidade um oligarca que montou uma fábrica para a produção de velas usando o óleo do coquinho. O resultado é que em pouco tempo os últimos exemplares da palmeira milagrosa foram destruídos. O resultado final é que a cidade e seu povo reverteram ao seu estado de letargia inicial.

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Tuesday, September 23, 2008

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 50


Bloco de Granito

Ella gostava de fazer novas experiências de como levar seus escolhidos para a viagem. Dessa vez escolheu um desses caminhões que carregam blocos de granito das pedreiras da Zona Norte, ali por Irauçuba, para a capital, para a Fábrica de Granito. Ella resolveu subir no caminhão e encostar-se à enorme pedra cúbica de cerca de seis toneladas e esperar o momento adequado para concretizar a experiência. Em toda curva que fazia o caminhão Ella empurrava o bloco um pouquinho mais para a extremidade da carroceria que não tinha nenhuma borda de proteção. Quando chegou a altura do Bar do Seu Caetano, bem mesmo na curva, Ella viu um bicicleteiro pedalando no mesmo sentido do caminhão e carregando, parece que sua mulher e mais dois meninos. Ella só fez empurrar o bloco com um pé para a imensa pedra cair sobre a família do Raimundinho. Ella viu que sua experiência dera certo e ficou satisfeita por levar quatro de uma só vez.

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Sunday, September 21, 2008

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 94


Xeretando na Beira Rio

O rapaz caminhava pelo calçadão da avenida que margeava o rio, ou melhor dizendo a Avenida Beira Rio local. Logo a sua frente ia um grupo de senhorinhas da cidade e do qual ele queria se aproximar para ver se conseguia ouvir o que diziam. Na verdade ele queria era xeretar mesmo para, talvez descobrir algum segredo até agora bem guardado. Ele apressou o passo e dentro em pouco teve que controlá-lo, pois do contrário ultrapassaria as meninas. Ele apurou o ouvido e conseguiu captar:

- Aí ele diche...
- Aí ela diche...
- Ai ele diche...
- Aí ela diche...

O rapaz apressou o passou, pois de outra maneira perderia o café da pensão.

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Friday, September 19, 2008

POEMAS BARRETO/XAVIER 40


LÍVIO BARRETO (1870 - 1895)

NOTURNO


Por estas horas da noite,
Lentas e misteriosas,
Quando dos ventos o açoite
Arranca um frêmito às rosas,

E, pensativas, as almas
Se elevam, calmas, piedosas,
Ao sonho, piedosas, calmas,

Do crisol das fantasias
Sobem átomos risonhos:
As pombas das utopias,
As andorinhas dos sonhos.

Amor! Amor! Se despertas
Doiram-se os cimos medonhos
Das penedias desertas.

Velhos amores murmuram
Dentro do meu coração;
São almas presas, procuram
Ao luar a redenção.

E vão (constância que admiro!)
Do sonho à recordação
E da saudade ao suspiro.

Deus a suprema coragem
Uniu à suprema dor:
Dá-me heroísmo a sua imagem
Mas, mata-me o seu amor.

E a alma de luta em luta
Morre de horror em horror
E de cicuta em cicuta.

Velhos amores! Estrela
Das brumas do meu passado!
Brilha na sombra o olhar d´ela
Tão nobre... mas tão magoado!

Cobrem nuvens a amplidão,
Chora o mar desesperado...
Silêncio, meu coração!

-94-

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Thursday, September 18, 2008

VISTAS DA GRANJA 62




VISTAS DA GRANJA - SÉRIE ABANDONO E DESTRUIÇÃO 2

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Wednesday, September 17, 2008

O Povo da Malhadinha/O Povo da Granja 66


Cachimbo fedorento

O Presidente convocou o polímata para fazer uma viagem de circunavegação da província. Ele teria de, ao final da expedição apresentar um Relatório substancioso sobre as riquezas, comércio, agricultura e indústria e os costumes e usos do povo da província. Além da publicação sob a forma de livro desse relatório ele receberia uma gorda soma que lhe daria para viver alguns anos sem preocupações demasiadas. Aceita a tarefa e após alguns meses de seu início ele desembarca naquela cidade do norte, famosa por seus poetas. Em certa parte do relatório ele diz sobre esse burgo “(...) está cheio de cachorros sardentos e porcos que fuçam a lama acumulada nas ruas.” Ele diz também não ter encontrado nenhum homem ou mulher que fumasse um cachimbo decente, de madeira, todos fumam um horrível cachimbo de barro, que deixa um fedorento odor quando está sendo usado. O cemitério da cidade, então, era uma lástima, pois os túmulos estavam todos caindo aos pedaços e os cachorros vagueiam por entre eles. Ele também soube que a aula de latim, de responsabilidade de seu amigo Agapeto, havia sido transferida para outra cidade, pois por três anos não apareciam alunos. Enfim, Arlindo Batista, o polímata, nada encontrou na cidade que o agradasse. Na verdade ele encontrou, pois viu alguma coisa que o deixou extasiado: à beira do rio, ele enfim viu “a ponte, esse colosso de ferro, talvez a mais bonita do nosso Império.” Se aparecesse hoje ele notaria que nem a ponte de ferro, orgulho do povo local, escaparia de suas observações ácidas.

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Tuesday, September 16, 2008

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 49


Violação de túmulo

Estavam ele e seu chefe Quintchura no cemitério, à noite, e se preparavam com pás e picaretas para desenterrar o cadáver de uma pessoa conhecida, morta havia poucos dias. Parecia ser uma simples operação mecânica, mas nenhum deles sabia o que fariam com o cadáver depois que o retirassem da cova. Após cavarem e atingirem o caixão de madeira descobrem que o que estava sendo desenterrado era um espectrofotômetro bem antigo, um Beckman DU, talvez da década de quarenta. O aparelho estava todo enferrujado e envolto por uma espécie de chorume. O Quintchura abandonou a empreitada e foi para casa, pois teria de levar o filho mais novo ao circo. O discípulo, ele mesmo, sem sombra de dúvida, deixou a cova aberta e o espectrofotômetro ao ar livre e foi de ônibus para a casa da namorada.

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Sunday, September 14, 2008

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 93


Professor de Ictiologia do Colégio Padrão

O moço era filho de um correligionário do Sertão e precisava urgentemente de um emprego. Levado ao Oligarca este decide nomeá-lo professor de Ictiologia do Colégio Padrão. O moço olha para o velho político e diz:

- Coronel eu não posso aceitar esse lugar. Eu nem sei o que é Ictiologia...
- Não se incomode não, moço! Ninguém, por aqui, sabe o que é isso. Pode ir e falar com o Dr. Pinto que ele lhe dá posse.

O moço do Sertão após ter tomado posse da Cátedra de Ictiologia e depois de ter lido alguns livros, como Historia Naturalis Brasilae de Markgraf, Historia Piscium de John Ray, começou a dar aulas. Após ter dado três aulas ele foi demitido, pois os alunos reclamaram ao Dr. Pinto que ele havia afirmado em classe que “as baleias desovam no Oceano Índico”.

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Friday, September 12, 2008

POEMAS BARRETO/XAVIER 39


LÍVIO BARRETO (1870 - 1895)

OS CRAVOS BRANCOS

Cravos brancos, cravos brancos como o leite,
Que as noivas levam para a Igreja ao ir casar,
Cravos da côr das escumilhas do corpete,
Brancos de espumas atiradas pelo mar.

Cravos brancos invejado pelos goivos,
Cravos brancos que de brancos dão vertigens;
Cravos que são como hálitos de noivos,
Beijos de noivos embaciando mãos de virgens!

Cravos brancos, cravos brancos, lágrimas d´anjo,
Cravos de Maio cor de leite de noivado;
Cravos de luar que sorri como um arcanjo
A meditar no seu castelo enamorado.

Ó cravos brancos! Brancas flores misteriosas,
Seios ireis agasalhar com vossas neves,
Seios macios como pétalas de rosas,
De carne rija, sangue quente e curvas breves.

Flores dormentes de volúpia e de desejos,
Sempre a sonhar presas aos seios das donzelas,
Amarrotadas pelo fogo de seus beijos
E sempre brancas, sempre puras, sempre belas!

Flores que as noivas levam presas na caçoula
Das mãos de arminho, cravos brancos, para o altar,
Para, ao voltar com as faces de papoula,
Dá-los às virgens para logo irem casar.

Cravos brancos como as mãos da minha amada,
Quando eu descer à terra fria, num caixão,
Desabrochai, brancos soluços d´alvorada,
Ó cravos brancos que plantei no coração.

Março - 93 (Poema dedicado a Waldemiro Cavalcante)

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VISTAS DA GRANJA 61




VISTAS RECENTES DA GRANJA - SÉRIE ABANDONO E DESTRUIÇÃO 1

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Wednesday, September 10, 2008

CADERNOS DO INSTITUTO JOSÉ XAVIER


Ignácio Xavier & Cia.


Será lançado no próximo sábado 13 de setembro o livro Ignácio Xavier & Cia. de autoria de José Xavier Filho e que faz parte da coleção Cadernos do Instituto José Xavier (Granja, Ceará). A obra trata de aspectos da vida e do trabalho desse comerciante que teve um papel importante no desenvolvimento da cidade de Granja até o fim da Primeira Guerra Mundial. O livro estará a vemda na sede do IJX e em livrarias de Fortaleza, ao preço de R$ 20,00.

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O Povo da Malhadinha/O Povo da Granja 65


João Danado, o briguento

Sabendo que seu pai, o briguento João Danado, havia deixado de pagar a pensão à sua mãe depois que havia separado desta, o moço corajoso foi procurar o velho na sua fazenda. Logo que viu o filho aproximar-se, João Danado que já tinha ouvido as conversas sobre suas intenções, gritou para ele:

- Cabra não chegue perto que você morre!

O filho não lhe deu atenção e continuou. Logo se ouviu um tiro de bacamarte e o moço caiu no chão banhado em sangue. O Danado chegou perto e, com mais dois capangas, tentaram terminar o serviço o que conseguiram sem antes o moço ter puxado de uma enorme peixeira e trespassado o coração do pai.

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Tuesday, September 09, 2008

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 48


Academia de Retórica

Logo cedo o Reginaldo chegava ao cafezinho e lá encontrava o João tomando o seu. Ambos eram professores na Faculdade e o mais velho gostava de contar vantagens que, sempre se desfaziam como pó. O forte dele era o diálogo e iniciava o papo com declarações enfáticas e peremptórias:

R - Olha João, esse Obama é um sujeito que não merece confiança, pois sua origem não o habilita a comandar “o grande país do norte!”.
J - Que história é essa rapaz? O que é que tem a origem do homem?
R - Você não vê que ele aparenta uma coisa e parece ser outra?
J - Não. Eu acho que ele é um sujeito que tem controle do que diz.
R - É, pode ser. Mas, parece que ele não é unanimidade entre os próprios democratas...
J - Bom, pode ser, mas ele é senador e não apareceu nada que o desabonasse durante a campanha recente.
R - É pode ser...
J - Você vai ver Reginaldo, ele vai eleito e vai ser um grande presidente.
R - É. Talvez ele até chegue a se equiparar a Abraham Lincoln...
J - Escuta, a campainha para as aulas já está tocando, vamos.

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Sunday, September 07, 2008

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 92


Ella quer o endereço da gente
She wants our address

O Zé foi ao velório do velho amigo lá na Rua do Azevedo. Ele não gostava de velório, mas quem é que gosta? Talvez a velhinha que lhe seguia na fila para assinar a lista de comparecimento ou presença, como é que se chama aquele papel onde as pessoas devem por seu nome, não a assinatura, pois se for um garrancho ninguém da família do morto vai saber que você esteve presente. Quando a velhinha viu que ele não havia posto seu, dele, endereço chamou-lhe a atenção:

- Escuta meu filho estou vendo que você colocou somente o seu nome, falta o endereço. Você não vai colocar onde você mora?

O Zé responde: - Não tia. Se eu escrever meu endereço vai ficar muito mais fácil d´Ella me achar.

A velhinha olha para ele, balança a cabeça para os lados, faz o sinal da cruz e sai dali às pressas sem ao menos ter escrito seu nome quanto mais seu endereço.

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Saturday, September 06, 2008

POEMAS BARRETO/XAVIER 38


INÁCIO XAVIER FILHO (1921-1999)

O BRINQUEDO

Ele: Você parece um brinquedo precioso
Que se tem na infância...
Eu tive muitos...

Ela: Brinque comigo, meu amante,
Pra afastar a mágoa desta vida...
Me tire da caixa de brinquedos
Que é este mundo,
Onde eu vivo soterrada...

Ele: Querida inocente! Os brinquedos
Se espatifam ou ficam velhos
Durante a brincadeira...

Ela: Não tem importância.
Aprenda a consertar ou polir
Brinquedos partidos ou usados...
Quero sentir as mãos deste menino
Travesso, no meu corpo,
E beijar-lhe a boca, agradecida!

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Friday, September 05, 2008

VISTAS DA GRANJA 60






Carnaúba antiga riqueza da Granja



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Thursday, September 04, 2008

O Povo da Malhadinha/O Povo da Granja 64


Raimundo do Espírito Santo – 6

O Chico na espreguiçadeira


O velho Raimundo foi até a cidade na sua carruagem que mais parecia uma lapinha de tão enfeitada que era. Ele ia visitar o seu neto Inaço que ainda era quase um menino e já tava ganhando muito dinheiro; dizem até que ele emprestava dinheiro a juro e comprava muito ouro, ninguém sabe o que ele ia fazer com tudo isso. O que ele ia fazer era reclamar do neto por causa do emprego que ele havia dado ao Chico, o filho dele com a Vicentina, e do qual os dois não gostavam. Parece que o Chico tinha de ficar o dia todo sentado numa espreguiçadeira lendo o jornal para ver se tinha alguma notícia sobre o Inaço.

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Wednesday, September 03, 2008

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 48


Culto a Benjamin Franklin

Como ele gostava de dinheiro! O Ray não gostava de gastar dinheiro. Ele amava as cédulas verdinhas, novas de dólares americanos. Ele as tinha em casa aos milhares, de todas as denominações, mas as de US$ 100, com a efígie de Benjamin Franklin era as de que mais gostava. O Ray tinha um cofre em casa, bem seguro. Todos os sábados, depois do almoço frugal, ele se punha ao lado do cofre e retirava suas notas de cem dólares e cuidava delas. Ele havia comprado um par de luvas de seda, uma escova especial, e mais outros apetrechos e com isso ele fazia uma limpeza em todas as suas notas. Ele dizia para seu filho que as notas adquiriam um pozinho que as faziam perder o valor. Sua mulher não acreditava nessa história e morria de raiva.

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Tuesday, September 02, 2008

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 47


O jardim da Precabura

Fontoura estava visitando um amigo lá pros lados da Lagoa da Precabura. A casa em que o Hermógenes morava com a família já servira de residência a eles, os Fontoura, em tempos passados. Ele havia entrado pelo jardim da bonita casa olhando para as plantas quando começam a chegar a casa pessoas conhecidas, mas não sem antes lançarem um olhar desconfiado para ele. Após algum tempo essas mesmas pessoas saem e o acusam de estar roubando as plantas. Logo depois aparece um policial, põe-lhe algemas e leva o Fontoura para o distrito onde o delegado começa a fazer-lhe perguntas estranhas e o acusa de estar roubando as plantas do jardim do Hermógenes. Ao final do interrogatório o Fontoura fica preso em uma cela com mais uns seis bandidos perigosos.

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Monday, September 01, 2008

HISTÓRIAS DAS TERÇAS 37


COMPLEXO AEREORODOHIDROFERROVIARIO DE ESTRELA.

Este era o nome dado ao projeto aprovado pelo governo para ser instalado na cidade. O custo nem foi avaliado, pois como as benesses deveriam ser distribuídas para muitos cabos eleitorais o governo não queria torná-lo público. Talvez só quando chegasse ao Tribunal de Contas. O grande problema encontrado logo no início foi fazer uma placa com esse enorme nome, além das demais indicações de quem patrocinava a grande obra. Os engenheiros do Serviço de Estética resolveram construir uma coluna de grandes proporções às margens do Rio, fazendo par com as enormes velas acesas na administração passada. A coluna foi feita em mármore vinda de Carrara, um lugar na Itália onde se produz essas coisas. A gravação das palavras foi feita por um artista local, especialmente contratado a peso de ouro. O Serviço de Estética o enviou a Roma para estudar a Coluna de Trajano a fim de se inspirar para gravar as frases e muitas cenas tiradas do quotidiano da cidade. Ficou uma beleza e está à espera da inauguração, assim que passarem as eleições.

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