Thursday, August 28, 2014

UM SER ESTRANHO

Era um ser estranho.  Usava calça clara de sarja,  camisa cor de vinho rosé,  sandálias de couro cru, e meias pretas. Tudo isso vestindo um corpo franzino, encimado por um chapéu tipo Panamá com uma fitinha vermelha. Usava óculos de aviador da Segunda Guerra. Muitas vezes portava bengala, sem ter necessidade de uma. Nos shoppings era conhecido  das atendentes dos cafés e lojas de roupas e sapatarias. Vivia nas livrarias e quando saia de uma delas, portando um indefectível  livro, os  atendentes - não se chamam mais caixeiros - olhavam para ele desconfiados. Estaria levando algum livro sem pagar? Ele olhava de um lado para o outro esperando ser abordado. Saia com um passo apressado, entrava no café ao lado e pedia um macchiato. 

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Monday, August 25, 2014

RAIMUNDINHO E A CASCA DE BANANA - HISTORIETAS DE SEGUNDA- FEIRA 385

Diz o Raimundim excitado:


- Seu Pedo eu ia na Rua Velha quando vi uma mota que vinha
de frente e queria desviar do carro Fit pequeno e de uma  Escana e aí obrigou eu a pular pra calçada da Casa Grande. Caí em cima duma casca de banana curuda e bati as costelas no mei fii. Depois de dar uns grito de dor e de ninguém olhar pra mim atender vi o chofer
do carro pequeno fugir e o da Escana continuar pra rua do Mercado. Logo apareceu uma viatura da PR  que ficou atrevessada
na rua em frente da Escana. Os guarda saltaro para intimar o paraiba chofer da Escana.  Ele desceu das alturas e encarou os guarda
dizendo que eles arribassem, pois nada tinha acontecido; ele ainda teve a caridade de dar cem reais pros dois. Para o motoqueiro ele ainda mandou consertar o pneu furado. Agora pra mim não deu nada e eu to com as costas doendo desde onte onte que foi o dia da batida. 

Seu Pedo disse: 
- História grande Raimundim. Toma vinte reais e vai logo comprar
um remédio pras costas! 


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Thursday, August 21, 2014

PRIMEIRA AULA DE FACEBOOK

Seu Manuel queria aprender a mexer no "face". Daí alguém indicou ao velhinho um curso de Facebook nas Faculdades Reunidas, la no fim da Santos Dumont. Ele pediu informações e a mocinha que o atendeu, pois só podia ser uma, disse para aparecer na segunda-feira e dai começavam as aulas. As aulas, cinco ao todo, custavam 500 reais. Ele seria bem vindo.
-Ta certo. Na segunda-feira ele foi e logo encontrou a sala. O professor era um rapazinho metido a sabido que distribuiu folhas de papel com o teor da primeira aula. Estava escrito:

PRIMEIRA AULA.

-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!
-kkkkkkkkkkkkkkkkkk!
-KKKKKKKK...
-Parabéns!!!!
-Hummmmmmm
-nã! kkkk
-LOL
-Amei mt!!!!!!!
-Lindos!!!
-Lindas!!!
-Lindooooooooooossssss!!!
-Lindaaaaaaaaaassss!!!
-Kkkkkkkknkn
-...hehehe
-Bom diiiiaaaaa...
-Hahaha...
-Vooooooooooooooooolta meu amor...
-CHOOOOOOOOOORA
- HUMMMMMMMMMMMMMMMMM
UHSAAHUHAUAHUAUHAHAUHUHUSHSAUHSAUAHSAUHASUSHUAHUH
SAUAHSUASHAUHSAAHUSAHAUHSUSAHASUHAUHASUHAUSAHUAHU
SAHAUHAUAHAUSHSAUHUSAHSAUHSAUHSAUSAHUSAHSAU
-ownnnnnnnnnnnnnnnnnn
-aaaaaaaaaa!
-eeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiihhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
-HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!

FIM DA PRIMEIRA AULA.

-Ja leu Seu Manuel? Agora é só começar  usar na sua página!

-Tá certo, menino!

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Monday, August 18, 2014

REUNIÃO NO BOTECO DO NUNES - HISTORIETAS DE SEGUNDA- FEIRA 384


Eles  se reuniam no boteco do Nunes, numa travessa da Figueiredo Magalhães, perto da praia. Tomavam cerveja enquanto discutiam algumas ideias. A última delas era explodir alguns pilares da  linha 8 do metro. 
- Explodir pra que? Pergunta um.
- Ora, pra causar confusão, ma, dizia o cabeça chata. 
- Depois de feita a coisa a gente sai correndo pra se esconder. 
- Na certa alguém da turma vai ser preso e vai jogar a culpa na oposição. 
- Oposição a que, ma? 
- Podia denunciar logo alguém pra ser metido em cana. 
- Só que esse ai pode ser da nossa tchurma que vai devolver a  acusação dizendo que outro camarada da oposição original era participante.

- Eita, ma! Vocês gostam mesmo de confundir a gente! Merda!

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Thursday, August 14, 2014

O CARRO NOVO DO TOINHO


-Oi Mãe!
-Só agora Rosinete?  Isso é  la hora menina!? Onde tu tava criatura?
-Eu tarra dando uma volta com o Toim. Era pra mim mostrar o carro novo.
-E é preciso demorar tanto?
-Nóis demo uma volta pela Praia do Futuro e pela Bera Mar...

-E o carro Rosinete?
-Mãe o carro é lindo mermo! Tem até roda de liga de magnésio!
-Menina, o magnésio que eu conheço é o das pastilhas de magnésia bisurada.
-Mãe tu não entende de nada...

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Monday, August 11, 2014

BR X US OU US X BR - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 383




-Eita! Agora é que são elas! Os US vão imitar o BR!
-Por quê?
-Lembra aquela fábula antiga?
-Qual?
-Aquela sobre uma guerra entre Pyndorama e US. Se  estes ganhassem Pyndorama continuaria a ser colonizada por eles e estaria tudo bem, o Império continuaria sua marcha. Mas, se acontecesse o contrário seria um problemão para Pyndorama, pois teriam de colonizar os US.
-Pois acho que não seria nada de problemão.
-Como assim?
-Pyndorama invadiria Maiami e outras praças com sacoleiros, Noviorque com churrascarias e negócios com ações em Uolistrite, Élei com atores do cinema nacional, Las Veigas à procura de caça níqueis,  Corolado, no velho oeste, com cavalos mangalarga e revólveres Taurus, Harvard a procura de socialistas,  e todo o Império à procura de Coca Cola verde e marijuana...
-E daí?
-E daí que a colonização dos US por Pyndorama não daria certo, pois ficaria em tudo por tudo como é agora e o Império do Demônio, contra todas as expectativas, continuaria por décadas ainda.
-Isso era o que a gente mais queria...

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Thursday, August 07, 2014

PAÍS DIVIDIDO


Anselmo pensava muito e achava que seu  país estava dividido. Ele andava muito preocupado com a situação caótica da saúde, entre outros setores. Para ele os serviços odontológicos estavam  muito precários, aliás, precários demais. Perguntavam-lhe: 
-E porque Seu Anselmo? Ele respondia com argumentos elaborados. 
-Veja você, botar um aparelho na boca, para ajeitar os dentes, custa pelo menos dois mil reais. Não tem quem possa pagar isso. Se você vai atrás de um cabo eleitoral ele diz que só pode dar mil reais. Quando você fala que vai procurar o povo do outro lado o tal cabo nem se incomoda: 
-Pois vai, home! Depois de algumas idas e vindas Anselmo diz para o cabo que vai aceitar mesmo os mil reais e diz:

-Olha camarada é só o meu voto, pois o da Fransquinha eu vou vender pra outro candidato. Os dois concordam que o país está mesmo dividido. Eles não têm dúvida.

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Monday, August 04, 2014

PYNDORAMA DA BEIRADA DO MUNDO - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 382


Uma terra que vai desde a beira do mundo até o oeste de tudo aí esta Pyndorama. Plantas como jaboticabeiras, animais tipo antas simbolizam a nação. Ouro e prata não tem mais. Pyndorama é uma terra muito alegre e pacífica. Moacyr, nascido por ca tinha orgulho do país. Ele sabe que suas riquezas despertam a atenção de muitos. São países, capitaneados por estaduzunindenses, supostamente mais desenvolvidos, que suprem esta terra com cacarecos que fazem a alegria da população. Encoberto por essas ações o Império do Norte avança nas riquezas nativas. Terras aráveis, florestas, portos, estradas, hidroelétricas são cedidos provocando grandes prejuízos ambientais e econômicos. Programas de aculturamento cujas pontas de lança são escolas de línguas, o cinema, estações de rádio e televisão entre outros, provocam total dependência de nossa terra a normas do Império do Mal.
Moacyr imaginava poder liderar uma rebelião contra tudo isso. Mas isso parecia impraticável, pois a maioria das pessoas se deixava levar por chefetes inescrupulosos que se aproveitavam da falta de educação geral para manter a submissão ao Império. Ocorreu a Moacyr que ele poderia liderar um movimento que clamasse às populações dos eternamente espoliados que a duras penas ainda sobreviviam em Pyndorama: os afrodescendentes; os indiodescendentes e os descendentes desses dois aí. Ele contava também com a simpatia de muitos estrangeiros brancos e amarelos, simpatizantes da causa. Moacyr entusiasmou-se e passou a fazer contatos com autoridades de Pyndorama. Ele também apresentaria brevemente, em congresso, o resultado de seu trabalho. Sua iniciativa já tinha um slogan: “Abaixo o Império! O poder a todos os homo-descendentes de Pyndorama!”



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