Monday, January 19, 2015

SUA TIA - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 404

Sua tia tinha pra mais de oitenta anos e era bem  conservada, cheinha de vida. Ela tinha alguns poucos problemas de saúde, mas não se apoquentava com eles, pois ia a muitos médicos que a tratavam com os cuidados necessários. Ela fazia todos os exames pedidos por eles e na volta recebia uma relação de remédios para  tomar: dos controlados ou não. Como é normal ela tinha muitos achaques e manias. Dessas ultimas, a que  Roberto chamava sempre a atenção dela era a mania de controlar tudo, tudo no mundo: coisas e pessoas, principalmente estas últimas. Quando algum parente ou amigo no Rio de Janeiro planejava viajar e ela tomava conhecimento a Tia pegava o telefone e ligava para todos os familiares, desde os mais ligados aos mais afastados. Assim se dava, agora talvez com razão, quando alguém morria, era uma loucura, pois seu telefone não parava de fazer ligação para todos da família e para os amigos. Para isso ela tinha uma agenda iniciada já em 1950 onde colecionava os números dos telefones de todo mundo, pode-se dizer assim mesmo. Algumas poucas  vezes ela se atrapalhava e ligava para a pessoa que iria viajar e comunicava sua, da pessoa, viagem, por exemplo:


- Prima, você ta sabendo que a Clotilde vai para Nova York no próximo  domingo? Vai até o cachorrinho Pepe. Só muito dinheiro, não é mesmo?

A prima, do outro lado da linha, achando engraçado diz:

- Oi Tia eu sou a Clotilde e não vou a lugar nenhum. Quem vai  viajar é  a Mentinha; essa vai para Várzea Alegre visitar a Rosinha. 

- Minha filha eu me enganei então. São esses malditos remédios que esses médicos passam para mim. Pois ta bom! Boa tarde para vocês todos.



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Sunday, January 11, 2015

JANUÁRIO E SUAS VISÕES - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 401

Nosso herói estava de pé na esquina da Praça do Mercado. Com sua duplivisão ele via do lado esquerdo a habitual sujeira da grande praça onde se notava um caboclo forte carregando uma peça de boi nas costas, ainda sangrando. Isto deixava um rastro de sangue que os cães acompanhavam lambendo as pedras toscas; moscas formavam um cortejo sobre as costas do moço forte. Quando Januário dirigia seu olhar para o lado direito ele via uma estrada ampla, limpa, iluminada e que, aparentemente, levava a lugares e sítios aprazíveis. Ele imaginava se isso chegaria a ser verdade. Talvez no próximo ano, antes das eleições, quem sabe?


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