Sunday, October 31, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 195


SEU NOME É DERROTA

Dona Anita, esposa de Seu Joaquim, estava grávida, já passando dos nove meses. Era um domingo e Seu Joaquim estava jogando futebol, coisa que ele mais gostava de fazer, mais do que tudo no mundo. Quando terminou o jogo ele estava de cabeça inchada, pois seu time tinha perdido de três a zero. Ele foi pra casa e, logo que chegou sua mulher começou a sentir as dores do parto. Ele saiu de casa contrariado e foi até a outra rua para chamar Dona Tereza, a parteira da cidade. Quando eles chegaram a criança, uma menina, estava nascendo. Após o nascimento e as congratulações de toda a vizinhança, alguém perguntou como seria o nome dela. Seu Joaquim pulou na frente de todo o mundo e disse: - Derrota!

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Saturday, October 30, 2010

CONTOS DA RIBEIRA 46


UMA VIAGEM COM ELLA AO TANQUE DO MEIO

Não tinha jeito ele tinha de viajar. O velho Coronel dava as ordens e ele obedecia. Era muito difícil não atender aos pedidos do patrão. Ele iria apesar dos inúmeros sintomas de doenças que se apresentavam em seu frágil corpo. O Coronel não era pessoa adequada para ouvir seus queixumes. Ele tinha de procurar alguém, talvez um médico ou um farmacêutico para lhe atender. Ele tinha muitos achaques mesmo, não era brincadeira. (...)

Em qualquer lugar de seu corpo Zé Ricardo identificava uma mazela associada. Nos dedos dos pés ele tinha deformações, mas isso era bobagem, pois ele tinha mesmo era três unhas encravadas afora aquelas que eram pretas devido às topadas quando andava de chinelas de couro. As dores no traseiro limitavam sua capacidade de montar a cavalo, o que era um problema. Suas costas doíam demais e ele não podia mais levantar nem mesmo uma cangalha para encilhar um burro. O pior era que ele tirava água do joelho a toda hora: chegava a mais de um litro por dia. Ele já estava se preocupando com isso. Fumar lhe dava uma tosse muito forte que não passava com nenhum lambedor. Ele precisava visitar ou o Seu Totas ou o Dr. Djalma. O primeiro era mais fácil, pois era somente farmacêutico, já o doutor era muito importante e dificilmente o atenderia, mesmo a mando do Coronel Totonho. Ele foi até a farmácia do Seu Totas onde este o examinou e receitou-lhe umas pastilhas esverdeadas, umas pílulas do mato e mais um clister de sabugueiro. Que ele voltasse em uma semana. O velho farmacêutico lhe assegurava que depois disso ele poderia viajar para qualquer lugar mesmo pro Tanque do Meio como ele havia dito.

Nem uma semana tinha passado e o Zé Ricardo, mesmo tomando todos os remédios passados por Seu Totas, não melhorava nada. O pior é que ele, por cima de tudo, tinha pegado um defluxo enorme que não se acabava com nada desse mundo. A Rosa e a Joana, sem que ninguém soubesse prepararam mais clisteres e diversas mezinhas que só elas tinham a receita. Mas o Zé Ricardo nada de melhorar. Estava chegando o dia da viagem e ele não ficava bom. Foi aí que a Rosa e a Joana notaram que, logo que se afastavam da camarinha onde ele se deitava o homem ficava um pouco mais adoentado. Essa coisa foi seguindo pelos dias até que elas, diante de outros sinais, resolveram fazer uma investigação. Foi a Rosa que se encarregou de tirar a limpo o que parecia ser uma assombração. A Cumade Rosa era uma negra enorme, gorda e muito simpática e agradável. Ela era dessas de sair dos seus azeites para ajudar qualquer um: amigos pobres e gente rica. Porque ela não ajudaria o Zé Ricardo nesse transe difícil? Combinou com a Joana e armou uma rede do lado de fora da camarinha onde estava o melhor positivo do Coronel Totonho. Depois que o cabra adormeceu a Rosa deitou-se e ficou na escuta para ver o que acontecia. Quando foi lá pela madrugada ela ouviu uma conversa que vinha do quarto onde estava o Zé Ricardo. Parece que tinha uma outra pessoa e essa reclamava dele por não ter ainda se despachado (...). O doente argumentava que não podia, pois tinha de fazer uma viagem por mandado do Coronel, tinha de cumprir essa determinação. A voz fraca, mas dava para ser ouvida pela Rosa, argumentava que não, que ele lhe devia isso e que ela já tinha esperado muito, desde o dia em que ele levou a estrepada no pé. Como o Zé parecia não concordar com o chamado insistente dessa voz a Rosa ouviu então a ordem: - Pois bem você vai para o Tanque do Meio, mas eu vou-lhe acompanhando. Qualquer coisa você vai comigo. A partir daí a Rosa não ouviu mais nada, senão o ronco alto do Zé Ricardo.

Mais uma semana de tratamento intensivo o positivo do Coronel Totonho saiu da rede e foi até ao Armazém para receber as ordens,pois ele se acreditava curado das mazelas que o tinham acometido nas últimas semanas. O Coronel entregou-lhe um encerado contendo dois contos de réis e uma carta para o Capitão Sócrates lá no Tanque do Meio. O povo espiculava na Ribeira a respeito de qual seria o interesse do Coronel. Alguns achavam que ele queria se associar ao Capitão em um barco de pesca de camurupim, mas ninguém sabia ao certo, lógico.

O fato é que o Zé Ricardo aprontou a mula que ele sempre usava e tocou pros rumos do Arataim e do Pará, chegando a Jijoca, Solidão e no Acaraú para chegar no Tanque do Meio depois de bem uma semana de viagem. Ele chegou lá arrasado, com as costas doendo e cheio de furúnculos. Como era de se esperar a gripe voltou a lhe atacar. Procurou o Capitão Sócrates, um baixinho invocado, pescador de primeira que, ao receber o positivo, foi logo lhe oferecendo uma pinga. O Capitão pegou os dois contos e foi logo entregar pro chefão, o Coronel Dias que era na verdade o dono do negócio. Enquanto eles preparavam os documentos para enviar para o Coronel Totonho. Bem perto da beira do tanque tinha uma bodega onde o Zé Ricardo se arranchou pra dormir e esperar as ordens dos homens pra voltar pra Ribeira. A dona da bodega armou uma rede que, de tão suja, o caboco tinha que se deitar com o chapéu cobrindo a cara, senão o cheiro matava ele. Quando foi de madrugada o Zé Ricardo começou a dizer umas palavras que ninguém entendia. A dona da bodega levantou da sua rede e ficou sentada ao lado dele para ver se entendia alguma coisa. Ela depois contou pra todo o mundo o que ouvira. Ela disse para todos inclusive o Coronel Dias, o Capitão Sócrates e todos os fregueses que tinha visto uma mulher vestida toda com um vestido branco brilhoso que conversava com o caboco. A mulher dizia que já estava cansada de esperar por ele e que não admitia mais que ele não lhe atendesse logo. Não tinha esse negócio de só se entregar quando chegasse na Ribeira. Ele tinha que ir com ela era agora mesmo. Não tinha de tomar nem cachaça, nem café. Diz a bodegueira que depois disso o caboco, positivo do Coronel Totonho lá da Ribeira, deixou de falar; ela então botou um caco de vidro na frente da boca dele pra ver se ele respirava. Ela também não mais ouviu a voz da mulher de branco.

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Thursday, October 28, 2010

GRANJA - É TÃO COMUM...


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Wednesday, October 27, 2010

GRANJA - MAIS UM NASCER DO SOL SOBRE O COREAÚ


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Tuesday, October 26, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS

Estupidez até pode ter um certo charme. Ignorância não.

Frank Zappa (1940 – 1993)


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Sunday, October 24, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 194


TU VIU O QUE O HOME DICHE?

- Cara tu viu o que o home diche?
- Eu não.
- Pois ele diche que o “Bicho ruim” tinha era baticum! E diche na televisão!
- Foi mesmo? E qui diabo é baticum?
- Macho eu num sei não, mais se o home diche é porque é fei mermo!

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ANA MARIA XAVIER

Veja entrevista com Ana Maria Xavier feita por Lisiane Mossmann e publicada em sua coluna BOLSA S/A no jornal O Povo de hoje (24/10/2010):



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Saturday, October 23, 2010

A VIDA AVENTUROSA DE TROFIM VASEC EM DIVERSOS CAPÍTULOS – 17


A ONÇA QUE COMEU O TALZINHO

Onças apareciam no Pé da Serra do Zé, um serrote na Tiaia, onde a vida selvagem ainda era encontrada com facilidade. Elas atacavam tudo que era de animal de quatro e de duas patas: bezerros, cabras, cabritos, galinhas e capotes. Nada escapava mesmo no chiqueiro. As notícias chegavam até a cidade e todos queriam que os Poderes Públicos tomassem providências. Nada acontecia. Os PPs estavam dominados por Talzinho já fazia muitos anos e eram mais lentos do que todos os PPs em qualquer outro lugar, talvez com a exceção da Capital. Talzinho não se importava com nada que levasse os PPs a fazer alguma coisa. Nem o esgoto Talzinho queria que os PPs resolvessem botar pra funcionar. Era uma merda pura. Cheiro horrível. Escorrendo pra dentro do rio. (...)

De qualquer modo Talzinho e seu amigo Trofim resolveram caçar a tal onça e eliminar mais esse perigo a seus colégios eleitorais. A bicha comia eleitores também. Os dois marcaram o dia da caçada e Talzinho e Trofim foram para o Preá ao encontro do Zé de França, o dono da terra onde andava aparecendo a pintada. Cada um levou seu rifle Winchester e muita munição, pois não tinham muita prática de atirar em animais de quatro patas – eles sabiam atirar em animais de duas patas como perus e galinhas e outros. Levaram também muita paçoca e rapadura para os cabocos que iriam acompanhá-los na caçada e muitas comidas chiques para eles. O estoque de uísque black label que levavam era grande; muita água de coco e uma pequena fábrica de gelo portátil, último modelo trazida dos Estados Unidos por Talzinho quando de sua última viagem.

A primeira parada foi no Preá, na Casa Forte que era uma das residências de Talzinho, aquela em que a Maga Patalógica morava e dava muitas tudo e muitas esmolas. Foi no Preá que os dois e mais seus companheiros de partido, ops de partida, rezaram na capela mandada construir especialmente por Talzinho e na qual ele teria suas exéquias quando passasse dessa para a melhor. Após terem rezado bastante e completado a matalotagem trazida da cidade com uma buchada de bode completa, muito queijo e muita cachaça para os cabocos eles puseram o pé no mundo. Iam a cavalo e os ajudantes tangiam uma meia-dúzia de jumentos com a carga. Como eles tivessem saído de madrugada chegaram na Vage da Quintura, na casa do Zé de França antes do meio-dia. Aí demoraram ajeitando tudo e se preparando pra sair na madrugada para a Serra do Zé que é onde apareciam as pintadas.

Uma boa hora antes do sol nascer eles se puseram a caminho; Talzinho montado em sua égua estradeira e Trofim um cavalo branco emprestado de seu sogro. Logo próximo de onde se sabia que a onça atacava, eles apearam e montaram campana pelo resto do dia esperando que a bicha aparecesse. Quando foi lá pela madrugada do outro dia, com todos já de barriga cheia e cabeça rodando com o black label e a cachaça eles, ou melhor, o Zé de França, que conhecia os modos das onças, começou a notar a movimentação do que seria um enorme animal, talvez faminto e pronto a atacar. Ele avisou a todos sobre a aproximação da bicha e todo o grupo ficou esperando. Os cabocos de olhos esbugalhados de medo e os home importante, morrendo de medo, mas sem poderem demonstrar. Era época de eleição e ninguém queria dar o braço a torcer, demonstrar medo, ou coisa que o valha. Tinha de fazer como o home la de cima, que era corajoso pra caramba, enfrentava tudo, principalmente os bicho de dois pés e de pena.

O fato é que a pintada apareceu já à luz do dia e ficou a espreita por muito tempo. Ninguém queria atirar na bicha, pois a caça a qualquer animal era proibida e quem o fizesse ganhava uma multa bem grande. Pior era que essa multa era dada por um sujeitinho chefe da repartição que cuidava dos bichos e plantas selvagens e de quem ninguém do partido de Trofim e Talzinho gostava. O jeito foi esperar por um movimento da bicha e, atirar em legítima defesa. Isso era permitido. Todo mundo se espantou quando a onça parece que escolhendo a dedo sua vítima, deu um salto enorme e abocanhou, sem mais aquela, o nosso querido Talzinho. Quando o Zé de França notou o velho estava já bem dentro do bucho da bicha. Daí foi Trofim quem deu um tiro com a Winchester e matou a bicha com o amigo lá dentro dela.

Foi um Deus nos acuda até que faca de cá, faca de lá, conseguiu-se abrir o bucho da onça e retirar o Talzinho lá de dentro. Ele já tinha sido digerido um pouco, principalmente as partes extremas: pernas e braços e a cabeça branca. Não teve jeito o nosso amigo Talzinho desaparecia, na flor de sua senectude, comido por uma onça, preservada na Natureza por seu arquiinimigo o chefe da repartição que cuidava dos bichos e das plantas.

Observação final: a onça teve sua pele retirada, espichada e seca ao sol do Pará; como ela não podia ser exposta Trofim levou-a para sua nova casa no Alto que foi herdada de Talzinho. Assim ela ficou escondida dos fiscais do Obama.

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Thursday, October 21, 2010

GRANJA - ELE PRECISA DE UM 'APOSENTO'


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Wednesday, October 20, 2010

GRANJA - A FUGA DOS CAPOTES


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Tuesday, October 19, 2010

PÁSSAROS NOS FIOS

Veja que lindo este vídeo por Jarbas Agnelli. Ele concorre a um prêmio do Museu Guggenheim a ser divulgado na próxima quinta-feira (21/10/2010). Veja notícia completa no JB de hoje.





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AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS

Quando tocamos música boa, as pessoas não escutam. E quando tocamos música ruim as pessoas não falam.

Oscar Wilde (1854 – 1900)


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Sunday, October 17, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 193


HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 193

O CHAMADO D´ELLA

Acordou, fez esteira, tomou um café gordo, leu seus e-mails, leu os jornais, leu o livro da vez, atualizou seu diário, lembrou-se das pessoas, consultou seu oráculo, tomou suas pílulas, almoçou na varanda, dormiu uma boa sesta, leu cartas antigas, fez mais coisas, e, ao sentar novamente frente ao micro sentiu uma leve pressão no ombro. Virou-se e Ella está lá, a sorrir e a lhe chamar:

- Vamos, está na hora.




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Saturday, October 16, 2010

Frederic Chopin


Há 161 anos, na data de hoje, 17 de outubro, morria Frederic Chopin, o grande pianista e compositor polonês. Chopin é reconhecido como um dos maiores compositores românticos e pode ser comparado aos dois grandes gênios da música Mozart e Beethoven.


Para uma pequena biografia de Chopin veja artigo na Wikipedia.


O vídeo abaixo mostra a Canção do Adeus, uma peça muito conhecida de Chopin (clique abaixo):





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CONTOS DA RIBEIRA 45


MAIS UM APOSENTO PRO SEU ZÉ

Seu Zé passava os dias sentado na cadeira de balanço, aquela de vime pintada de branco sempre deixada na varanda. Ele tomava sol até as dez horas. O velho não lia nada, apesar dos livros e jornais postos ao lado por sua filha Edilse, a mais velha, seu xodó de toda a vida. Agora ela não podia e nem queria ter pena dele, pois segundo as doutoras que cuidavam do Pai isso não era coisa boa para sua saúde. Saúde de quem? Pergunta-se. De ambos, diziam logo as doutoras formadas pela USP. (...) O que é certo é que o Velho ficava lá sentado, tomando a fresca das manhãs, ouvindo os carros passarem em desabalada carreira e prestando atenção em quem entrava na casa. Muita gente chegava lá. Vinham do interior trazendo encomendas, pedidos e muitas vezes para um dedo de prosa com os de casa. Eles tinham deixado um enorme rabo lá na Ribeira, e mesmo com a doença de Seu Zé, não se desligavam de lá. Pudera, de lá vinha uma pequena parte do dinheiro que girava na casa. Girava uma ova, só passava, pois dinheiro era como sabão, escorregava e caia pelo ralo. Certo dia chegou até a casa que ficava na Aldeota, o Deca. Este era um agregado do Homem lá da Ribeira e sempre trazia alguma coisa escondida no carro para a Edilse, pois eles, os de casa, não se davam com o povo do Homem, nem com ele. O Deca entregou um embrulho a moça e ficou querendo conversar com Seu Zé. Como sabemos este mal dava sinal de vida, não respondia às perguntas que se faziam, nem mesmo os filhos conseguiam tirar alguma palavra dele. Mas o Deca não estava avisado disso. - Seu Zé como o senhor está? Está corado... - ... - O senhor sabe que agora na Ribeira foi montado um hotel para os toristas na beira do Rio e que se chama “Posada Hipopotra”? Dizem que o dono é o Home. Ninguém sabe por que esse nome. O que era pra ser era “Posada do Jacaré” mode o bicho que apareceu lá no Rio e comeu o Zé Maria, marceneiro. O pior Seu Zé é que estão dizendo que o Zé Maria num ta morto ele ta vivinho da silva mangando da gente que ta do lado de fora sofrendo com essa esculhambação toda. Seu Zé continua como estava, isto é, nada responde. Certamente ele prestava atenção, mas era como se estivesse a quilômetros de distância. Nisso Edilse chega à varanda já querendo distrair o Deca, pois seu pai não vai mesmo responder coisa alguma. - Dona Edilse será que Seu Zé num tem né ostopor? Era bom dá para ele umas sardinhas; o povo lá da Praia dizem que é muito bom pra ostopor. Quando eu voltar vou passar lá na Barroquinha e trazer umas sardinha pra ele. - Obrigado Seu Deca. Vamos ver se serve para o que ele tem; só que ele não tem esse negócio de ostopor, aí não. Mas pode ser... - Dona Edilse, me discupe dizer isso, mas todo mundo lá na Ribeira se preocupa com o Seu Zé. Promode que parece que as despesas aqui na Capital são muito grande. Agora lá apareceu uns home do governo e está indo oferecer aposento pra todo mundo. Será que ele não pode ter um? É um dinheirinho que dá pra comprar remédio. Era bom o seu cunhado lá fala com o Home para conseguir esse aposento pro seu pai. - Seu Deca, se isso é aposentadoria, meu pai já tem a dele. E não precisa de outra. Deca olhou para a moça e ficou imaginando se ela era amalucada, pois mais uma aposentadoria do governo era uma coisa que ninguém, ninguém mesmo, recusava. Imagem de: http://www.retirementplanning55.com/2009/01/early-retirement-planning-can-lead-to.html


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Thursday, October 14, 2010

GRANJA - INDO PARA O MERCADO


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Wednesday, October 13, 2010

GRANJA - PROPAGANDA DIVERSIFICADA


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Tuesday, October 12, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS


O principal conhecimento que se adquire lendo livros é o de que poucos livros merecem ser lidos.

H. L. Mencken (1880 – 1956)


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Monday, October 11, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 192


NÃO TEM MAIS JEITO

Sentado na varanda de sua casa Rubião tinha estranhos pensamentos. Ele pensava e dizia para quem quisesse ouvir que qualquer coisa que fizesse seria a última, qualquer objeto que comprasse seria o último, qualquer viagem seria a última, até a namorada seria a última. Ninguém se atrevesse a refutar essas idéias destrutivas. Até que, montada em um corcel branco, Ella lhe aparece e diz:

- Vamos Rubião, esta é a última vez que lhe chamo. Não tem mais jeito, você ta muito chato.



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Saturday, October 09, 2010

A VIDA AVENTUROSA DE TROFIM VASEC EM DIVERSOS CAPÍTULOS – 16


QUASE UMA MULA-SEM-CABEÇA

Como sabemos a corte feita por Trofim Vasec às “meninas” de Seu Lalo não frutificou. Isto não é totalmente verdade, pois mesmo depois de seu consórcio com Aline a filha do todo-poderoso Coronel Totonho, o eslavo arrastava a asa para Linda, a mais velha das herdeiras do Outeiro. Eles acreditavam que seu interesse mútuo fosse ignorado por todos. Ledo engano, pois talvez uma meia dúzia de notívagos da cidade desconfiava das estripulias dos dois. Contava-se que, sempre depois da meia-noite, um vulto todo vestido de branco atravessava correndo a rua e desaparecia pros lados dos quartinhos que o eslavo alugava na pracinha da Escola Municipal. Tudo isso podia sempre ser invenção do povo, mas muitos juravam por todos os santos que acontecia. Podia ser uma mula-sem-cabeça... (...)

A verdade é que Trofim costumava visitar as “meninas” em tardes de domingo a pretexto de conversar sobre a propriedade das duas que estava ameaçada de ser abocanhada pelo Dr. Tal e seu filho, o ainda não famoso Talzinho. As conversas demoravam tanto que Lídia com uma personalidade bem diferente da de sua irmã Linda se caceteava ao extremo e deixava os dois a sós a discutirem os planos para impedirem o ataque do eslavo aos bens deixados por seu Lalo. Linda tinha um espírito assim meio forte, ela parecia carregar toda a herança búlgara de seu pai, não parecendo nada com sua mãe que, esta tinha em sua personalidade forte componentes nativa que passaram para sua filha mais nova.

O que é fato é que a simpatia entre os dois cresceu sem o conhecimento de Aline e dos seus na família do Coronel Totonho. Falemos abertamente: os dois passaram a se amar perdidamente. Pouquíssimas pessoas tinham conhecimento dos fatos, e estas eram principalmente parentes das “meninas”. Será que ainda podíamos chamá-las dessa maneira e considerar que, pelo menos, Linda tinha saído do caritó por uma porta não convencional?

Como tudo que é prazeroso para uns tende a ser derrota de outros aconteceu que um freguês do Coronel Totonho tendo ouvido falar dos amores de seu genro com Linda e, como lhe devia favores e muito dinheiro pretendeu agrada-lo levando até ele o tremendo fuxico que já começava a rolar pelos bares da cidade.

Já não era sem tempo, pois a filha mais velha de Seu Lalo estava a se queixar de incômodos a sua irmã e a sua empregada Fransquinha. As duas logo desconfiaram de barriga, o que foi confirmado logo daí a poucas semanas. O fato, levado ao conhecimento de Trofim, causou-lhe uma violenta crise de erisipela que só passou quando a indigitada resolveu a situação. Ninguém sabe como. O fato também é que Trofim logo terminou com esses amores, pois sabendo ele ser estéril ficou a se perguntar sobre quem seria o progenitor do esperado e não apresentado produto da barrigada de Linda. A grande decepção da filha de Seu Lalo fez com que ela se apressasse e tomasse a decisão de se mudar para o Outeiro. Nisso ela não foi acompanhada por Lídia que ficou na cidade certamente na esperança de fisgar um moço rico mesmo sem ambições matrimoniais.

Logo a novidade se espalhou pela cidade e o velho Coronel Totonho procurou seu genro a quem renovou os laços de confiança e muita amizade.
Imagem em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mula-sem-cabe%C3%A7a#Apar.C3.AAncia_e_caracter.C3.ADsticas


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Friday, October 08, 2010

Dissidente chinês Liu Xiaobo ganha Nobel da Paz


Contrariando muitas expectativas " ativista chinês de direitos humanos Liu Xiaobo, atuamente na prisão, foi anunciado nesta sexta-feira como vencedor do prêmio Nobel de 2010.

Em um evento em Oslo, na Noruega, o presidente da Fundação Nobel, Thorbjoern Jagland, afirmou que Liu foi premiado por 20 anos de "luta longa e não-violenta" pela democracia no seu país.

"Por mais de duas décadas Liu Xiaobo tem sido um forte porta-voz pela aplicação dos direitos fundamentais na China", disse Jaglard, acrescentando que o dissidente simboliza o desafio chinês de combinar seu forte crescimento econômico princípios democráticos, liberdades de imprensa e expressão."

Veja matéria no site da BBCBrasil:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/10/101008_nobel_paz_pu.shtml


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Thursday, October 07, 2010

Mario Vargas Llosa ganha Nobel de Literatura - O Globo


O grande escritor peruano autor, entre outras obras, de "Pantaleão e as visitadoras", Mario Vargas Llosa acaba de ganhar o Prêmio Nobel de Literatura deste ano. Veja matéria em O Globo de hoje (7/10/10): Mario Vargas Llosa ganha Nobel de Literatura - O Globo

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Wednesday, October 06, 2010

GRANJA - ESQUADRÃO À ESPREITA


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GRANJA - POSE MATUTINA NA BODEGA DO TUTU


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Tuesday, October 05, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS


Tu perguntas se deves enviar-me os meus livros... Meu caro, te peço pelo amor de Deus, deixa-os longe de meu pescoço. Não quero mais ser guiado, animado e afogueado... Este coração já fermenta o bastante por si próprio.

Goethe (1749-1832)




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Sunday, October 03, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 191


O RATÃO, O RATINHO E O ELEFANTE

Certa vez o Ratão perguntou para seu irmão Ratinho:


- Escuta Ratinho, você tem medo do Elefante?
- Eu não! E por quê?

- Vai que ele joga a tromba em você e sopra um tremendo bafo de cachaça...

- Ué, daí eu saio correndo, mas volto depois!



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Saturday, October 02, 2010

CAMPEONATO DE BIGODES


Veja os vencedores do Campeonato Europeu de Bigodes: Austríaco Franz Mitterhauser, alemão Juergen Burkhard e francês Herve Diebolt vencem campeonato. (FLSP 2/10/2010)
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CONTOS DA RIBEIRA 44


A SECA E A CHUVA

Era uma seca dessas brabas. Tudo quanto era plantação tinha morrido. Tudo quanto era bicho tinha morrido. Até a Baleia tinha ido e foi logo enterrada debaixo do pé de mororó. Já não tinha água nos poços do rio, lá embaixo. Não tinha também água no cacimbão. Tudo era azar. Até o Zé Miguel foi buscar água no cacimbão do Sancho com a lata e caiu dentro. Ninguém num sabe como ele saiu lá de dentro. Só sabe que ele demorou a voltar com a água e quando foram atrás ele tava na beirada do cacimbão com a lata na mão dizendo “Cá secou”. (...)

Na hora que eles foram ver o menino e passaram pelo Cajueiro, das quatro casas que lá tinha três estavam com as portas escancaradas e o vento batia nelas que dava dó. Todos das casas já tinham fugido. A Raimunda, mulher do Chico Benício, tinha já morrido de fome. Os menino do Zé do Córgo de Dentro estava tudo morreno, um por um. Todo dia morria um menino ou um velho. O cemitério já na cabia mais ninguém. Já tavam enterrando do lado de fora. E sem padre que nem chegava lá. Todo mundo sabia que o Inácio, lá na Ribeira, estava escapando e vivia bem. Ele de vez em quando mandava umas coisinhas para os parentes nos matos. Mas ele era pra mandar mais, pois a fome tava braba e o pessoal e os bicho tudo arruinado. Os da família sabiam que só tinha mesmo um jeito para eles. Era que o Inácio tinha de mandar um dinheirinho pros parentes. Daí eles podiam ir a pé mesmo pro Ibuassu comprar coisas nas bodegas de lá. Todo mundo dizia que elas ainda tavam sortidas E ainda iam ficar até a chegada do inverno. O Sancho resolveu ir na Ribeira pra pedir ao Inácio que mandasse um dinheirinho pros parentes. O Inácio disse que mandar dinheiro era difícil, pois este artigo tava também difícil na cidade. Só quem tinha dinheiro era o Coronel e ele ia cobrar um prêmio muito grande se emprestasse algum. Sua mulher vendo aquele chororô pediu por São José que ele fosse atrás do home. O parente Sancho insistiu com o Inácio e este terminou concordando. Ele foi pedir ao Coronel dinheiro emprestado pra mandar pros parentes e daí eles podiam comprar coisas no Ibuassu se ainda tivesse lá. O Sancho era quem ia ficar encarregado de fazer uma lista dos parentes e outros amigos que iam receber o dinheiro. Todo mundo que tivesse um filho ou um parente cego ou aleijado ia receber. E logo, logo começou a distribuição do dinheiro. Todo mundo ia pegar no armazém do Inácio, toda semana, os trocados pra poder comprar as coisa. Ficou todo mundo muito alegre com o dinheiro do Inácio, que não era dele, mas do Coronel. Também ficou todo mundo sabendo que o Inácio queria receber de volta quando eles colhessem seus roçados: o milho, o feijão, a mandioca e o que mais fosse produzido. Durou seis meses essa historia, até que chegou a chuva dois dias antes da festa de São José. Quando chegou a hora de devolver o dinheiro com o apurado com a venda do milho, o feijão, a mandioca e o que mais, não pode ser. Ninguém tinha nada de milho, o feijão, a mandioca, pois ninguém tinha plantado nada disso. Todo mundo tinha comido, bebido, fumado, dançado, dormido, passeado, o dinheiro que o Inácio tinha arranjado. E agora? Só pedindo mais pra pagar o que devia. Ou entregar as terra ao Inácio; será que ele queria? Quem ia querer era o Coronel na certa, pois era dele o dinheiro.



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