Wednesday, June 29, 2011

Tuesday, June 28, 2011

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS


“Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia.”

William Shakespeare (1564 - 1616)
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Sunday, June 26, 2011

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 228


ELE QUASE MATA A VELHINHA COM SUA SUV

Passar por Amarituba foi uma prova a que ele se submeteu. Foi ali que ele construira sua vida e ficara rico com a venda de coco. Ao cabo de muitos anos ele fora embora. Vendeu todas suas propriedades, comprou um apartamento na Beira mar e passou a caminhar no calçadão. Fez amigos e foi recebido com simpatia por alguns grupos. Passou a tomar uisque puro malte e aprendeu que não precisava tirar o gosto da bebida com limão, como fazia com a velha Serrana que havia sido seu vício. Ao passar por Amarituba, voando em sua Hummer novinha em folha quase atropela a velhinha de cabelos brancos. Não atropelou a velhinha, mas ele próprio foi parar no Hospital da cidade onde chegou a óbito pelas mãos do Dr. Benitim, o novo médico da cidade.


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Saturday, June 25, 2011

Friday, June 24, 2011

HOMENAGEM A JOSÉ XAVIER FILHO NA UENF








Os cientistas Thereza Kipnis (falecida), Wilmar Dias, Lev Okorokov e José Xavier Filho foram homenageados (22 de junho) por seus antigos colegas e colaboradores na Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes (RJ) por suas contribuições no estabelecimento da mesma e pelos avanços da ciência em suas respectivas especialidades.

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Sunday, June 19, 2011

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 227


BEM ME QUER

Bené encontra uma casa no socavão da serra, abandonada, caindo aos pedaços, suja, imunda. Entra e se depara com salas e quartos em abandono completo. Um dos quartos, cuja porta está encimada por uma placa, tem um frontão, com os dizeres “Bem me quer”. É um quarto de criança com uma penteadeira/aparador, com um espelho grande, vertical, todo enferrujado. Ao aproximar-se do mesmo ele vê a imagem de uma menina – é quase uma menina – de olhos redondos, grandes, que lhe sorri. Ela logo vira o rosto como que enjoada e sai correndo.


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Thursday, June 16, 2011

Wednesday, June 15, 2011

JANUÁRIO E SEUS DEFEITOS 4


Ele era um caboclo forte como o pai. Mas, quem o conhecesse lembraria logo de sua mãe, uma verdadeira dama, como aquelas cujos retratos apareciam nas revistas estrangeiras. Agora, ele tinha muitos defeitos e algumas qualidades. Dois desses, pois andavam sempre em dupla, eram odiar muito e gostar demais.


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Tuesday, June 14, 2011

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS

"Amo as mulheres mas não as admiro."

Charles Chaplin (1889 – 1977)


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Sunday, June 12, 2011

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 226


UMA CASA PARA RECEBER ELLA

-Ella mandou uma mensagem dizendo que ta chegano.
-Quando? Eu quero saber quando!
-Ora... Eu já chamei o Carió pra fazer os reparo. Ele não demora.
-E daí?
-Ora tu ta ocupando a casa macho!
-Cara essa casa fica do lado do sol. Tu vai torrar lá!
-Mas pelaumenos eu posso dizer que tenho uma casa.
-E praquequituqué uma casa?
-Ella, macho! Ella vem me buscar e eu preciso de um lugar decente, todo meu...


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Wednesday, June 08, 2011

Tuesday, June 07, 2011

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS

"Toda pessoa espera por um milagre - de sua mente, de seu corpo, de outras pessoas ou, simplesmente, dos acontecimentos."

Paul Valéry (1871 — 1945)


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O SALTO DE COREAÚ


Veja aonde está chegando um dos antigos distritos de Granja em matéria de ensino fundamental.
(Clique abaixo)

O POVO Online - Ceará - O salto de Coreaú



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Sunday, June 05, 2011

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 225



“APPARATCHIKI” CURIOSOS



O Presidente da Comissão que visitava o grande pais do oriente contava para um de seus subordinados ter ficado impressionado com a eficiência do “apparatchik” local. Dizia ele que logo após, logo após mesmo, ter falado com um deles a respeito de assunto de interesse de ambos os países, dirigir-se a outro e falar sobre o mesmo assunto, este já sabia de tudo. Ele não notou os fones que levavam a esses a tradução simultânea do que havia conversado anteriormente. Vai ser difícil chegar até lá. Eles são espertos. Esses foram os comentários do Presidente da Comissão.
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ESCRITOS DA RIBEIRA



NO TEMPO DA GUERRA

1

Corria o ano de 36 e o chefe do partido, com todo seu poder, “nomeou” seu jovem amigo para a Câmara dos Deputados. A princípio, o Tio não concordava, não queria ser deputado, mas como devia inúmeros favores ao Chefão, aceitou o posto. Ele era remediado, não tinha muitas posses ou dinheiro, não tinha nem o suficiente para comprar um terno decente para a posse na Assembleia. Mais uma vez o Chefão o ajudou. Certamente, logo seria reembolsado. Ele foi para a Capital deixando a família na cidade com o compromisso, assumido com sua mulher, de voltar pelo menos uma vez ao mês, trazendo dinheiro para pagar os fornecedores. O Tio era um tipo metido a sabido e, agora como deputado e morando na Capital passou a ser um homem muito bem informado. Quando voltava para Imbotirama dominava as rodas de bate papo nos bares e na calçada do Mercado. (...)


A cidade, à beira mar, era um cemitério de idéias. Pouquíssimas pessoas tinham instrução suficiente para se interessar por ler jornais ou livros. Notícias e boatos, no entanto corriam de boca em boca, como nos tempos das cavernas. Entre as poucas pessoas com instrução algumas possuíam receptores de rádio, daqueles “capelinha”, e mantinham-se atualizadas com o mundo lá fora. Pouquíssimas outras tinham acesso aos exemplares do “Jornal da Manhã” que chegavam até lá, três vezes por semana, graças aos trens que ligavam a cidade a Capital. O Seu Tito e o Seu TH, o farmacêutico e o dono do único bar onde se podia tomar uma cerveja gelada, eram dos poucos que recebiam o jornaleco da situação.

2

Imbotirama, um horror de quente, fervilhava com as noticias vindas da Europa com um enorme atraso. Mesmo com os poucos receptores que existiam na cidade e os rádios de galena não dava para compreender o que ocorria no Velho Mundo. Bom mesmo era ler as noticias em jornais velhos do Rio que o Coronel recebia de seus filhos que moravam na Capital. O Tio enviava, de vez em quando, algumas revistas editadas pelo governo cheias de propaganda dos feitos da administração, como sempre foi e será normal. Entre as notícias algumas falavam da Guerra que logo chegaria às portas do Brasil.

Poucas pessoas, geralmente os rapazes mais jovens, empregados nas casas comerciais dos grandes coronéis, disputavam as notícias que apareciam nos bares e nas esquinas. No começo de 40 passou-se a falar em submarinos alemães que aportavam em pequenos ancoradouros naturais nas proximidades da cidade para reabastecimento, especialmente nos arredores do Guriau. Esse reabastecimento era facilitado por simpatizantes nazi-fascistas da região e parecia constar de água doce, carne seca e, admirem-se, de garotas da redondeza! Não que elas embarcassem nos submarinos, mas tomavam parte em festas nas barracas apropriadas e de todos conhecidas. O samba corria solto até altas horas e os louros e jovens soldados alemães sempre arranjavam um jeito de deixar seu DNA na região. Isto, acreditavam, seria de grande valia no futuro próximo, dominado pelo Terceiro Reich.

3

Um dos resultados da atividade política na Europa foi que no nosso país recrudesceram as tendências fascistas dos nossos governantes. O governo federal tomou uma medida muito forte e deu um golpe de estado estabelecendo a censura em toda linha, prendendo desafetos políticos e pessoais e fechando as assembleias em todo o país. Os deputados estaduais tiveram seus mandatos cassados e mandados embora para casa quando não, metidos no xilindró. O Tio perdeu seu posto e, portanto, seus gordos vencimentos. Ele se viu, de uma hora para a outra, desempregado. O que é pior é que seus negócios em Imbotirama estavam muito mal. O gerente Nelson não havia conseguido manter a firma em situação de solvência e o passivo era enorme. O Tio, ao voltar, no fim do ano de 36, teve que montar uma escola para adultos onde ensinava desde as primeiras letras até rudimentos de inglês e francês; ele até teve vontade de formar uma turma de alemão, mas pensou duas vezes e desistiu. O fato é que teve muito sucesso, pois muita gente gostava de suas aulas, principalmente as de História Universal. O dinheiro que ganhava dava para sustentar sua família e a de seu recentemente falecido pai. O Tio tinha um grande problema: era muito namorador e isso fazia suas despesas aumentarem a cada namorada que arranjava. Fazer o quê? Talvez a Guerra trouxesse algum benefício. Ele tinha tomado conhecimento que lá para os lados do Guriau havia bastante movimentação e que muitos dos habitantes locais estavam mostrando sinais de rápido enriquecimento, comprando barcos novos, muitos apetrechos modernos de pesca e, casas também.

4

Logo no início do conflito, quando Alemanha e União Soviética assinaram um pacto de não agressão, os grupos comunistas e fascistas da cidade que já haviam entrado em conflito anteriormente, tentaram ser simpáticos. Sua própria natureza, no entanto, não permitia qualquer tipo de confraternização. Aos membros dos dois grupos, nascidos da simpatia por políticas fascistas, totalitárias e antidemocráticas, mas antagônicas, era muito difícil aceitar qualquer parceria. Eles não estavam em guerra.

Logo no primeiro ano da guerra passou a reinar na cidade um ordenamento que a mantinha em “black out” todas as noites. Até parece que Imbotirama estava em pé de guerra. À noite não se acendia sequer uma vela fora de casa. Estas tinham suas janelas veladas com pano negro logo que escurecia, ordens do Senhor Delegado de Polícia, uma fera na luta contra o nazi-fascismo. A cada dia os boatos só aumentavam na cidade. As pessoas eram acusadas, umas de serem admiradoras e partidárias de Hitler, outras de “Papai Stalin”.

Lá pelo meio do ano de 41 a Alemanha rompeu o tratado nazi-soviético da USSR por tropas nazistas. A reação desses admiradores foi de um enorme espanto.

5

Naquela noite escura como breu, quase toda a tripulação do U-Boat 1505, desembarcou na praia de Guriau. Logo mais eles reabasteceriam. Essa já era a segunda ou terceira vez que eles chegavam até o pequeno ancoradouro natural e a população já recebia os jovens louros com simpatia. Miranice estava na praia quando viu de longe o cabo Hans a quem já considerava namorado. Eles se beijaram e após uma ligeira refeição de peixe frito e cerveja na barraca do Zé Peba, foram para a pensão da Dona Margarida onde ficaram até a uma hora. Nessa hora o cabo Hans teve de voltar para o submarino. Ele tinha um pressentimento de que essa seria a ultima vez que se encontrava com a Miranice e disse para ela. A jovem procurou tranqüiliza-lo dizendo: - Meu fio tudo vai dar certo e você vai voltar para morar comigo. Ele riu, deu-lhe um beijo e foi embora.

No dia seguinte, no mercado de Imbotirama todo mundo sabia que Miranice, a filha do “Manoel Barqueiro”, havia ficado noiva de um soldado louro de olhos azuis e cujo nome e procedência eram um mistério. Mas o que era verdade e já era sabido de todos era que alguns pescadores e bodegueiros da praia do Guriau estavam ganhando muito dinheiro e era dólar americano. O Tio, quando soube desses acontecimentos, quis investigar se poderia se beneficiar dessa riqueza. O pior ou o melhor disso é que ele tinha ouvido falar na historia da Miranice, moça muito bonita do Guriau, sobre quem ele já havia posto os olhos: ela havia ficado com um tripulante.

Quase um mês após essas histórias terem aparecido no Mercado da cidade algumas pessoas leram em jornais da capital a notícia de que um U-Boat fora afundado pelo navio “Almirante Peixoto” da Marinha Brasileira nas proximidades de Guriau. Aparentemente não houve sobreviventes.

6


Numa manhã do fim de junho de 1941 a cidade estava cheia de boatos sobre a invasão da Rússia Soviética pela Alemanha Nazista em total desacordo com o tratado de não agressão assinado antes do inicio da guerra. As notícias eram desencontradas e ninguém ousava dar uma explicação que fosse aceita pelos simpatizantes dos diversos credos: comunistas, nazistas, democratas. Todos estavam atônitos. Pelas manhãs o resultado dessas dúvidas aparecia sob a forma de mais suásticas e foices e martelos pintados nas paredes, como se os partidários de cada lado quisessem ganhar a guerra à custa de maior emporcalhamento da cidade. O Delegado de Polícia com base em informes secretos efetuou algumas prisões. Entre os presos estavam dois moradores do distrito de Solitário que, a custa de muita tortura, confessaram ter pintado suásticas em muros da cidade. As informações de seu serviço secreto indicavam que membros de uma família descendente de italianos era responsável por essas pichações favoráveis às políticas nazistas, mostradas por suásticas pintadas em vermelho nos muros do Grupo Escolar e fachadas de casas abandonadas. A respeito das pichações com o símbolo comunista havia a opinião generalizada de que isso era uma manobra fascista para incriminar algumas pessoas gradas, notoriamente simpatizantes do credo vermelho. Ninguém foi preso. Mas, o Delegado de Polícia mantinha uma relação de pessoas sabidamente simpatizantes das idéias comunistas. A bem da verdade diga-se que esses nomes pertenciam a membros de importantes famílias locais. Parecia ser chic ter simpatia pelo credo comunista. Sabia-se que um filho importante da Cidade foi um dos fundadores do Partido comunista em São Paulo.

7

Quando soube que a Miranice tinha pegado um bucho e que o responsável podia ser um soldado alemão, tripulante de um submarino mais tarde afundado, o Tio mais que depressa procurou a menina lá mesmo no Guriau. Ofereceu à filha do “Manoel Barqueiro” emprego na loja do Cassiano. Ele sabia ser o bodegueiro do Mercado um amigo em quem podia confiar. Em Imbotirama a menina podia até freqüentar suas aulas de leitura e se adiantar um pouco. Quem sabe ela não seria alguma coisa na vida. Quanto ao filho ou filha que nasceria daí a pouco era esperar para ver. Se fosse louro como diziam ser o pai ele teria muito sucesso. Miranice não demorou muito na loja do seu Cassiano, pois logo descansou. O menino era um verdadeiro “alemão”, grande, forte e louro de olhos azuis. Ela pediu ajuda ao Tio que a ajudasse a dar um nome bacana ao menino. Se protetor sugeriu que o menino fosse batizado por Adolfo. Miranice passou a freqüentar as aulas de linguagem e de contas e também ajudava na limpeza e arrumação das cadeiras da sala de aula. A jovem morava na casa de uma prima no bairro do Outeiro aonde o Tio ia de vez em quando visitar o Adolfo que logo foi prometido como seu afilhado. Ele não aprovou a idéia, pois pressentia problemas em casa. Ele já tinha muitos filhos e afilhados, não dava mais para ter um outro, principalmente o filho de uma moça tão nova como a Miranice.

8

Como poderia ser explicado o rompimento do pacto de não agressão assinado há pouco tempo entre União Soviética e Alemanha Nazista? Stalin, o “Pai dos Pobres” e Hitler o Führer, o idealizador do Reich dos Mil Anos, figuras excepcionais, de grande prestígio internacional, haviam idealizado esse tratado para, entre outros objetivos, dar um fim ao Capitalismo Internacional, sonho dos idealistas entusiasmados de todos os paises. Era essa uma das interrogações dos poucos, mas influentes, jovens da cidade já bastante envolvidos nos assuntos da guerra. Era essa questão assunto de todas as rodas. Ninguém se acercava de uma roda de cerveja no bar o TH sem que fosse atraído pela discussão, muitas vezes exacerbada, sobre os fatos passados nos cenários diplomáticos e militares da guerra na Europa.

Essa questão do pacto de não agressão foi muito discutida, mas como ninguém tinha uma explicação para o rompimento entre as duas potências alguém aventou a possibilidade de se pedir ajuda a uma pessoa capacitada para tal. O Joaquim Basto sugeriu o nome do próprio TH, o dono do bar onde eles estavam reunidos. Logo que ouviu seu nome o rapaz avisou não poder participar; pois seu envolvimento com as idéias internacionalista era muito forte e ele certamente não seria uma pessoa indicada para dar uma opinião isenta. O velho Tito que a essa hora já havia fechado a farmácia e ia passando em frente ao bar foi logo dizendo que não se prestaria a isso dado sua ligação com o partido de Plínio Salgado. Foi aí que o jovem Antenor caixeiro em um dos armazéns da cidade e aluno da escola montada pelo Tio, cheio de dúvidas com relação a que partido tomar, resolveu sugerir o nome de seu amigo e professor para explicar o rolo, pois eles todos achavam uma confusão enorme essa história do rompimento entre as duas grandes potências.


9

Após a aula de sexta-feira à noite com o Tio Antenor e alguns amigos mais próximos convidaram o professor para uma cervejinha no TH. O Tio olhou de um lado para o outro para ver se via Miranice, pois ele não deixaria passar a oportunidade para convidá-la para tomar um refresco de maracujá. Infelizmente a bela morena já tinha corrido para casa, certamente para cuidar do Adolfinho. Quando estavam sentados e tendo tomado seu primeiro copo de cerveja Weissbra, - a melhor encontrada no bar do TH -, Antenor fez a pergunta que todos esperavam ele fizesse:

- Querido Professor queremos que você explique pra gente esta coisa do rompimento entre as duas grandes potências e a invasão da Grande Rússia pela Alemanha.

O Tio olhou admirado para os companheiros de mesa e ficou calado a procura de uma resposta. No primeiro momento ele pensou em recusar o convite, mas depois, pensando melhor resolveu aceita-lo. Achou que seria um bom momento para transmitir àqueles jovens preocupados com uma guerra distante sua própria preocupação com a situação mundial e o pouco de informação que tinha. Após ter concordado o líder do grupo, o Antenor, saiu em busca do dono do cinema, único local onde poderia ser reunido um grande número de pessoas, como eles acreditavam. O Chico Pinto foi muito receptivo e cedeu, de graça, o cinema para no dia seguinte o Tio ser ouvido sobre a Guerra Mundial.

10

O cinema estava quase lotado. Tinha gente de todos os cantos da cidade e de todas as classes e condições sociais. Até o Padre Zeferino e a freirinha Maria Alice do Patronato estavam lá. Quando o Tio chegou acompanhado do Antenor e dos demais componentes do grupo que tinham organizado a reunião todo o povo bateu palmas e deram vivas aos jovens. Algumas pessoas notaram a presença da Miranice entre os rapazes. Antenor deu as boas noites e iniciou sua fala que traduzia a preocupação de todo o grupo e ele acreditavam a de todas as pessoas da cidade. Apresentou o seu querido professor como a única pessoa que poderia esclarecer as dúvidas de todos sobre o desenrolar da guerra entre a Alemanha e a Rússia Soviética. Após muitos elogios ao Tio passou-lhe a palavra.

O Tio agradeceu a sugestão de seu nome que, ele próprio julgava não ser merecedor de tamanha honra, mas aceitando a difícil incumbência passou pouco mais de quarenta minutos a descrever a situação antes e depois da invasão da Polônia pelos nazistas. A ocupação dos paises bálticos pela Rússia a repartição da Polônia entre as duas potências tendo e alongado na descrição das políticas expansionistas de nazistas e soviéticos. Após comentar que, tanto a assinatura como o rompimento do tratado de não agressão entre as duas potências ele se deu ao luxo de falar sobre a influência que isso traria para as relações entre o Brasil e os dois paises e a conseqüência para a nossa paz interna.

Ao fim de sua palestra, para a qual não foram permitidas perguntas, o Tio foi aplaudido por muitos minutos e cumprimentado por todos.

O grupo de amigos, liderado por Antenor, dirigiu-se para o bar do TH, onde comemoraram o sucesso do “meeting”. Após sentarem-se e pedir cervejas para todos e longe dos ouvidos do Tio um dos amigos pergunta para Antenor: - Escuta tu entendeste alguma coisa?



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Wednesday, June 01, 2011