Tuesday, June 30, 2009

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 89


Longa vida a Nosso Guia e morte lenta à nossa vila

A turma toda estava se refestelando à beira da piscina tomando seu uisquezinho e sua caipirinha para comemorar a repescagem do Grande Guia. Havia um grupo de forró tocando o tempo todo. Lá pela meia noite pede a palavra o insigne poeta que pretende em breve apresentar uma peça no futuro teatro da cidade (quando for construído). Ele diz: “Em louvor ao Grande Guia o nosso teatro será antropocêntrico, antropofágico, brasileiro e didático; o minimalismo que fique nas profundezas da cosmogonia do espaço.” Como ninguém entendeu o que ele quis dizer houve um silêncio constrangedor que só foi quebrado pela chegada de uma boa amostra do Grupo Representativo de Apoio ao Nosso Guia Imortal portando um grande banner com os seguintes dizeres: “LONGA VIDA AO NOSSO GUIA E MORTE LENTA À NOSSA VILA”. Houve muitas palmas para recepcionar a iniciativa dos jovens componentes do GRANGI.

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Monday, June 29, 2009

HISTÓRIAS DAS TERÇAS 59


Ele amputou o dedão do pé

Quando Rodolfo era rapazinho viu sua Tia tomando uma colheradinha da sua urina. Ele reclamou, mas quando Titia disse que as moscas estavam voando em cima do alguidar de barro que a Fransquinha punha embaixo de sua rede ele começou a pensar o que seria isso. Muitos anos se passaram e ele, já casado, morando na Várzea, levou uma estocada no dedão do pé direito e que não sarava nunca sendo preciso ir à Sobral para amputá-lo. Daí para frente foi só sofrimento. O Capitão Rodolfo morreu, ainda novo, em sua rede na Fazenda, de complicações causadas pelo diabetes, precocemente diagnosticado por sua tia quando ele era criança.

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OBRA PRIMA DO DIA: "ÁGUA", DE ARCIMBOLDO


Veja no Blog do Noblat a Obra Prima do Dia de ARCIMBOLDO: Água (1563-1564). (Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa- 29.6.2009 às 12h00m.)

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Sunday, June 28, 2009

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 132


Um enorme punhal sobre seu peito

Ele notava que Ella estava se comportando bem diferente; não mais aparecia flutuando sobre sua cabeça a sorrir com um ar zombeteiro. Mostrava ter maior controle sobre seus atos em relação a ele: não mais aquelas eternas ameaças que nunca se concretizaram. Foi então que, deitado após ter tomado somente duas taças de vinho sentiu – teria sido um sonho? - uma mocinha debruçada sobre ele descendo ferozmente um enorme punhal sobre seu peito.

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Friday, June 26, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 77


Trazemos hoje o poema Bela de LÍVIO BARRETO transcrito de “Dolentes” seu único livro.

BELA

Alta, franzina, erecta, o porte nobre e fino
De uma graça ideal de planta delicada...
Através do esplendor da renda perfumada
Emerge o seio firme, estonteador, divino.

De uma graça felina e de risadas francas,
Ao olharn-nos o fulgor de seus olhos serenos
Faz lembrar em jardins de seiva o viço plenos
Dois miosótis azuis entre açucenas brancas!

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Thursday, June 25, 2009

VISTAS DA GRANJA 100







ROUPAS A SECAR NO VARAL NA GRANJA E ARREDORES


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Wednesday, June 24, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 17


Ricardinho toca gaita de boca

O neto costumava passar os sábados com ele. Eram muito apegados e, quando Jorge ficou com dificuldades para andar, tendo de usar uma bengala, ele gostava de ficar junto ao avô conversando, lembrando de quando ele era pequenininho e mimado por todos. Cresceu, mas os dois continuaram a se gostar. Ricardinho estava bem adiantado no colégio, “culégio” como teria dito seu pai sem que ninguém soubesse de onde ele havia tirado essa pronúncia para uma palavra tão banal. Talvez fosse devido ao tal “verniz cultural” do qual Jorge sempre tinha ouvido falar, mas não sabia o que fosse desde criança e que mais tarde, bem mais tarde, ele aprendeu que não era um simples verniz, mas uma tinta escura e bastante espessa. O menino fazia o primeiro ano do segundo grau em um colégio público, pois os particulares estavam cada vez mais caros. Ele gostava de música, qualquer tipo de música e fazia suas tarefas ouvindo alguma peça clássica ou alguma coisa de bossa nova, ou jaz, ou mesmo esses ritmos bem moderninhos de que o avô não apreciava. Em outros tempos diriam que o interesse do menino por música mostrava que o espírito musical dos Raposo – eles também tinham um espírito musical - havia encarnando nele. Tocava gaita de boca e estava tendo aulas de violão, se bem que suas tias esperassem que ele tocasse piano. Ricardinho também fazia natação e quando o avô caminhava, ele o acompanhava, de vez em quando, nos poucos quilômetros que costumeiramente o velho fazia na Beira-mar.

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Tuesday, June 23, 2009

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 88


Papeluchos voadores e iluminados

Ricardo conseguiu segurar o papelucho que estava sendo carregado pelo vento. Ao tentar lê-lo – estava molhado e sujo e faltando boa parte do texto – decifrou a frase religiosa: “O Poderoso Senhor mais uma vez faz a repescagem do nosso Guia Iluminante, o Homem Clarividente.” Ele não entendeu, mas teve a sorte de pegar um outro papelucho levado pelo vento forte. Neste estava escrito: “A comunidade varziana convoca todos os amigos e seguidores de nosso Iluminado Guia para se fazerem presentes à solenidade a ser realizada à Beira do Rio quando agradeceremos ao Poderoso Senhor não ter levado embora nas águas nosso Preclaro e Clarividente Guia. Todos à Beira do Rio hoje, na hora da novela das oito.” Após ter lido os papeluchos Ricardo mostra à sua mulher e os dois vão felizes participar da homenagem ao Iluminado Guia de todos os varzianos.

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Monday, June 22, 2009

HISTÓRIAS DAS TERÇAS 58


Desatando nós

Fez muitas dívidas no banco para comprar a padaria da esquina. Era um ponto bom e ele sabia que ia dar certo. Passados poucos meses começaram os problemas. O apurado não dava mais para pagar as parcelas do empréstimo e as despesas só aumentavam. Zequinha arranjou um caso com a Marli do caixa e isso só agravava seus gastos pessoais com cinema, jantares e motel e o que mais fosse além é claro de dar uma enorme mão-de-obra. O pior é que ele descobriu que sua mulher, a Fátima, estava namorando o vizinho, o Dirceu, um taxista que fazia ponto mais adiante na rua. Depois de tantos anos de casado e com filhos adolescentes lhe acontecia essa corneada! Seus problemas não acabavam aí. Antes de tomar a decisão de procurar ajuda vieram-lhe dizer que sua filha, a Marta, o amor de sua vida, podia ser encontrada todas as noites atrás do muro do Hospital aos amassos com o jovem padeiro, o Aluísio. Ele foi aconselhado a fazer uma oração a Maria-desatadora-dos-nós. Não sabemos se o Zequinha conseguiu se livrar de todos eles.

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Sunday, June 21, 2009

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 131



Créditos vencidos

Sentado a sua frente ele a via passar a folhinha do ano. Este mal começara e Ella tinha muito que passar até escolher um santo que lhe conviesse. Ele observa aquilo sem muito interesse embora compreendendo o que Ella queria dizer com o gesto. Subitamente lembra que tem algo importante a fazer e, dirigindo-se a Ella pede:
- Eu sei que meu crédito está acabando, mas você podia me transferir um pouco de alguém que não precisa ou está dilapidando o seu. Ella devolveu-lhe o olhar e balançou a cabeça:
- Não! De jeito nenhum...

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“FESTA DO PARAZINHO”


“FESTA DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO DO PARAZINHO”

Inicia-se a 22 de junho prolongando-se até 2 de julho a conhecida “Festa do Parazinho”. Trata-se de festejos católicos em homenagem a Nossa Senhora do Livramento e que relembram pretenso milagre no salvamento de marinheiros ocorrido no litoral vizinho à Vila de Parazinho, em tempos coloniais. A festa é conhecida nacionalmente como tradicional local de romaria e peregrinação.
(Foto das duas igrejas)

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Saturday, June 20, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 76


LÍVIO BARRETO

O poema, de autoria do poeta Granjense, abaixo transcrito, foi publicado em os “Dolentes”:

TORTURADO

A Antônio Horácio

Por que hás de vir assim com teu sorriso calmo
E a tua voz maviosa, e o teu olhar radiante,
De minh´alma sondar o fundo abismo hiante,
Como quem sonda um mau terreno palmo a palmo?

Há clangor de blasfêmia e doçuras de salmo,
Em tôrno; e em cima o vento histérico e possante
Da dúvida cruel com seu sopro gigante,
Ruge, quando em teu rosto o meu olhar espalmo.

Se sorris, eu recuo; se choras, me aproximo
E, como um rio, então abro o meu seio, o limo
Dorme quieto ao fundo: é o repouso da Dor!

Sufoca o teu querer; preme ao seio a paixão...
Não chega a saciar meu doido coração
A mágoa deste afeto, a angústia deste amor!

22-1-95

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Friday, June 19, 2009

VISTAS DA GRANJA 99



O “Barrocão” sob as águas do Coreaú

Fotos tomadas no “Barrocão”, também conhecido como “Bairro São Francisco”, feitas no princípio de 2009, bem antes das enchentes de abril/maio do Rio Coreaú, em Granja.

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Wednesday, June 17, 2009

FACES DAS FAVELAS


Audio slideshow: Faces das favelas

O artista francês JR marcou sua presença no Rio de Janeiro, no ano passado, com GRANDES POSTERS de olhos enormes, fixos, aparecendo nos prédios das favelas mais antigas da cidade.


Créditos: Photography by Helen Clegg and courtesy JR, AFP and Getty Images.Slideshow production: Helen Clegg and Paul Kerley. Publication date 17 June 2009.

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O Povo da Malhadinha/O Povo da Granja 85


Casamento desfeito

Ascânio Raposo deixava seus parentes na Malhadinha muito encabulados. Ele tinha um comportamento meio estranho e era muito exigente. Dizia que só casaria com uma jovem que trocasse a roupa de baixo pelo menos três vezes ao dia. Ele foi estudar fora e dizia, ao voltar, ter feito um doutorado em Química Quântica. Foi nessa época que ele começou a namorar Lavínia, uma moça do Iboaçu, filha de pai rico, bem situado. A jovem tinha por companheira moça de sua idade, muito bonita. Aproximando-se o casamento Ascânio mudou-se para a casa da noiva, pois morava na capital e a cerimônia seria no interior. Chegado o dia procuram o noivo por todos os cantos da casa e não o encontram. Subitamente, ouve-se um grito histérico da noiva. Passados alguns minutos ela consegue dizer que, tendo aberto a porta de um quarto que sempre ficava fechado, deu com o noivo montado sobre a amiga.

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HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 87


Os domínios do Barão da Lagoa

Lá do alto da colina Talzinho olhava para os antigos domínios do Barão da Lagoa e sentia muita inveja do que tinha sido e agora não podia mais ser. Antes, no tempo de seu antepassado mais ilustre, não havia toda essa confusão que estava havendo agora; tudo era simples, as pessoas obedeciam às ordens dele e contribuíam com seus donativos para o seu bem-estar. Era verdade que ninguém se interessava por essa história de aprender a ler ou ir para a escola. Isso era só para eles e olhe lá, pois muitos de seus irmãos e primos não gostavam de escola e não sabiam mesmo ler ou escrever, só sabiam tirar conta de somar e multiplicar. Ele lembra que quando menino o velho, que não gastava muito de seu próprio dinheiro, sempre conseguia trazer presentes para eles; certa vez, quando a Biblioteca Municipal fechou as portas por falta de verbas ele levou para a meninada um caixote de livros que eles usaram em lugar do papel higiênico no banheiro lá de baixo.

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Tuesday, June 16, 2009

TORNADOS CAUSAM DESTRUIÇÃO NOS EUA


Tornados causam destruição no estado do Colorado, nos EUA
Pelo menos dois tornados atingiram o estado.Nova Jersey também foi atingido por tempestade de granizo.

(Veja reportagem no G1 de 15/6/09)

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HISTÓRIAS DAS TERÇAS 57

Da Casa dos Deuses para Férias na Disneylândia

Em uma das dezenas de cavernas encontradas no Tepui, na Casa dos Deuses, nas altas montanhas da Venezuela, Talzinho bebericava seu uisquezinho fruindo dos conhecimentos e idéias que lhe passava seu mentor, o velho Diare. Interrompendo seu enlevo chega um emissário lá de baixo e lhe transmite a notícia de que agora tudo estava bem e que no próximo mês eles poderiam passar aquelas férias na Disneylândia. Talzinho levantou o copo de uísque e disse:
- Agora sim eles vão ver!
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Sunday, June 14, 2009

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 130

Coroa de borboletas azuis

A cada passo borboletas azuis esvoaçavam sobre sua cabeça formando uma coroa viva. Quando entrou em casa e subiu ao quarto a seu encontro ela o encantou, pois ele nunca havia visto imagem tão encantadora. Ela estendeu-se sobre a cama forrada com lençóis de linho branco, e esperou que ele dissesse alguma coisa. Mas, foi preciso que Judite tirasse a roupa para ele acordar de seu sonho. Borboletas azuis agora se transformavam em lírios que emolduravam sua cabeça enquanto seu corpo nu descansava sobre a cama. Mirando aquele jovem e belo corpo ele nota que os pés da menina são formados por delicadas, mas reais patas equinas.

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Friday, June 12, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 75


LÍVIO BARRETO, o “Lucas Bizarro” da Padaria Espiritual, nasceu em 1870 e faleceu em1895, tendo deixado uma única obra, “Dolentes” (póstuma). O poema abaixo transcrito foi dedicado ao também granjense e membro da Padaria Espiritual, Arthur Teófilo cujo pseudônimo na agremiação era Lopo de Mendoza.

OH, DEIXA-ME CHORAR!

A Arthur Teófilo

Oh! Deixa-me chorar! não me despertes
Da letargia atroz do desalento!
Procuro ansioso a paz, o esquecimento;
Dormem meus sonhos pálidos e inertes;

Embalde d´alma carinhosa vertes
Consolações; nas roscas do tormento
Duvida e zomba o coração friorento
E à confiança antiga o convertes.

Foi-se-lhe o dia; vem a noite agora,
Noite infinita sem rubor de aurora
Jamais na torva e fria imensidade!

Que amarga e trágica irrisão, querida!
Tu que já foste o sol de minha vida
És o morto luar desta saudade!


Camucim – Junho - 94
(A gravura acima é Dawn de Alphonse Mucha)

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Thursday, June 11, 2009

VISTAS DA GRANJA 98


O Riacho Itacolomi deságua – quando tem água - no Rio Coreaú em terras da Data Missão, no município de Granja. Melhor dizendo o riacho encontra o rio nessas terras.

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GEORGE SANTAYANA


"Aqueles que não podem lembrar o passado, estão condenados a repeti-lo"


disse George Santayana em "A Vida da Razão", de 1905.

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Wednesday, June 10, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 17


Bandeira do Brasil

Ele era um chato de galochas, assim achava Jorge Raposo. E o que é que você tem contra o rapaz? Perguntavam. Ele dizia:
- Olha além do sobrenome difícil de pronunciar ele conversa com as pessoas empurrando-as com os braços e às vezes até com a barriga imensa – de cerveja, na certa.
- Tudo bem, mas chato?
- Chato e sujo.
- Agora pronto! Sujo porque, Jorge?
- Há dias, talvez uma semana inteira já que eu o vejo com a mesma camisa, verde...
- Como tu sabe que é a mesma? Ele não pode ter mais de uma e estar usando-as a cada dia?
- É verdade, mas nesse caso seria uma enorme coincidência elas estarem manchadas com gema de ovo, e no mesmo lugar, bem acima do peito direito. Ele parece ser muito patriota...

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Tuesday, June 09, 2009

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 86


Montada em seu corcel negro


Ela entrou no quarto e o viu deitado sobre a cama, dormindo. Não estava dormindo, mas acordado com os olhos cerrados. Ao lado da cama, de pé, ela tirou o vestido puxando-o pela cabeça. Ficou somente com o essencial. Ele a via, apesar do fingimento e ela sabia disso. Deitou-se a seu lado virando-se ligeiramente e deu-lhe um leve beijo nos lábios. Ele abriu os olhos e sorriu. Ela disse: – Vou tomar banho, e lavar os dentes e volto já. Voltou depois de ter vestido a parte superior do baby doll. Daí a pouco estavam os dois rolando na cama larga por bastante tempo. Após gemidos, murmúrios e gritos os dois, cansados pararam com o jogo e tentaram dormir, pois amanhã tem muito trabalho, disse ele. Ela apaga a luz e diz: – Dorme benzinho. Boa noite viu? Ele responde e, no escuro, fecha os olhos e tenta dormir. Ele sabe que não conseguirá, mas tenta e fica tentando mais ainda e é invadido por cruéis pensamentos, ele revia toda a noite que tinham tido agora mesmo, nos mínimos detalhes e sempre vê o corpo e o rosto da outra, aquela que, montada em seu corcel negro tinha-lhe jogado coices inumeráveis vezes.

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RELÓGIO DE OURO ENCONTRADO DENTRO DE PEIXE



Pescador americano diz ter encontrado peixe com relógio ainda em funcionamento dentro de peixe. Veja a notícia sobre esse fato inusitado.
(G1 planeta bizarro 9/6/09)

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Monday, June 08, 2009

HISTÓRIAS DAS TERÇAS 56


SIGLAS DE GRANDES INSTITUIÇÕS

Em suas horas vagas, Nosso Guia, agora detido por apropriação indébita, dedica-se a um divertimento assaz interessante. Ele ganhou de seus amigos um laptop que, ao ser conectado à Rede Mundial, dava-lhe oportunidade de acessar muitos sites pornográficos e também sites de bobagens. Ele resolveu colecionar nomes de companhias que eram a cada dia mais longos, como os que ele listou para mostrar aos poucos amigos (?) que ainda apareciam em sua cela no IPPO:

Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado (CGRHE)
Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPSMF)
Fundação Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (FEMRH)
Encontro Mundial da Marcha Global Contra o Trabalho Infantil (EMMGCTI)
Encontro Mundial da Marcha Global Contra o Trabalho Infantil (EMMGCTI)
Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estatal na Atividade Bancária (PIRSPEAB).

Nenhum desses era tão longo como aquele de uma das últimas iniciativas que ele tomou em sua Gestão: criar o

Programa de Incentivo à Produção de Leite Materno em Matrizes Adrede Escolhidas para Fazer Parte desse Programa (PIPLMMAEFPP).

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Sunday, June 07, 2009

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 129


Os remédios do Zé Raimundo

Os xaropes eram tradição, mas engordavam. Verdade dita pelos médicos, mas ele não acreditava muito nessa história, no entanto, como queria manter o peso resolveu não tomar mais essas gororobas. O problema é que Zé Raimundo precisava de alguns remédios para tratar suas mazelas, como a erisipela, as friagens, os defluxos. Nos dias de hoje isso parece estranho, mas deixar de usar xarope era um disparate, pois no mato não se conhecia nada diferente. Daí foi quando aparecerem as “Pílulas de Bristol”, as “Pílulas Rosadas do Dr. Williams”, as “Pílulas Contra”, as “Pílulas de Mato” que, estas serviam para de um tudo. Logo, logo as boticas e bodegas foram invadidas por todas essas pílulas. E ele ficou satisfeito. A cada consulta trazia receita para mais um ou dois comprimidos. Zé Raimundo ficou viciado, não nas drogas, mas no ato de tomar de vinte a trinta comprimidos todos os dias.

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Friday, June 05, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 74


O poema abaixo é de LÍVIO BARRETO, publicado em seu livro póstumo “Dolentes”.

SPLEEN

Galé da vida, vou passando os dias,
Dias cruéis de desespero e tédio!
E da tristeza o rancoroso assédio
Mata-me n´alma a flor das alegrias.

Spleen constante, negras vagas frias
Da dúvida! Onde um bálsamo, um remédio?
Coração que naufraga, quem impede-o
De se afundar no mar das agonias?!

Fantástico mineiro, eu desço, à noite,
Ao fundo do meu ser, ao triste açoite
Do vento acerbo da Desolação!

Profunda queda! Perdição sombria!
Subo chorando ao monte da Utopia
Morta entre as ruínas do meu coração!

- 94 –
(A figura acima é uma reprodução do quadro The shade of the wind de David Graux.)

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Thursday, June 04, 2009

VISTAS DA GRANJA 97

O Rio Coreaú seco, na Granja.



Foto tomada ca. de 1977.

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Wednesday, June 03, 2009

O Povo da Malhadinha/O Povo da Granja 85


Ofereço meu facão Collins

Raimundo Maçambique parecia ser um camarada cheio de ódio, mas na verdade não era nada disso, o que ele era mesmo era um “malhadinha” de boa cepa. Ele chegou na capital e recebeu seu novo carro, zero quilômetro, comprado com o dinheiro da cera que tinha vendido. Guiando na capital ele deparou-se com um bom número de situações em que seu espírito de malhadinha queria se manifestar explicitamente. Em uma dessas vezes ele não resistiu e reclamou ao povo do Denite, escrevendo uma carta:

Senhor,

Escrevo a V. Mce. Para lhe oferecer meu facão Collins para fazer o serviço, pois parece que sua repartição não tem nem um facão para cortar os mato da beirada da estrada. É só mandar dizer onde eu entrego que na mesma hora o bicho chega lá.

Para ilustrar o caso mando essa fota tirada pelo meu sobrinho Jorge Raposo que estava comigo na ocasião. Veja aí em cima (ou embaixo).

Muito respeitosamente
Raimundo Maçambique (assinatura, pois o home sabe ferrar o nome).

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HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 85


Dinheiro da emergência

“Podem tirar o cavalo da chuva os prefeitos que, a pretexto de agilizar a movimentação financeira de suas cidades por causa das enchentes deste ano, queiram escoar para seus bolsos ou de parentes e amigos o dinheiro da emergência. Ou os que arriscarem desviar da finalidade as verbas de fundos constitucionais, como da educação e da saúde. Mesmo sem prever operações específicas para vistoriar essa possível situação, pelo menos por enquanto, os tribunais de contas confirmam que já olham para esse horizonte nebuloso que pode se formar.”


Ao ler os comentários acima, no ”O Povo”, Nosso Guia chamou seu representante na capital e encarregou-o de sondar as autoridades sobre se o Joaquim da Passagem poderia ser considerado amigo, uma vez que eles dois haviam tido uma grande briga de sangue e fogo na Praça do Mercado, presenciada por todo mundo. Ele adiantou então que, se o Joaquim da Passagem era seu inimigo ele poderia emprestar seus bolsos para receber a enchente de verbas que ele, Nosso Guia, poderia desviar, logo, logo.

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Monday, June 01, 2009

HISTÓRIAS DAS TERÇAS 55


Só soubemos notícias das enchentes no Hotel, em Nova Iorque

Tomando seu uisquezinho à beira da piscina no Hotel South Side, em Nova Iorque, Talzinho estava se preparando para voltar para sua querida Várzea às margens do Unai. Ele queria voltar, pois saíra cinco horas antes das grossas chuvas do fim do mês, que tinham resultado nas grandes enchentes em sua terra amada. Com o lapitope sobre as pernas ele procurava notícias depois de dez dias de ausência; notícias ele tinha, mas eram histórias contadas por seus cabos eleitorais e das quais ele desconfiava muito. Ele queria notícias frescas e se possível em tempo real. Acessou um bom número de sites como os da BBC, CNN, sites de notícias portugueses, chineses, russos, tudo - os brasileiros não, eram todos mentirosos – e não encontrou nenhuma referência a chuvas na Várzea. Como ele já não acreditava antes isso foi só um passo para a descrença total: não havia ocorrido nenhum desastre por lá. Mesmo assim ele resolveu voltar, e rapidamente. Pediu a Talfilho que o acompanhasse até à agência do Morgan Gurantee para tirar alguns dólares para despesas eventuais da viagem. Talfilho sugeriu que ele ficasse tomando seu uisquezinho e lhe passasse a senha. Talzinho olhou para ele com um sorriso maroto disse:
- Nem morto rapaz!

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