Wednesday, December 29, 2010

Tuesday, December 28, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS

Eu fiz um acordo com o tempo, nem eu fujo dele, nem ele me persegue, um dia a gente se encontra.

Mário Lago (1911 – 2002)


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Monday, December 27, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 203


O PASSADO PASSOU

- Será que a gente pode tirar o nome dele? Perguntou o amigo.
- Tirar de onde companheiro?
- Ora, você sabe...
- Mas isso é impossível! Além do que, ele está na Internet, está por toda parte!
- É verdade, mas eu tenho um amigo que sabe mexer com esse negócio e me garante que vai até o Google e retira qualquer coisa!
- Mas tudo isso pra que, camarada?
- É mesmo! Talvez não seja mesmo necessário ir tão longe.



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Monday, December 20, 2010

GRANJA - MERCEARIA E BAR




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AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS

A guerra contra os privilégios nunca terá fim. Sua próxima grande campanha será a guerra contra os privilégios especiais dos desprivilegiados.

H. L. Mencken (1880 – 1956)




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Sunday, December 19, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 202

ELE VAI TIRAR A MÃE DA FORCA.

Sendo o Sócio Gerente da fábrica de ventiladores em Pocinhos Ricardo contratou um advogado famoso para defender sua Mãe, mas não deu; ela foi condenada à forca. O dia da execução foi marcado e já se construía a geringonça. Na manhã do dia ele pegou sua Pajero Preta, novinha em folha e saiu a mais de mil em direção ao local do enforcamento... De longe ele viu o corpo de sua mãe balançando no ar.



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Wednesday, December 15, 2010

Sunday, December 12, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 201

O JUMENTO FILÓSOFO

O garoto cochilava, já tarde da noite, no banco da praça, à espera da D-20 que o levaria pra casa, lá no Sítio do Toco. Ele tinha assistido aula do curso de Filosofia dada pelo Professor Telêmaco. O garoto toma um susto e é despertado por um jumento que comia seu caderno de anotações. Ele ficou imaginando a transformação que o jegue sofreria: ele talvez se transformasse num perfeito prefeito.

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Friday, December 10, 2010

CONTOS DA RIBEIRA - 49


CLARIMUNDA DA RIBEIRA

Ele não frequentava a Igreja, nunca estudou no Seminário e nem mesmo foi coroinha, só ia a missas de sétimo dia de velhos conhecidos. Não acreditava em muitas coisas e carregava consigo um grave defeito. Era um eterno apaixonado, muito embora os objetos de suas paixões não tomassem conhecimento delas. Rogério levava assim sua vida que, por sinal, já estava dando sinais de grande desgaste. Aqui e ali ele tinha dúvidas, ou melhor, alguma garota lhe deixava dúvidas se ele ainda não poderia ter sucesso com esses seres estranhos. (...)

Foi num dia de domingo na Beira-rio que, fazendo sua caminhada diária, cruzou com ela. Ainda de longe ele havia notado seu caminhar meio desengonçado, rebolativo e quando cruzaram caminho ela olhou bem dentro de seus olhos; Rogério logo sentiu um incômodo, como se tivesse sido ferroado por uma abelha. A partir dessa ferroada, Clarimunda, pois era esse o nome da garota, não lhe deu mais trégua. Além dos encontros, ou melhor, dos cruzamentos diários na Beira-rio, ela encontrava pretextos vários para ir até a sua bodega para um dedo de prosa e adoração.

Esse ataque continuou por muito tempo até que ele foi completamente enredado na teia, não de abelhas que não as têm, mas numa teia de aranha negra, bem tecida e forte. Por mais que ela lhe satisfizesse em seus mínimos desejos Rogério não conseguia compreender qual o motivo desta tão grande atração que Clarimunda sentia por ele, é lógico, além de seu charme especial. Apesar de não entender as razões da jovem, sendo ela bem mais nova do que ele, Rogério passou a admitir que ela fosse preparar algumas frugais refeições, lavar algumas peças de roupa em sua casa, visto ser um rapaz solteiro e comer fora, costumeiramente.

A amizade entre os dois já ia a bom caminho e Rogério já se achava quase que enfeitiçado pela jovem; aliás, todos os seus amigos e parentes achavam que alguma coisa de sério iria acontecer com os dois. Foi então que Rogério passou a notar um comportamento muito estranho de Clarimunda. Ele notou que todas as sextas-feiras ela só aparecia em sua casa depois das 10 horas da noite. Por mais que ele procurasse a razão para isso não encontrava nada que justificasse o que acontecia. Nessas ocasiões ela levava sempre um potinho com uma ceia especial, geralmente um doce, que preparava para seu namorado.

Rogério queria tirar a limpo qual a razão do comportamento de sua nova amiga. Não que ele se importasse muito, mas é que gostava de tudo muito certinho em sua vida e isso estava-lhe atrapalhando os pensamentos. Ele resolveu investigar o fato começando pela vizinhança de Clarimunda. A menina tinha vindo do interior, de um lugarejo próximo ao Ibuassu; ninguém sabia sobre seus pais. Ela podia até ser uma invenção ou alucinação de Rogério. De qualquer forma ele perguntou a muita gente, com muito vagar a fim de não chamar atenção. Ninguém sabia de coisa alguma, mas todos diziam que ela só falava em seu namorado, que era bonito e delicado e muito dedicado.

Essa procura levou Rogério a descobrir que a casinha em que sua namorada morava dava os fundos para o Cemitério de Santa Eulália. O moço deu um jeito de observar Clarimunda a partir do interior do cemitério. Numa sexta-feira ele foi bem cedo até o cemitério e, dando um agrado para o zelador, conseguiu sua permissão para entrar no campo santo. Ao entrar, escondendo-se por trás de túmulos antigos, ficou a espreita, mirando a parte de trás da casinha de sua namorada. Já estava escuro quando ele foi recompensado e viu a jovem sair pela porta dos fundos de sua casa e entrar para o cemitério através de uma abertura muito estreita que ele só conseguiu ver com muito esforço e porque notou que ela chegava perto da parede do lado externo e logo aparecia do lado interno, assim bem rapidinho. Rogério viu que ela se dirigia para uma parte do cemitério onde estavam sepultadas pessoas importantes, dos tempos antigos da cidade. Ele também observou que Clarimunda levava alguma coisa em suas mãos e, espichando bem o pescoço ele viu que era uma pequena bolsa escura.

Rogério ficou na dúvida se acompanhava Clarimunda em seu périplo e suas ações no cemitério ou se passava através da abertura na parede para sua casa e a examinava. Ele preferiu acompanhá-la com cuidado e ver se descobria o que sua namoradinha fazia nesse lugar não de todo adequado para ela, pensava ele. Rogério viu quando ela chegou a um túmulo antigo e meio que desabando e, ajoelhada, começou a cavar a superfície usando um objeto, talvez uma pazinha de jardim, que retirara da pequena bolsa escura. Não demorou muito e ele ouviu um som de metal sobre madeira e acreditou que a jovem havia atingido alguma estrutura abaixo da superfície. Por sua atitude parecia que ela já havia mexido anteriormente no caixão, pois certamente, era um caixão de que se tratava. Com o coração batendo apressadamente ele não arredou o pé e viu que Clarimunda retirava um pequeno osso enterrado no local e o colocava, juntamente com a pá, na bolsa escura que trazia.

A moça se dirige então, de volta à abertura na parede do cemitério e a atravessa sem dificuldade alguma chegando à sua casa. Rogério deixa passar alguns minutos e vai até o local e tenta passar por essa abertura, mas não consegue, pois ela é estreita demais. Ele não sabe como Clarimunda conseguiu atravessá-la, mas resolve pular o muro e ficar de espreita na porta da cozinha que se encontrava semiaberta.

O que ele viu causou-lhe um grande espanto. Clarimunda pegou o pequeno osso que aparentava estar muito frágil e o reduziu a pó utilizando um almofariz de pedra e um pistilo. Certamente a quantidade de osso que ela trouxera foi suficiente para a preparação que faria, pois Clarimunda adicionou um líquido azulado guardado em uma pequena garrafa de vidro que estava ao lado dos outros ingredientes e apetrechos. Após ter misturado bem o pó de osso com o líquido ela retira um colher de sopa bem cheia com a mistura e adiciona à pequena panela onde alguma coisa estava fervendo sobre o fogão. Após ter mexido bem os ingredientes ela apagou o fogo e verteu a mistura em um potinho tudo por tudo igual aos que ela lhe levava em outras sextas-feiras. Logo, logo Rogério sai apressado e, sem dar boas noites para nenhum dos vizinhos sentados em frente às suas casas vai para a sua.

Sem ter que esperar muito ele pressente a chegada de Clarimunda que, por esse tempo já tem a chave de sua casa. Ela entra e logo lhe diz:

- Boa noite, meu bem! Você está bem?
- Tudo bem...
- Eu trouxe um potinho de doce de caju em massa para você. Acabo de tirar do fogão. Acho que está delicioso. Você quer experimentar logo?

Sem esperar por seu consentimento Clarimunda põe uma boa quantidade de doce em um pratinho e da para Rogério. Ele come o doce sentindo uns pedacinhos que lhe parecem ser fragmentos de castanha de caju.


Texto: Kézia Sena (http://cartaskelus.blogspot.com/2010/07/bastou-um-olhar.html)
Foto: Mariana Neto
Modelo: Camilla Savi



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GRANJA NA TV - CARAVANA VERDES MARES

Vejam abaixo vídeos sobre matérias apresentadas pela TV Verdes Mares em abril de 2010.(Vídeos postados por jordanyxp.)








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Thursday, December 09, 2010

A VACA NÃO SAI DO BREJO

O Senador Demóstenes Torres (DEM) publicou, recentemente, o artigo acima (A vaca não sai do brejo) no "Blog do Ricardo Noblat". No artigo o Senador analisa os resultados publicados no relatório "De olho nas Metas 2010", elaborado pela organização não governamental "Todos pela Educação" que mostra que a inclusão e a qualidade do ensino no País só serão satisfatoriamente fechadas em 2050. Clique no link abaixo para ler o artigo.

Artigo : A vaca não sai do brejo


Globo Online



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GRANJA - SEDE DA PREFEITURA MUNI IP L




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Wednesday, December 08, 2010

Tuesday, December 07, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS




No passado eu não compreendia porque não encontrava respostas às minhas perguntas; hoje não compreendo como podia acreditar que pudesse perguntar. Entretanto, eu não acreditava, perguntava somente.

Franz Kafka (1883 – 1924)





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Sunday, December 05, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 200


HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 200


O DOIDO DO CHICO


O Chico da Dona Hortênsia, aquele que morava na Capital e veio embora, só pode ta doido mesmo. Pois não é que ele comprou, por um dinheirão, vinte mil, uma casa na beira da praia, um verdadeiro palácio aos seus olhos e não passou dois anos ele a vendeu, por oito mil, agora uma verdadeira choupana, aos seus mesmos olhos! A mulher que a vendeu era sabida e a que a comprou também; o único burro ou doido era o Chico.



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Carvalho Motta - Capitalista e Governador


Foi lançado ontem (4/12/2010) o livro "Carvalho Motta - Capitalista e Governador" de autoria de José Xavier Filho. O lançamento se deu na sede do Instituto José Xavier em Granja (Ce). O livro trata de aspectos da vida do Coronel Antonio Frederico de Carvalho Motta comerciante e capitalista de Granja e que ascendeu à Presidência do Estado do Ceará em janeiro de 1912.

O livro poderá ser adquirido (por R$ 20,00) em Fortaleza na Livraria Oboé (Center Um) e em Granja na sede do IJX (Rua Pessoa Anta, 564 - Telefone (085) 99501157 e email: institutojosexavier@yahoo.com.br).

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Friday, December 03, 2010

A VIDA AVENTUROSA DE TROFIM VASEC EM DIVERSOS CAPÍTULOS – 20


TALZINHO E O NAMORO DO ZÉ PRETO

Trofim Vasec andava muito desconfiado. Ele tinha quase certeza do namoro de seu amigo Zé Preto com uma das filhas, a mais bonita, do Senhor Cristóvão. Ele não tinha nada assim a ver com o namoro dos dois, mas como gostava muito do amigo ele se preocupava com o andar do caso. O eslavo gostaria de conversar com o amigo, pois como este era casado e tinha muitos filhos, ele ficava imaginando que Dona Candinha sofreria muito se o namoro fosse descoberto. Essa preocupação e essas razões eram o que aparecia para os amigos de Trofim que também desconfiavam. O Zé Preto não estava nem aí. Podia ser descoberto ou não, o fato é que ele estava apaixonado pela menina e, nada importava como sabemos para quem está apaixonado. (...)



O Zé Preto gostava de viver na corda bamba, pois ele sempre estava falando, discursando em solenidades e festas da Igreja e soltava indiretas ao afirmar que tinha um caráter apaixonado e gostava de apreciar o belo e por ai vai. Dona Candinha ouvia essas falas do marido e ficava desconfiada, mas nunca chegou a descobrir coisa alguma. Só o amigo Trofim e uns poucos mais da roda de cerveja e do bilhar do Seu Tiago é que faziam a ligação entre o Zé Preto e a filha mais bonita do Senhor Cristóvão. Mas, como tudo tem um fim o falatório começou e o Zé Preto ficou encalacrado. O pior de tudo é que, por mais que não se quisesse, interesses políticos foram envolvidos. O namorado e apaixonado Zé Preto tinha um ótimo emprego na Coletoria arranjado pelo Coronel Melo com o Governador do Estado. Era evidente que era um emprego político, pois a qualquer hora o Coronel poderia pedir ao Governador que demitisse seu indicado e, certamente, colocasse outro no lugar. Sendo assim o emprego do Zé dependia de seu comportamento segundo a observação de seu padrinho político.

Era sabido e notório que os apaixonados se encontravam na Igreja, por trás da imagem do Santo Padroeiro. Eles tinham dia certo para os encontros e Trofim era um dos que sabiam qual era dia; se quisesse encontrá-los juntos era ir, pelas nove horas da noite à Igreja e subir até o altar mor e procurar atrás do Santo – lá estariam os dois em colóquio amoroso. Foi lá no alto, bem aos pés do Santo que Trofim descobriu que Talzinho estava metido nesse negócio. Ele não sabe como, mas o danado do Talzinho, ou melhor, sua imagem ou o que estava restando dela, apareceu atrás da imagem do Santo Padroeiro; ficou logo evidente a Trofim que Talzinho estava confabulando com Zé Preto a respeito de algum assunto sério, pelo menos para os dois. Após ele ter descoberto que os dois estavam conversando Trofim resolveu descer e esperar pelo Zé embaixo a fim de esclarecerem os fatos.

Quando o Zé Preto desceu e encontrou-se com Trofim não foi muito difícil para o eslavo descobrir o que tinha levado Talzinho a conversar com o apaixonado. Disse-lhe Zé Preto que Talzinho o tinha ameaçado de contar toda a história de sua paixão a Dona Candinha se ele não deixasse seu emprego na Coletoria e o passasse para seu sobrinho Ramon, o mais novo representante de seu clã. Só restava saber se este jovem aceitaria a negociação, pois o que ele queria mesmo era ser Coronel da Guarda Nacional. Trofim não gostou muito dessa história contada por Talzinho, pois no íntimo ele queria é que o boneco de madeira encostasse as chuteiras e deixa-se de assombrar as moças da cidade, principalmente Lídia a filha encostada de Seu Lalo.



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Thursday, December 02, 2010

"Bactéria que come arsênico abre nova perspectiva para vida fora da Terra"


Leia notícia de hoje no Estado de São Paulo que relata estudos da NASA sobre uma bactéria capaz de substituir o fósforo por arsênico.

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GRANJA - PRONTA PARA O MERCADO


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Wednesday, December 01, 2010

GRANJA - BREGUEÇOS DO HAROLDO


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Tuesday, November 30, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS


O cínico é aquele que, ao sentir cheiro de flores, olha em torno à procura de um caixão.

H. L. Mencken (1880 – 1956)


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Sunday, November 28, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 199


EU NÃO VOU DAR CARONA

Não! Não vou dar carona a ela de volta. Tem que aprender a se virar. Pensei. Minutos depois estou de volta ao ponto onde presumivelmente ela estaria. Sorriu e embarcou de volta.


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Saturday, November 27, 2010

CONTOS DA RIBEIRA - 48


ALEXIS GALES, ATRIZ DE CINEMA

Na Estação toda a cidade esperava por ela. O telegrama havia chegado para Wallinson Brevis, o dono do Cine Fênix. Ela, a mais famosa atriz de Hollywood, chegaria à cidade no horário das quatro. Logo uma multidão se dirigiu até a estação e pelo meio-dia não se conseguia nenhum lugar perto dos trilhos. O Agente, Seu Farias, estava muito preocupado, pois qualquer deslize de alguém e pronto o trem o esmagaria e isso traria um enorme prejuízo para a Rede. (...)


Alexis Gales, atriz de cinema, estrela de incontáveis filmes de caubói, tinha aceitado o convite de Wallinson para visitar a Ribeira e dar uma demonstração de sua arte. Ela viria acompanhada de seu agente que a trouxera ao Brasil em uma viagem de boa vontade, como era comum no tempo da Guerra. Alexis já tinha estado no Rio de Janeiro e em Nova Iorque no Piauí onde conheceu um dos mais novos teatros da cidade do vizinho estado. Viria também o companheiro de seus mais recentes filmes feitos em Hollywood. Trata-se do ator Clarke Blage que foi seu parceiro em Paixões Ardentes, um caubói de primeira linha e que traz muita emoção, já apresentado no Cine Fênix.
Nem um minuto antes nem um minuto depois o trem para, com um longo silvo, em frente à estação da RVC. Logo a banda do Mestre Zequinha ataca o dobrado Bonnie Annie Laurie de JP Sousa. A atriz apareceu e acenando para o povo desceu as escadas e tomou a direção da estação onde, de braços dados a Wallinson tomou a baratinha do Seu Altino em direção ao Hotel Casa Grande onde ficaria hospedada.

Após um pequeno descanso, pois a viagem havia sido enfadonha e as pessoas que a encontraram em Campos Breves, apesar de serem muito simpáticas, como o esguio crítico de cinema Emanuel B., a deixaram deveras enfadada. De qualquer modo aí pelas seis horas ela estava na varanda florida tomando uma cajuína e comendo raivas, produtos típicos da cidade.

Às oito horas todos da troupe se dirigem ao Cine Fênix na Praça da Igreja para a apresentação oficial. Ao chegarem foram encaminhados para a grande mesa guarnecida por uma toalha de linho bordada pela Fransquinha e adornada, pelas meninas de família da cidade, com enormes buquês de flores naturais. Alexis Gales sentou-se ao centro tendo Wallinson a seu lado direito e seu escorte Clarke Blage no lado esquerdo. A reunião foi iniciada com um discurso de boas vindas pelo crítico de cinema e de literatura de muitas outras coisas JB Tanko. Em virtude da total ignorância dos americanos em relação ao idioma português tomou a palavra Breno Barreto o agente da atriz para o Brasil e agradeceu em nome dos estrangeiros. A reunião foi encerrada com a declamação do Navio Negreiro, do poeta Castro Alves que, apesar de incompreensível para os americanos foi muito aplaudida pela performance dada por Aninha.

Em seguida a esses falatórios todos foi exibido um verdadeiro pot-pourri de cenas significativas de filmes da atriz homenageada. Uma salva de palmas demorada encerrou a reunião. Em seguida todos foram para a Praça da Igreja onde, no coreto, a banda do Mestre Zequinha atacava com as mais modernas marchinhas de carnaval.

A meia-noite Alexis Gales e seu séquito retiraram-se para o Hotel Casa Grande para seu repouso justo a espera do trem das seis horas de volta para Campos Breves.

Os jornais da capital, daí a alguns dias, ao noticiarem a visita exclusiva da a
matriz americana à Ribeira, foram pródigos em elogios ao empresário cinematográfico Wallinson Brevis que havia “proporcionado mais este salto cultural na cidade. A cidade da Ribeira está de parabéns!"




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Thursday, November 25, 2010

GRANJA - PROJETO DE ARBORIZAÇÃO


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Wednesday, November 24, 2010

GRANJA - UMA VISTA DA FEIRA


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Tuesday, November 23, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS





Ler sem refletir, é comer sem digerir.

Marquês de Marica (1773 – 1848)










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Sunday, November 21, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 198

A ONÇA COMEU ATÉ O SECRETÁRIO

O Manuel quase mata a onça que andava comendo os porcos lá nas Barrocas. Ela fugiu sem deixar rastro e só apareceu depois de um mês quando deram pela falta do gordo secretário da Prefeitura. A bicha estava dormindo atrás de um armário de ferro depois de ter comido o home.


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Saturday, November 20, 2010

A VIDA AVENTUROSA DE TROFIM VASEC EM DIVERSOS CAPÍTULOS – 19


PEÇAS PARA O MUSEU

Após o desaparecimento de Talzinho lá no Pé da Serra do Zé, comido pela onça que fazia morada na Fazenda do Zé de França e comia todas as suas criações, um grande número de histórias envolvendo este nosso herói começaram a aparecer. Muitos diziam que um lobisomem andava assombrando as pessoas pros lados do cemitério e que a mula sem cabeça passou a aparecer mais vezes na parede do açude; diziam também que o curupira fazia das suas pela Várzea Seca. O que é fato é que a população estava assombrada e, se forem somados os estragos que a onça do Zé de França continuava a fazer era mesmo de assombrar todo mundo. (...)


Foi por esse tempo que o Senhor Bispo encarregou seu povo de procurar imagens de santos nas fazendas para ornamentar o novo museu que ele tinha mandado construir e estava quase pronto para inaugurar. Só da Ribeira tinha ido um monte de coisas, entre alfaias de todos os tipos, sinos, instrumentos musicais, cadeiras e santos de madeira. Pelo sertão adentro todos procuravam o que mandar para o Senhor Bispo. Cemitérios antigos, do tempo dos índios e dos baianos, eram vasculhados à procura de imagens e outros objetos; casas de fazenda com seus santuários eram vasculhadas e seus moradores obrigados a entregar os quadros e santos expostos nas camarinhas. Eles não podiam vender, pois o museu não tinha dinheiro para comprar, mas se não entregassem os objetos o castigo cairia sobre eles.

Quando pessoas, entre as quais estavam Trofim Vasec e Zé de França, participantes de um dos grupos encarregados dessas buscas por objetos pios lembraram que o cemitério poderia ser uma boa fonte de imagens e outros itens foram até lá. Ao chegarem sentiram uma força de atração enorme que os levou até o túmulo onde fora sepultado Talzinho, há poucos meses. Uma pequena investigação os convenceu que o local havia sido profanado. A palavra talvez não seja profanado, mas de qualquer modo o túmulo parecia ter sido aberto e de dentro para fora.

Eles verificaram cuidadosamente que o Talzinho de madeira que havia sido sepultado continuava sepultado, mas de um modo evidentemente diferente do que acontecera no dia de seu enterro. A muito custo eles conseguiram dialogar com Talzinho, mas verificaram que ele se recusava a participar do movimento, isto é, ele não admitia ser doado para o museu sacro do Senhor Bispo. Por mais que seu velho amigo Trofim Vasec tentasse convencê-lo da justeza da causa ele se mostrava irredutível. O nosso amigo eslavo chegou a acenar com muitas vantagens para a cidade assim como para eles agora separados pelo muro intransponível da morte.

Após uma longa conversa Talzinho diz que ele, na situação em que se encontrava agora, tinha até mais liberdade de movimentos e ações do que tinha anteriormente. Ele admitia que não tivesse mais aqueles achaques todos e todos os seus penduricalhos funcionavam a pleno vapor. Ele admitiu que andasse até muito ocupado tentando dar conta de tudo quanto era cabritinha que aparecia nas vargens quando ele vagava nas noites de lua sobre a parede do açude.

Foi com por essa conversa do amigo que Trofim descobriu terem explicação as aparições que assustavam o povo na parede do açude e nas várzeas em dias de lua cheia.



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Thursday, November 18, 2010

GRANJA É NOVAMENTE CAMPEÃ!


RIQUEZA?

Leia notícia publicada no "Ceará Blog" em 15/11/2010:

Pesquisa mostra Granja com o maior índice de miséria entre municípios do CE

Levantamento foi baseado em microdados da PNAD/IBGE.

Por: Luciano Augusto

Levantamento do Centro de Políticas Sociais, da Fundação Getúlio Vargas, revela que o município de Granja, distante 300 km de Fortaleza, é destaque negativo como único do Estado com alto índice de pessoas em situação de miséria.

O mapa brasileiro da pobreza inclui o município cearense com mais de 60% dos moradores vivendo em extrema condição de pobreza.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, para erradicar a pobreza no país, seriam necessários gastos de mais de R$ 21 bilhões. Somente no Ceará, o custo médio chegaria ao valor de R$ 16,6 mensais por pessoa.

As informações foram baseados em microdados da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística"

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Todos os que se interessam por Granja e temem pelo futuro de suas crianças sentem-se alegres quando essas notícias e pesquisas de fora ultrapassam os muros da cidade. Estamos cansados de saber que intramuros não há um só sussurro a respeito. Um pouco de reação, pelo menos!

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GRANJA - MÁ PONTARIA


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Wednesday, November 17, 2010

GRANJA - COLETA SELETIVA


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Tuesday, November 16, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS


Nada basta quando o bastante não basta.


Epicuro (341 a.C – 271 a.C)


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Sunday, November 14, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 197


TU TÁ COM OSTOPOR!

- Ritinha tu ta é com ostopor! Eu até aposto! E repara bem, isso só passa se tu cumê muita sardinha!

Ritinha quis dizer alguma coisa, mas desistiu. Pediu a prima para comprar umas sardinhas para o jantar


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Saturday, November 13, 2010

AVE MARIA PELA MULTIDÃO



A Ave Maria de Bach/Gounod é uma das composições mais famosas e gravadas sobre o texto de "Ave Maria".

Escrita por Charles Gounod em 1859, a Ave Maria é constituída por uma melodia sobreposta ao Preludio No. 1 em C maior do Livro I de O Cravo Bem Temperado (BWV 846), composta por Johann Sebastian Bach. (Ver Wikipedia).

Bobby McFerrin leva a multidão a cantar esta peça romântica. Veja o vídeo.


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CONTOS DA RIBEIRA - 47


FARMÁCIA SÃO PEDRO

A farmácia São Pedro era conhecida em toda a região. O dono, farmacêutico formado na Faculdade da Bahia ainda no tempo do Império, era famoso por produzir medicamentos muito eficazes contra uma série de males. Seu Tito dominava todo o setor de saúde da Ribeira, pois não havia médicos num raio de 20 léguas. Somente em Sobral havia médicos formados, mas nunca estavam à mão para atender a pacientes em lugares tão longes como a Ribeira. (...)

Seu Tito estava acostumado a tratar de doenças dos mais diversos tipos que apareciam na cidade. Sempre com uma margem de sucesso que lhe angariava uma sólida clientela e bastante dinheiro, pois com ele não tinha essa história do “Deus lhe pague”: os pacientes agradeciam o tratamento e a cura e nunca pagavam em moeda sonante. Sempre aparecia algum doente com erisipela, morféia, espinhela caída, câncio e ferida braba, dor de dente, ostoporose e febres dos mais diferentes tipos. Ele lutava contra uma grande concorrência por parte de Mãe Joana e outras rezadeiras que tinham muita freguesia, atuando na periferia da cidade, principalmente no Baixio.

Alguns dos remédios produzidos por Seu Tito eram conhecidos em toda a região e vendidos com grande sucesso. Havia dois produtos muito populares e que tinham uma saída grande em sua farmácia: o “Vida longa” e o “Chá de capororoca”. O primeiro era indicado para ostoporose e o chá, segundo o farmacêutico, ajudava no tratamento da morféia, doença muito temida em toda a região. A casca da capororoca, uma planta do Aumazona, era enviada em pequenos fardos pelo irmão de Seu Tito que tinha um seringal no Alto Envira. O farmacêutico preparava esse chá nos fundos da farmácia onde ele tinha uma espécie de laboratório. Ninguém tinha permissão de penetrar no local que era escuro e mal cheiroso. Aí ele preparava os outros remédios, incluindo o “Vida longa”, que, este tinha um cheiro forte de sardinha. Era também de se notar o cheiro forte do “Chá de capororoca”, pois cheirava a osso queimado.

Seu Tito já estava estabelecido há muitos anos quando apareceu na cidade, vindo das bandas do Pará, um senhor bem vestido e falante que alguns lembravam ser neto de um dos antigos coronéis criadores de gado da região. O Senhor Carvalho tinha vindo à cidade de seu avô a procura do mausoléu de sua família. Sua intenção era trasladar os restos mortais dos seus parentes para o Cemitério de Nossa Senhora da Soledade em Belém onde as mulheres de sua família poderiam rezar a vontade pela alma dos seus antigos parentes.


O Senhor Carvalho foi ao Cemitério e, falando com o Seu Raimundo, o responsável por sua guarda, localizou um dos túmulos que lhe interessavam. Era exatamente o do Coronel Carvalho, o primeiro membro da família a ser enterrado no Cemitério da Ribeira. Localizado o local do sepultamento, marcado com uma lápide de mármore branco, que por sinal estava quebrada, o Senhor Carvalho foi à procura do Padre Venâncio a fim de pedir autorização para a remoção e traslado do que restava do Coronel Carvalho. Após muita conversa o padre dá autorização para o parente fazer a inumação de, no máximo, cinco corpos. Aliás, não eram mais corpos, mas certamente esqueletos bem consumidos pela ação do tempo, dos agentes naturais.

Seu Raimundo foi contratado pelo Senhor Carvalho para abrir os túmulos de cinco parentes, a essa altura, já localizados no cemitério. Foi decidido que a operação se daria à noite e sem qualquer divulgação ou anúncio e somente pelo velho guardador de almas. Os restos, ou melhor, os ossos, seriam de imediato postos em caixas de madeira, identificadas e lacradas para serem levadas para o Pará.

Quando Seu Raimundo começou a trabalhar no túmulo do Coronel Carvalho ele notou logo que alguma coisa estranha tinha acontecido. Ele encontrou a tampa do caixão fora do lugar e o dito cujo todo destroçado. O velho logo descobriu que os ossos do Coronel não estavam em seu caixão. Ao ser comunicado do fato o Senhor Carvalho, desconfiando de alguma coisa, mandou que Seu Raimundo abrisse logo todos os outros túmulos anteriormente escolhidos. Foi sem muita surpresa que se descobriu que todos os ossos de todos os defuntos escolhidos estavam faltando.


Logo, logo o Senhor Carvalho foi à Delegacia de Polícia para dar queixa da violação dos túmulos de seus parentes. Acontece que o Senhor Delegado não se encontrava e a Ordenança disse que ele teria de ir até a Praia do Pinto, cidade vizinha, para fazer o BO. Depois que ele fez o tal BO e a denúncia foi instaurado um rigoroso inquérito que, após mais de cinco anos ainda não foi concluído. O Senhor Carvalho voltou para o Pará de mãos abanando.


A notícia da violação correu toda a cidade e, os cochichos e fuxicos e boatos corriam soltos pela cidade. Todos diziam que o responsável seria Seu Tito, o farmacêutico. Adiantavam também que os remédios que ele preparava continham pó de ossos de cadáveres e certamente carne humana apanhados de defuntos no Cemitério.

Confrontado com os rumores Seu Tito negou veementemente o fato e sugeriu que aquilo seria intriga de seus desafetos e de membros da oposição. Após as eleições e a volta do Senhor Carvalho para o Pará os boateiros e fuxiqueiros deixaram de mão Seu Tito e suas mezinhas. Ele passou a ser visto de madrugada caminhando pela estrada que ia para a Praia do Pinto com um saco vazio nas costas. Os fuxiqueiros dizem que ele ia visitar o cemitério das crianças.


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Friday, November 12, 2010

Clint Eastwood


O ator norte americano Clint Eastwood, em entrevista à revista alemã TV-Movie afirmou que gostaria de reincarnar como um inseto. Veja matéria publicada pelo "Estado de São Paulo" de hoje.

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Thursday, November 11, 2010

GRANJA - É VERDADE!


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Wednesday, November 10, 2010

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS


Há momentos em que a maior sabedoria é parecer não saber nada.

Sun tzu (544 – 496 AC)

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Tuesday, November 09, 2010

GRANJA - O BEBÊ E SUA BABÁ


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Sunday, November 07, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 196


A ONÇA COMEU ATÉ O BEZIN

Tava todo mundo com medo. A onça já tinha comido as galinhas, as cabras e os porcos da Cachoeira. Foi então que ela começou a comer os bicho do lado de cá da estrada. O medo cresceu quando ela comeu o Bezin e sua bicicleta sonora. Uns poucos acharam bom, pois agora ninguém mais ouvia a propaganda eleitoral.


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Saturday, November 06, 2010

A VIDA AVENTUROSA DE TROFIM VASEC EM DIVERSOS CAPÍTULOS – 18


O ENTERRO DE TALZINHO

O povo lá na Ribeira diz que o Talzinho morreu durante uma caçada que fez junto com Trofim Vasec quando uma onça o atacou lá pras bandas do Pará, perto da casa do Zé de França. Ocorre que nem todo mundo acreditava nessa história, pois seu corpo não tinha aparecido. O que se dizia e isso era reforçado pela palavra de Trofim era que a tal onça o havia comido inteirinho como o Jacaré comeu o Ivan, lá pros lados da Rússia. Até nisso o Talzinho era importante: imagine que seu desaparecimento era comparado com o de um nobre russo! (...)


O que é fato é que o Talzinho reapareceu ou ressuscitou, aliás, como já fizera algumas vezes no princípio de sua carreira, ainda com o cheiro trazido das montanhas nevadas da Venezuela. Dessa vez ele apareceu mesmo foi na parede do açude do Pará e, o que é de se salientar, assombrando o povo durante as madrugadas frias. As pessoas que o encontravam relatavam histórias bem estranhas. Em uma delas se dizia que o antigo alcaide reclamava pelo fato de não ter encontrado, depois de ter voltado, nenhuma das dezenas de caixas de uísque que havia deixado em sua casa mal-assombrada. Outra dessas incontáveis histórias era aquela de que seu corpo não fora sepultado como ele havia deixado dito em papel registrado no cartório.

Como seria ele sepultado se seu corpo não havia sido encontrado? As pessoas discutiam na cidade. Muitos de seus amigos na Ribeira e em outros lugares onde ele era conhecido, e eram muitos, procuravam solução para esse dilema: enterrar o amigo que não tinha corpo? Uma das soluções mais engenhosas foi aquela aventada por Trofim Vasec. O nosso amigo eslavo sugeriu que se mandasse fazer um boneco de madeira com todas as características físicas de Talzinho, incluindo todas as peças artificiais que ele portava, e o sepultasse como se fosse o original. A princípio não houve acordo, mas com uma boa argumentação do eslavo logo tudo se resolveu.

O Toquinho, marceneiro de mão-cheia da cidade, foi o encarregado de fazer toda a obra: o boneco de madeira e o caixão. Madeira de primeira foi adquirida na Serraria do Chico Silva e, em poucos dias o Toquinho entregou no Armazém de Trofim a encomenda. Isso foi feito à noite para que ninguém desconfiasse de nada. O Toquinho foi pago com uma verba especial do Banco do Sertão que tinha dinheiro para tudo, inclusive para enterros de bonecos.

No dia seguinte Trofim Vasec reuniu os amigos da cidade e os companheiros da caçada em que Talzinho havia desaparecido e anunciou, do portão do Mercado, que o corpo do amigo, já erodido, havia sido encontrado e seria sepultado da maneira desejada por ele.

O Padre Pedro foi convocado e logo no dia seguinte o caixão com o Talzinho de madeira foi levado para as últimas cerimônias religiosas. Após todas as solenidades a que o morto ilustre tinha direito organizou-se o féretro que saiu da Praça da Igreja e dirigiu-se ao Cemitério. Houve um grande acompanhamento incluindo-se a Banda Alegria de Viver de Mestre Antoninho, formado pela Filarmônica e que tocava as mais belas peças de Souza, o grande compositor americano. Os sinos repicavam o tempo todo até a chegada ao Cemitério. Lá a cerimônia foi simples e só algumas poucas autoridades usaram da palavra, entre essas estava o Peba Preto que era viciado em discursos à beira de sepultura.

Não foram os poucos que observaram que Talzinho não tinha obtido o favor de ser sepultado como ele desejava. Ele passou sua vida dizendo que queria ser sepultado no mausoléu que mandou construir no Pará. Isso certamente daria o que falar por muito tempo ainda.


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