Sunday, December 28, 2014

ETS ESTÃO CHEGANDO - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 398

Foi só quando o avião da Vasp taxiava preparando para o vôo até Guarulhos que ele notou seu companheiro na poltrona ao lado. Mas uma conversa só se deu quando eles estavam sobre a capital paulista. O avião começou a voar em círculos sobre a cidade e os mais atentos, como eles dois, passaram a ficar apreensivos. Foi então que começaram a conversar. O colega ao lado era funcionário do Estado e ele, era professor de alguma coisa. O funcionário, Rui, passou a conversar sobre abdução de pessoas por ETs e que eles certamente naquela situação terminariam em um planeta distante da galáxia ou mesmo extra galáctico. Ele tomou de guardanapos de papel e desenhou uma série de figuras representando o que achava que fossem ETs encaminhando pobres humanos como eles dois para uma nave mãe que estava estacionada sobre a região. Seu estado de excitação o levou a pedir informações a uma das atendentes que disse estar o avião sem teto para pousar em Campinas o que faria dentro de alguns minutos a mais. Enquanto Rui tomava essa iniciativa o professor enxugava as palmas das mãos com um suor frio denotando um pavor contido a custo. 



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Monday, December 22, 2014

A GATA DA DONA ROSA - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 397

Sua avó morava na mesma casa de taipa que o marido, Zé  dos Troncos, havia construído quando casaram. Só tinha um quarto, a sala e a cozinha. Depois de quarenta anos de casados eles não suportavam mais a secura do sertão e o Seu Zé pegou um mal la nele que o levou para o pequeno cemitério. Daí Dona Rosa ficou só com o menino menor, o Zezinho, e a gata Mateira. Os outros, já grandinhos, tinham ganhado os bredos atrás de serviço; pois até os ricos passavam necessidades brabas. Ninguém sabia como Dona Rosa conseguia sobreviver, morando em sua casinha, a cinco quilômetros do centro. O fato é que ela e o menino se  mantinham magrinhos, mas em pé. Todo sábado, na feira Dona Rosa levava um preá, ou um mocó e até mesmo uma nambu, para vender. O resultado desse comércio dava para comprar farinha, feijão e um pouco de banha para uso de casa. Como Dona Rosa conseguia esses animais para vender e, certamente, para comer, ninguém sabia. Até que um dia o Velho Raposo passando perto de sua casinha para um pouco de prosa descobre o mistério. A velhinha conta-lhe sobre a gata Mateira que vivia com eles desde que fora abandonada por uma vizinha fugida da seca:

-Moço a minha gatinha Mateira sai de casa toda boca da noite e entra nos matos para caçar. Ela pega mocó, preá, nambu, rolinha e às vezes até avoante. Ela traz pra casa e tira o couro e deixa os bichinhos bem limpinhos em cima dessa trempe aí para eu cozinhar pra nós comer.  


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Sunday, December 14, 2014

ELE QUERIA ESCAPAR HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 396

Há tempos, durante uma de suas inúmeras crises quase existenciais, Jorge estava tão mal que amigos e amigas se cotizaram para comprar um terrenozinho e o material apropriado para, já sabem, não? O certo é que ele melhorou um pouco de suas agruras e os amigos desistiram das compras. Foi quando uma amiga de uma amiga de uma outra amiga foi visitá-lo para propor a ele um jogo. Era assim: ele estava convidado a encontrar a amiga de uma amiga de uma outra amiga que queria ajudá-lo nesse transe deprimente (?). Era o seguinte: essa primeira amiga era especializada em encaminhar pessoas como ele ao bom caminho, qualquer que fosse esse. Certo dia, depois de sua concordância, ele recebe uma ligação da Laura, era esse o nome da tal amiga prestativa. Ela o convidava a ir a um lugar muito especial onde as pessoas faziam amizades com pobrezinhos como ele e as levavam para o caminho da salvação. A evocação de São Longuinho, diziam todos os participantes, era forte e o candidato a ficar são, se tivesse forças, em um instante escapava das garras de Odin.  Jorge não conseguiu cumprir todos os passos e teve de desistir do tratamento, pois a coisa era assim, como um tratamento. Ele voltou ao Dr. Clairton, e logo foi resgatado das fundas águas do Stige.
 
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Thursday, December 11, 2014

SOLUÇÃO BUCAL


Quase seis horas da manhã e ela entra pelo quarto adentro, dando bons dias e carregando uma parafernália de seringas, tubos, pílulas já separadas para ele tomar e mais um montão de outras miudezas. Ela, a Rita, pega uma bacia de plástico azul com um líquido, assim pela metade e passa para ele antes de qualquer outra coisa e sem nada dizer. O matuto da Ribeira toma a bacia nas mãos e toca a beber aquele líquido com gosto de sabão. A princípio ele achou que fizesse parte do desjejum, mas quando a bela Rita olhou pra arrumação gritou:
- Seu Rui isto não é coisa para se beber; isto é para higiene bucal.
Passar por essa não estava escrito no receituário, mas para voltar para casa ele tinha de fazer tudo que lhe ordenassem. E ainda tinha de pagar uma enormidade e em moeda forte. 



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Monday, December 08, 2014

ESTOU ESPERANDO POR ELLA NA UTI - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 395

Na UTI, por poucos dias, Robert ficou em um leito ao lado de um senhor idoso, mas não tanto como ele próprio. O velho, pois parecia um e era mesmo, havia se operado para retirar pedras dos rins e estava se queixando tanto de dores abdominais como da ausência de seu filho. Só a Rita lhe agradava, pois que conversavam, isto é, ele falava e ela respondia com os famosos monossílabos. João não se conteve e puxou conversa com Robert.


J-Qual é o seu caso amigo?
Silêncio...
J-Você está cá há dias?
Rendendo-se Robert passa a responder...
R-Sim já estou cá há dois dias.
J-E quando vais sair?
R-O doutor diz que saio em mais dois dias.
J-Vai embora, de alta?
R-Não! Ainda vou para o quarto.
J-Ahn...
R-E qual é ou qual foi o seu caso?
J-Eu morri...
O velho João, olhando para o vizinho sorriu e virou o rosto para o outro lado. 




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MÃE GERARDINA - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 394

Rui viu o cartaz pregado no poste e o  leu. Nele estava impresso o anúncio, simples, mas que lhe chamou atenção. Dizia assim:
"Mãe Gerardina cura todos os males, doenças contagiosas e até o vírus ebola. E os de amor. Eu também curo até males do celunar. Me procure no telefone 9954-38455. Consultas a partir de 8:00 custam somente R$ 10,00".

Rui arrancou o cartaz já amarelado e o pôs no bolso. 

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Wednesday, November 26, 2014

A PEDRA ROSADA

- Deixa eu te contar essa história que vai te fazer bem. Disse o amigo Jorge. Aí vai:

"Ruggero acreditava que a pedra rosada lhe pertencia  por conquista. Ele a tinha conseguido com muita luta, desde os tempos em que andava do lado de lá das  montanhas geladas. Infelizmente, não conseguiu mantê-la por muito tempo. Não teve como lutar para conservá-la  em seu poder devido às forças humanas  e as sobrenaturais que interferiram no processo. Dada sua experiência ele achou que teria chances. Qual o que! Não foi possível vencer nenhum dos donos do mistério, nem seus seguidores fieis. Ruggero passou a acreditar que teria outra chance e encontraria a pedra rosada."



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Monday, November 24, 2014

80 ANOS PLUS

Ele esqueceu uma lista sobre a mesa de seu escritório e seu irmão mais novo a viu e foi saber dele de que se tratava. Um velho babaquara com essas idéias estranhas, dava para a Família se preocupar, pensou o irmão. Leia o que vazou para os parentes:

Dezembro de 2014 (mês da despedida):

Lista do que não fazer e eventualmente fazer  nos próximos meses:

-Só procurar  relacionamentos com senhoras com mais de sessenta anos.
-Só procurar relacionar-se com senhoras ricas.
-Não olhar para moças bonitas.
-Não relacionar-se com moças bonitas.
-Só procurar relacionamentos com mulheres intelectualizadas.
-Só relacionar-se com moças que possuam moradia própria.
-Só relacionar-se com moças que possuam carro de último modelo.
(A lista parecia uma "Bucket List", mas como ele não esperava morrer tão cedo isso não se aplica).



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Sunday, November 16, 2014

EM MUNIQUE - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 393

-De onde vocês vêm? (tradução)

-Aus Brasilien, terra de coisas bonitas, belezas naturais, garotas belíssimas...

Ai o chofer do taxi Mercedes ficou assanhado. Queria falar e ser compreendido, mas não havia jeito, pois ninguém entre eles falava a língua de Goethe ou de Merkel, melhor.

-Querem ir ver o que? (tradução). Vou levar vocês ao Allianz Arena(tradução).

-Oba! disse um deles. E o que é isso?

-É um estádio de futebol. Vocês não gostam? (tradução).

-Ora na certa. Vamos lá. E depois?

-Bier (sem tradução)


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Wednesday, November 12, 2014

O VELHO MERGULHOU NO INFERNO





Era uma vez uma jovem muito dedicada à sua profissão. Para ir ao trabalho diário ou para a Igreja aos sábados ela tinha de cruzar a floresta, negra, hostil, cheia de animais perigosos, como o grande búfalo branco. No trabalho ela lidava com pessoas  carentes que a admiravam muito,  seja por sua habilidade seja por sua beleza. Apesar de sua timidez, essa moça de ascendência coreana, Laih Tim, pois era esse seu nome, cultivava muitos amigos; ela estava sempre fazendo novas amizades. Em certa época ela, em seu trabalho, deparou-se com um senhor, já bem idoso, a quem despertou a atenção. Ao ser libertado ele encontrou-se com a jovem, às margens da floresta. Nada daí decorreu ou melhor tudo daí decorreu, pois parece que, como se diz, ele estava com os seus dias contados. Logo ele despediu-se de Laih Tim e embrenhou-se na floresta hostil e nunca mais foi visto, apesar dos esforços feitos por toda uma equipe de caçadores, usando até mesmo cães farejadores. Quando soube do resultado da busca Laih Tim mudou-se para uma cidade pequena do interior com a certeza que seu amigo tinha mergulhado nas profundezas do Hades.

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Monday, November 10, 2014

SEGUNDO DIA - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 392

No hotel, após o café fomos passear: Estoril, Cascais, Sintra e depois voltamos e passamos pelo Cabo da Roca, ponto mais ocidental de Portugal. Foi aí que tiramos fotos do sol poente na direção das Américas. Lindas. Publiquei no Facebook. Anteriormente em Sintra comecei a me sentir indisposto; deixei de subir algumas escadas de pedra ficando a espera do casal - genro e filha - que conseguiam galgar as alturas do Castelo. Em compensação comprei lembrancinhas na lojinha que fica logo na entrada. A minha recusa em subir as escadas prenunciava o que vinha pela frente. Tomamos o carro e fomos em direção ao Cabo da Roca onde ficamos - eu já me  sentindo meio ruim - até o crepúsculo; lá há um marco em pedra, encimado por uma cruz de mármore com um verso de Camões gravado: "Aqui/Onde a Terra se acaba/E o mar começa". Seguimos pela estrada sinuosa até a "Boca do Inferno", uma formação rochosa à beira-mar com a forma de uma enorme pinça que entra por terra a dentro e mete medo aos que transitam pelas pedras lisas da superfície, pois a queda pode ser fatal como dizem "eles". Jantamos em um restaurante à beira mar e logo depois fomos para o hotel. O próximo dia reservaria surpresa, pois eu tinha intuição de que alguma coisa iria acontecer apesar de não estar sentindo as já costumeiras dores.




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Thursday, November 06, 2014

MEU NOME É ELIA


Em jejum total desde o dia anterior, na enfermaria ele foi preparado para mais uma pequena intervenção: Agora eles queriam investigar como estavam suas vias superiores: faringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos, esôfago e duodeno e o mais que já me recuso a saber. Marcam para sete da  manhã mas só lá pelas oito começaram os procedimentos. Não se sente nada, diz uma das auxiliares, diferente de muitas outras intervenções como enfiar um cateter pela coxa e filmar o que vai acontecendo. Eles até  produzem CDs que projetam para o interessado (?). Talvez não vendam na esquina. Nada é agradável. Dessa vez, deitado em uma cama moderna e adequada para o caso, chega ao lado uma princesa árabe, cujo olhar é revelado pela burca. Dessa vez o olhar não é chamejante mas, sim de um intenso calor humano saindo de um par de olhos castanhos claros:
- Como é seu nome? Ela responde:
- Elia.
- Chii, é um nome bonito. Ela responde.

- É mesmo. Todo mundo gosta.

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Sunday, November 02, 2014

VIAGEM BREVE - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 391

Jorge Raposo não era afeito a experiências extra sensoriais, extracorpóreas e também não acreditava nessa história de "ver alma". Nesse último exemplo ele abre exceção para o caso que se passou há alguns anos: ele sempre dizia que vira por uns  bons dois minutos a  alma da tia de sua mulher, já morta há anos. Jorge  tinha era a  experiência de ter tomado a balsa de Caronte e descido ao Hades por diversas vezes.  Milagrosamente ele sempre conseguia escapar ao iludir Cérbero o guarda canino de três cabeças. O fato é que ele, por quatro vezes, havia escapado do Inferno. Agora a experiência (?) foi  diferente, pois ele tem plena certeza de ter ido e se desvencilhado, não das garras de Cérbero, mas do próprio abraço d´Ella sua perseguidora contumaz.

O cenário estava preparado para a encenação da peça - colocar "stents" nas artérias coronarianas - para livrá-lo do perigo de enfarte em sua recente viagem a Portugal. A intervenção talvez tenha demorado cerca de duas horas. A certa altura, perto do final, com quatro "stents" colocados, surge um problema: dizem que JR teve um enfarte. Foi nesse momento de grande dor que sentiu estar indo em direção, certamente não aos Campos Elíseos, mas direto para o Hades. A viagem foi curta, tendo sido interrompida e ele resgatado pelo Dr. Matias. Embora curta deu para compreender como é fácil fazê-la e difícil revertê-la. Durante essa viagem JR teve a sensação que estava sendo projetado à sua frente e rapidamente um filme em cores de alguns momentos de sua vidinha; isso logo acabou ficando somente uma sensação de incômodo por demais desagradável. Só isso? Após alguns dias e com mais complicações ficou com JR a certeza que sua vidinha encurtou consideravelmente, restando-lhe aproveitar o pouco dela e fazer o que quiser e o de que  gosta: ler, escrever, estudar, namorar, curtir os filhos e netos, tomar vinho, passear na Beira-Mar, cuidar do Instituto, não necessariamente nessa ordem, mas certamente com todas as despesas pagas. Será muito? 





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Wednesday, October 29, 2014

OUTRO CARROSSEL - HISTORIETAS DE QUINTA-FEIRA (?)



Há dias Jorge havia sonhado com um "Carrossel" e agora algo semelhante se repete. Saindo do Lab, vestindo seu jaleco branco, encaminhava-se para o fusca azul quando percebe pessoas em volta. Ouviu Fernando, o Secretário:
- É horrível!
- Horrível o que Fernando?
- As notícias sobre nosso amigo de pescarias!
Logo atrás vinha Vê sorrindo e acenando; o que seria? Juntaram-se alguns de seus alunos falando sobre resultados obtidos; ele disse:
- Tenham cuidado, pois os comunistas ouvem. Vão roubar nossas idéias. Mais pessoas juntavam-se daí não se via mais o carro. Nisso aparece o "novo chefão" dizendo:
- Cara! Cuidado com aglomerações. Você pode ser implicado.
Foi aí que viu Zé a quem há pouco lhe negara fazer bombas usando ácido pícrico.
- Não cara! Não faço! Os home cairão de podre. Zé ficou chateado. Então ele a viu saindo do auditório; sorrindo chegou perto e falou do sucesso do seminário. Wandercock estava presente, bem como Resnick, vindo de Israel. O “Carrossel”, uma verdadeira festa, ainda ia longe. Iriam até a Pelinca para um churrasco e cervejas. Então ela apareceu e disse pra ele:


- Volta cedo! Não vai ficar melado! 

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Monday, October 27, 2014

RELÓGIO ÀS AVESSAS - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 390

No seu aniversário de oitenta anos Rui recebeu um pacote enviado da China! Ele mais que depressa desfez o embrulho: era uma caixa de bambu, forrada com veludo vermelho e fechada com uma bela fechadura, talvez de prata, ou banhada nesse metal. Logo que abriu a caixinha ele foi tomado de surpresa: descansando entre mais veludo vermelho estava um lindo relógio de marca desconhecida, mas certamente uma marca chinesa. A jóia, pois era mesmo uma, tinha os ponteiros parados nas 12 horas. Ele pegou o objeto e procurou dar-lhe corda. Ouviu o tique-taque claro e metálico. Ficou admirando o presente  e tentando imaginar quem havia lhe enviado. Até verificou por diversas vezes o nome do destinatário: era sempre seu nome gravado em uma etiqueta bem delicada que via.  Coisa de chinês.  Não havia o nome do remetente, ou melhor, se havia ele não destrinchou, pois estava escrito em caracteres chineses. Intrigado estava intrigado ficou até algumas horas mais tarde quando novamente olhou para o relógio-jóia. Agora, com bastante cuidado ele observou que o relógio tinha os números correspondentes às horas marcados ao contrário, isto é, contrário aos dos nossos relógios e, mais, os ponteiros giravam da direita para a esquerda. Rui tentou alterar os movimentos por todos os modos a seu alcance, mas nada. O relógio marcava as horas certas, mas os ponteiros giravam na ordem inversa. Ele guardou a jóia no estojo e pôs tudo no cofre. Procuraria alguém que lhe explicasse o caso. Antes disso lembrou-se de um amigo que havia emigrado para a China há muitos anos e com quem ele tinha perdido contato. Era o Zé aquele que lhe pediu para fazer uma bomba para jogar nos milicos no tempo do golpe. Será que foi ele? Rui resolveu que iria tirar essa história a limpo. 




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Wednesday, October 22, 2014

OLHOS CHAMEJANTES



Deitado no catre imundo ele tentava dormir já pelo começo da manhã. Tinha passado a noite toda tentando conciliar o sono, mas nada. Continuava acordado como se fosse em uma manhã de quarta-feira quando ia às compras. Subitamente aquela figura de branco com uma cobertura na cabeça onde apareciam somente os dois olhos verdes quase incandescentes surge à sua frente. Sorria, estou certo, apesar de a boca não aparecer através da burca. Ela fazia gestos que ele traduzia por: "Vamos nos encontrar quando você sair daqui." Então desapareceu tão cedo como lhe tinha aparecido. Ele nunca mais a viu. Mas deixou marcas profundas. Procurou-a nas redes sociais e nada. 

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Monday, October 20, 2014

SONHO COM MILENA - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 389

Despertou após ter tido um sonho longo e inquietante e interrompido por diversas vezes. Ricardo nunca lembrava de seus sonhos, mas esse parece ter sido especial. Em resumo, ele sonhara com Milena. Quem lhe conhece pode logo deduzir como esse sonho podia perturbá-lo. Ele resolveu contá-lo para o amigo Zé do Adolfo que dividia inquietações com ele. Logo ao vê-lo disse: - Ouve este sonho, rapaz. E começou a contar: “A cidade tinha uma linha de VLT que passava em frente a Casa. Logo que o trem passou eu fui até a casa dela pedir alguma coisa e ficou claro que ela estava mesmo interessada em mim. Milena me oferecia algo, acho que uma fruta, talvez do sítio da família. Fiquei postado em frente a ela e vi o Raimundo, seu tio, empurrando uma bicicleta apanhar umas frutas deixadas antes por ela em cima de um montinho de tijolos. Ele falava comigo e me desejava boa sorte e ia embora para sua fazenda. Milena me dizia que seu Pai tinha machucado  a mão. Em casa minha irmã Cildinha me entregava um exemplar do Estadão, enrolado em um plástico transparente, que acabara de chegar; outros exemplares mais velhos estavam na Loja. Eu não deixava de pensar na Milena e pretendia ir viver, casar com ela.”

- Zé será que tu pode interpretar esse sonho? 

- Cara tu ta lascado; vai mesmo casar com a menina...

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Monday, October 13, 2014

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 388 MAIS UMA TENTATIVA D´ELLA

Ella apareceu com um aviso, um pio que só ele ouviu. Foi mesmo? Nada mais? Há dias que, feito uma águia, ou seria uma coruja, ela circula por onde ele anda. Ora na subida do morro, ora na subida para o Castelo. Preparava um bote (?). Subitamente, ao pé do morro do Castelo ele sentado em um banquinho de pedra de Lioz, sente sua presença. Não há muita conversa. Ella diz o que tem a dizer e ele diz o que vai fazer, que providências vai tomar. Não é um diálogo tenso. Passa a tormenta e ele vai para o Hospital. O Doutor avisa para todos sobre os procedimentos que vai seguir. A sala é muito clara e limpa e ninguém a vê, somente ele. Lá para as tantas Ella, num vôo rasante entre a parafernália de tubos, fios, luzes e comandos ela chega ao seu ouvido e diz: -Gajo de sorte! Médico bom! Vais embora, mas eu te alcanço logo. 


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Thursday, September 25, 2014

ATÉ AS PEDRAS SE ENCONTRAM

Após alguns anos sem se visitarem, nem mesmo se verem pelos shoppings, eles se encontram na Beira Mar.
- Oi Zé há quantos anos a gente não se ver rapaz!
-Pois é Chico, e morando na mesma cidade...
-Mas é muito bom a gente se encontrar, afinal.
-Pois é, por isso é que se diz que até as pedras se encontram...
-E se encontram mesmo! Disse o Zé.
-E tu tem certeza que elas se encontram?
-Tenho, pois já vi acontecer!
-Como assim?
-Olha, eu tava na beira do Rio em pleno meio dia quando notei que uma pedra escura, um seixo rolado, assim de um meio quilo, estava subindo pela areia da margem. Quando eu olhei com mais atenção vi que uma outra pedra, um pouco menorzinha começou a subir e com uma pressa maior do que a primeira. Fiquei de boca aberta por algum tempo e dai eu vi a pedra escura que ja tinha subido a ribanceira pular em cima da que vinha chegando!
-E o que aconteceu Chico?
-Daí foi aquele papoco danado, pois as duas parece que se gostavam e se aninharam uma na outra por um bom pedaço de tempo até que elas ficaram todas meladas de uma gosma preta fedorenta.
-E...
-Daí eu fui embora.
-Cara que história!?



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Monday, September 22, 2014

ESCOLA DE ATENAS - HISTORIETAS DE SEGUNDA- FEIRA 387

Toca o celular e Romualdo logo se apressa a atender, pois é da redação. O Chefe diz que ele deverá se dirigir a “Escola de antenas” para fazer uma matéria sobre o “Velho professor”. O camarada vai falar para um grupo seleto e eles precisam fazer a matéria para sair no Jornal da Noite. Essa historia de antenas e rotativas, como ele sabe, é importante para o noticiário e pode ser interessante para o público.

- Tudo bem Chefe, diz o Romualdo. Tô indo.

Ao chegar na  tal escola ele encontra um monte de velhotes trajando (?) roupas esquisitas e fazendo uma grande algazarra. Não foi difícil localizar o “Velho professor”, pois ele começava a descer os degraus acompanhado de seu amigo Pato.

Foi aí que Romualdo se encrencou e perdeu a matéria. Querendo entrevistar logo o “homem” ele tropeçou no “Seu Diógenes” e o deixou estendido nos degraus. A luz apagou e foi a maior confusão, pois todos os alunos da Escola o puseram para fora aos berros.

 

texto chamada continuação do texto/postagem
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Thursday, September 04, 2014

O DENTIFRÍCIO

Raimundinha comprou um dentifrício do tipo recomendado por seu dentista; custou os olhos da cara, mas segundo o odontólogo esse seria o santo remédio para seus dentes cariados. Quando chegou em casa foi logo ao banheiro para usar o tal. Pegou a escova, também novinha em folha e espremeu pra fora o troço. Subitamente a coisa saiu do dentifrício e se espalhou pela pia. Foi aquela meladeira toda e Raimundinha tentou fazer voltar parte para o dentifrício. Qual o que, pois por mais que ela tentasse a bicha não voltava para o dentifrício. A meladeira continuou e a menina não soube o que fazer. Lembrou-se do Otávio e gritou:


- Cara vem me ajudar a botar essa coisa aqui no dentifrício!


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Monday, September 01, 2014

QUANDO CHEGA O CIRCULAR 2 - HISTORIETAS DE SEGUNDA- FEIRA 386


Sentado no banco à espera do ônibus  ele sente a aproximação dela que passa sem o notar. Assim ele pensou, mas ela lançou - lhe, em um momento quase infinitesimal,  um olhar de interesse.  Ele a seguiu até vê-la tomar o Circular 2. Depois, por dois dias, ele a esperou no mesmo lugar. Ela não apareceu. No terceiro dia ele chegou meia  hora mais cedo e ficou sentado, inquieto. Finalmente ela apareceu e dessa vez deu-lhe um sorriso. Ele apressou-se e a seguiu  quando o Circular 2 chegou. Sentou-se ao seu lado e puxou conversa: 
- Vejo que você tem um livro. Gosta de ler? 
- Adoro. 
- Qual  autor você mais gosta? 
- Ah! Gosto muito do Roberto Cury... 
- Eu também.



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Thursday, August 28, 2014

UM SER ESTRANHO

Era um ser estranho.  Usava calça clara de sarja,  camisa cor de vinho rosé,  sandálias de couro cru, e meias pretas. Tudo isso vestindo um corpo franzino, encimado por um chapéu tipo Panamá com uma fitinha vermelha. Usava óculos de aviador da Segunda Guerra. Muitas vezes portava bengala, sem ter necessidade de uma. Nos shoppings era conhecido  das atendentes dos cafés e lojas de roupas e sapatarias. Vivia nas livrarias e quando saia de uma delas, portando um indefectível  livro, os  atendentes - não se chamam mais caixeiros - olhavam para ele desconfiados. Estaria levando algum livro sem pagar? Ele olhava de um lado para o outro esperando ser abordado. Saia com um passo apressado, entrava no café ao lado e pedia um macchiato. 

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Monday, August 25, 2014

RAIMUNDINHO E A CASCA DE BANANA - HISTORIETAS DE SEGUNDA- FEIRA 385

Diz o Raimundim excitado:


- Seu Pedo eu ia na Rua Velha quando vi uma mota que vinha
de frente e queria desviar do carro Fit pequeno e de uma  Escana e aí obrigou eu a pular pra calçada da Casa Grande. Caí em cima duma casca de banana curuda e bati as costelas no mei fii. Depois de dar uns grito de dor e de ninguém olhar pra mim atender vi o chofer
do carro pequeno fugir e o da Escana continuar pra rua do Mercado. Logo apareceu uma viatura da PR  que ficou atrevessada
na rua em frente da Escana. Os guarda saltaro para intimar o paraiba chofer da Escana.  Ele desceu das alturas e encarou os guarda
dizendo que eles arribassem, pois nada tinha acontecido; ele ainda teve a caridade de dar cem reais pros dois. Para o motoqueiro ele ainda mandou consertar o pneu furado. Agora pra mim não deu nada e eu to com as costas doendo desde onte onte que foi o dia da batida. 

Seu Pedo disse: 
- História grande Raimundim. Toma vinte reais e vai logo comprar
um remédio pras costas! 


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Thursday, August 21, 2014

PRIMEIRA AULA DE FACEBOOK

Seu Manuel queria aprender a mexer no "face". Daí alguém indicou ao velhinho um curso de Facebook nas Faculdades Reunidas, la no fim da Santos Dumont. Ele pediu informações e a mocinha que o atendeu, pois só podia ser uma, disse para aparecer na segunda-feira e dai começavam as aulas. As aulas, cinco ao todo, custavam 500 reais. Ele seria bem vindo.
-Ta certo. Na segunda-feira ele foi e logo encontrou a sala. O professor era um rapazinho metido a sabido que distribuiu folhas de papel com o teor da primeira aula. Estava escrito:

PRIMEIRA AULA.

-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!
-kkkkkkkkkkkkkkkkkk!
-KKKKKKKK...
-Parabéns!!!!
-Hummmmmmm
-nã! kkkk
-LOL
-Amei mt!!!!!!!
-Lindos!!!
-Lindas!!!
-Lindooooooooooossssss!!!
-Lindaaaaaaaaaassss!!!
-Kkkkkkkknkn
-...hehehe
-Bom diiiiaaaaa...
-Hahaha...
-Vooooooooooooooooolta meu amor...
-CHOOOOOOOOOORA
- HUMMMMMMMMMMMMMMMMM
UHSAAHUHAUAHUAUHAHAUHUHUSHSAUHSAUAHSAUHASUSHUAHUH
SAUAHSUASHAUHSAAHUSAHAUHSUSAHASUHAUHASUHAUSAHUAHU
SAHAUHAUAHAUSHSAUHUSAHSAUHSAUHSAUSAHUSAHSAU
-ownnnnnnnnnnnnnnnnnn
-aaaaaaaaaa!
-eeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiihhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
-HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!

FIM DA PRIMEIRA AULA.

-Ja leu Seu Manuel? Agora é só começar  usar na sua página!

-Tá certo, menino!

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Monday, August 18, 2014

REUNIÃO NO BOTECO DO NUNES - HISTORIETAS DE SEGUNDA- FEIRA 384


Eles  se reuniam no boteco do Nunes, numa travessa da Figueiredo Magalhães, perto da praia. Tomavam cerveja enquanto discutiam algumas ideias. A última delas era explodir alguns pilares da  linha 8 do metro. 
- Explodir pra que? Pergunta um.
- Ora, pra causar confusão, ma, dizia o cabeça chata. 
- Depois de feita a coisa a gente sai correndo pra se esconder. 
- Na certa alguém da turma vai ser preso e vai jogar a culpa na oposição. 
- Oposição a que, ma? 
- Podia denunciar logo alguém pra ser metido em cana. 
- Só que esse ai pode ser da nossa tchurma que vai devolver a  acusação dizendo que outro camarada da oposição original era participante.

- Eita, ma! Vocês gostam mesmo de confundir a gente! Merda!

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Thursday, August 14, 2014

O CARRO NOVO DO TOINHO


-Oi Mãe!
-Só agora Rosinete?  Isso é  la hora menina!? Onde tu tava criatura?
-Eu tarra dando uma volta com o Toim. Era pra mim mostrar o carro novo.
-E é preciso demorar tanto?
-Nóis demo uma volta pela Praia do Futuro e pela Bera Mar...

-E o carro Rosinete?
-Mãe o carro é lindo mermo! Tem até roda de liga de magnésio!
-Menina, o magnésio que eu conheço é o das pastilhas de magnésia bisurada.
-Mãe tu não entende de nada...

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Monday, August 11, 2014

BR X US OU US X BR - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 383




-Eita! Agora é que são elas! Os US vão imitar o BR!
-Por quê?
-Lembra aquela fábula antiga?
-Qual?
-Aquela sobre uma guerra entre Pyndorama e US. Se  estes ganhassem Pyndorama continuaria a ser colonizada por eles e estaria tudo bem, o Império continuaria sua marcha. Mas, se acontecesse o contrário seria um problemão para Pyndorama, pois teriam de colonizar os US.
-Pois acho que não seria nada de problemão.
-Como assim?
-Pyndorama invadiria Maiami e outras praças com sacoleiros, Noviorque com churrascarias e negócios com ações em Uolistrite, Élei com atores do cinema nacional, Las Veigas à procura de caça níqueis,  Corolado, no velho oeste, com cavalos mangalarga e revólveres Taurus, Harvard a procura de socialistas,  e todo o Império à procura de Coca Cola verde e marijuana...
-E daí?
-E daí que a colonização dos US por Pyndorama não daria certo, pois ficaria em tudo por tudo como é agora e o Império do Demônio, contra todas as expectativas, continuaria por décadas ainda.
-Isso era o que a gente mais queria...

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Thursday, August 07, 2014

PAÍS DIVIDIDO


Anselmo pensava muito e achava que seu  país estava dividido. Ele andava muito preocupado com a situação caótica da saúde, entre outros setores. Para ele os serviços odontológicos estavam  muito precários, aliás, precários demais. Perguntavam-lhe: 
-E porque Seu Anselmo? Ele respondia com argumentos elaborados. 
-Veja você, botar um aparelho na boca, para ajeitar os dentes, custa pelo menos dois mil reais. Não tem quem possa pagar isso. Se você vai atrás de um cabo eleitoral ele diz que só pode dar mil reais. Quando você fala que vai procurar o povo do outro lado o tal cabo nem se incomoda: 
-Pois vai, home! Depois de algumas idas e vindas Anselmo diz para o cabo que vai aceitar mesmo os mil reais e diz:

-Olha camarada é só o meu voto, pois o da Fransquinha eu vou vender pra outro candidato. Os dois concordam que o país está mesmo dividido. Eles não têm dúvida.

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Monday, August 04, 2014

PYNDORAMA DA BEIRADA DO MUNDO - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 382


Uma terra que vai desde a beira do mundo até o oeste de tudo aí esta Pyndorama. Plantas como jaboticabeiras, animais tipo antas simbolizam a nação. Ouro e prata não tem mais. Pyndorama é uma terra muito alegre e pacífica. Moacyr, nascido por ca tinha orgulho do país. Ele sabe que suas riquezas despertam a atenção de muitos. São países, capitaneados por estaduzunindenses, supostamente mais desenvolvidos, que suprem esta terra com cacarecos que fazem a alegria da população. Encoberto por essas ações o Império do Norte avança nas riquezas nativas. Terras aráveis, florestas, portos, estradas, hidroelétricas são cedidos provocando grandes prejuízos ambientais e econômicos. Programas de aculturamento cujas pontas de lança são escolas de línguas, o cinema, estações de rádio e televisão entre outros, provocam total dependência de nossa terra a normas do Império do Mal.
Moacyr imaginava poder liderar uma rebelião contra tudo isso. Mas isso parecia impraticável, pois a maioria das pessoas se deixava levar por chefetes inescrupulosos que se aproveitavam da falta de educação geral para manter a submissão ao Império. Ocorreu a Moacyr que ele poderia liderar um movimento que clamasse às populações dos eternamente espoliados que a duras penas ainda sobreviviam em Pyndorama: os afrodescendentes; os indiodescendentes e os descendentes desses dois aí. Ele contava também com a simpatia de muitos estrangeiros brancos e amarelos, simpatizantes da causa. Moacyr entusiasmou-se e passou a fazer contatos com autoridades de Pyndorama. Ele também apresentaria brevemente, em congresso, o resultado de seu trabalho. Sua iniciativa já tinha um slogan: “Abaixo o Império! O poder a todos os homo-descendentes de Pyndorama!”



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Thursday, July 31, 2014

O CARROSSEL

Saindo da Igreja, Carlão aproximou-se perguntando se conhecia o Mário. Não. Era do Lab? Nisso, Jorge vê Virna, séria, portando uma sombrinha colorida;  seu companheiro avisa que ela tem de ir para casa; a baixinha sorri e diz que vai casar com o bancário sobralense;  a bela dama fala que sua filha ganhou concurso de beleza; outra amiga confessa ter sido ele sua paixão; Roberto aproxima-se com dois bolsistas e tenta lhe dar cusparadas; o gaúcho sorri;  já é quase uma multidão e ele vai sendo envolvido; vê a menininha de cachos negros para quem fez versos sorrindo para ele;  girando loucamente aparece Dina, de Itaperuna, com seu colar de pedras reclamando da vida;  subitamente saem da Igreja, com seus sorrisos de frete, Anabolena e Anabilhar, as duas irmãs inseparáveis. De repente ele se vê na garupa da moto da doutora acompanhando os movimentos do carrossel. A festa ainda vai longe; olhando esse mar de gente ela sorri e diz:
- Deixa pra la...
Até hoje Jorge não conseguiu interpretar esse sonho.

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Monday, July 28, 2014

CHECK-IN - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 381

Reinaldo acordou no meio da noite e tomou um susto. Lembrou que sua viagem de volta seria logo mais à tarde. Ainda não tinha feito o check-in e precisava preparar a mala. Levantou-se procurando o bilhete para confirmar o horário. Quando passou a vista sobre o documento verificou ser o voo somente no dia seguinte. Desconfiado ele lembrou ter marcado um encontro logo a sua chegada.  Esse encontro seria amanhã ou depois de amanhã? Achava que,  no final  acabaria perdendo o voo e o encontro. Reinaldo ligou para a companhia aérea.  Após muitas tentativas conseguiu falar com uma máquina. Esta informou que teria de ir até ao aeroporto e pedir a informação no balcão da companhia. Foi aí que sua neta de dez anos lhe disse:
- Vovô vamo fazer seu check-in eletrônico e daí a gente sabe com certeza quando que é mesmo seu voo. Dito e feito, os dois descobriram que o voo do velhinho seria no dia seguinte.




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Thursday, July 24, 2014

MAMÃE BATE NA BOQUINHA


Brincavam por toda a casa todos os dias. Era sempre uma correria danada, a procura um do outro.  Betinho sempre ganhava e Dito, dois anos mais novo, terminava a brincadeira chorando, seja por ter perdido, seja por ter batido em algum móvel que atrapalhava a correria. Nessas ocasiões ele xingava:
- Sua merda de cômoda! Sai do mei! Betinho,  mais experiente, dizia:
- Dito num diz nome fei senão a Mamãe te da uma palmada na boca. Isso era como jogar água na fervura.

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Monday, July 21, 2014

A MORADA DA CAATINGA - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 380

A morada, afastada da cidade, era servida por muitos criados, de maioria negra, ex-escravos ou filhos ou netos de libertos que serviam aos patrões em tudo, a despeito da decadência generalizada. A mansão, isolada, foi mais ou menos protegida contra intrusos por algumas gerações. Entretanto, esses começaram a transpor os fossos e quebrar o isolamento das moças reclusas, que tocavam peças de Chopin, e liam romances de M. Delly ou mesmo obras “pesadas”, como as dos autores socialistas comuns à época. Alguns dos invasores, bárbaros e incultos, ganharam as moças com seu blá-blá-blá milenar, fácil e enganoso. Muitos pretenderam imitar os senhores, menos bárbaros, mas nunca conseguiram. Outros ainda se adaptaram às regras tradicionais se bem que a custos enormes. A morada, como era, deixou de existir. 

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Thursday, July 17, 2014

MISS


Com a cabeça abaixada ele mexia no iPhone, certamente no Face, a procura de algum post para curtir. Tomou um susto quando ela disse:
-Oi Seu Ricardo! O senhor por aqui? Seu Ricardo ficou mudo. Ele não soube o que responder. Ela então perguntou:
-Assustou-se? Desculpe... Ele continuava a mirar aquele rosto bonito. Sem saber o que dizer. Até que resolveu:

- Oi? Tudo bem?

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