Monday, July 21, 2014

A MORADA DA CAATINGA - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 380

A morada, afastada da cidade, era servida por muitos criados, de maioria negra, ex-escravos ou filhos ou netos de libertos que serviam aos patrões em tudo, a despeito da decadência generalizada. A mansão, isolada, foi mais ou menos protegida contra intrusos por algumas gerações. Entretanto, esses começaram a transpor os fossos e quebrar o isolamento das moças reclusas, que tocavam peças de Chopin, e liam romances de M. Delly ou mesmo obras “pesadas”, como as dos autores socialistas comuns à época. Alguns dos invasores, bárbaros e incultos, ganharam as moças com seu blá-blá-blá milenar, fácil e enganoso. Muitos pretenderam imitar os senhores, menos bárbaros, mas nunca conseguiram. Outros ainda se adaptaram às regras tradicionais se bem que a custos enormes. A morada, como era, deixou de existir. 

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