Monday, December 23, 2013

FORMIGAS, BALÕES E NATAL - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 352




Certo dia Chiquinho viu formigas e baratas por toda a parte. Bilhões delas. Saiam de fendas abertas em um lajedo lá fora. Depois começou a vê-las em casa, no teto, formando imensos balões coloridos, cheios de formiguinhas e baratinhas. Viu esses balões formando tipo uma árvore de Natal. Era perto da data e a árvore entomológica foi incorporada à decoração natalina da sala.

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Sunday, December 15, 2013

TA TUDO MORTO - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 351





Assim que o sol se pôs o Velho disse pro Chiquinho:
- Vai lá menino e traz as cabras pro curral. O menino saiu e daí a meia hora voltou sem trazer as cabras.
- Cadê os bicho menino?
- Ta tudo morto Pai. Eu acho que eles foram beber e não tinha mais água no poço...

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Sunday, December 08, 2013

ÁGUA DO POTE - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 350


Ao chegarem a Solidão eles procuram um lugar pra matar a sede. O calor das duas da tarde era mesmo infernal. Não viram nada que se parecesse com uma bodega. Havia na beira da rua uma casinha e uma senhora na porta espiando a aproximação deles.
- Tem Coca zero?
- Não...
- Tem café?
- Também não...
- Num tem nada pra beber?
- Tem água ali naquele pote.
- Pode dar um copo? O calor ta brabo...
- Só tem uma coisa...
- E o que é?
- É que no pote tem umas piabinhas e eu tenho de coar a água num paninho e ele ta sujo.



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Monday, December 02, 2013

MORRER DE RAIVA DUPLAMENTE - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 349

   
Era a maior sujeira: lixo derramado, águas servidas paradas, porcas e seus bacurins fuçando as poças, galinhas, cachorros e o mais que havia de animais famintos no bairro. Os moradores tristes observavam a cena formada pelo moço cercado por três cães esquálidos e pulguentos que o atacavam alternadamente. Subitamente um deles dá-lhe uma mordida no calcanhar. Ele ficou muito assustado e saiu quase correndo para o Posto de Saúde, a quase um quilômetro. Com os cachorros em seu encalço ele só pensava em como seu padrinho Zé Ferreira tinha morrido de raiva, duplamente. 

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Monday, November 25, 2013

O CÃO E AS ELEIÇÕES - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 348


O cachorro do Manel atacava todo mundo lá nas Barreiras. Um dia, inaugurando o novo serviço da Prefeitura, o cão foi preso e levado para o depósito. O caboco ficou doidinho e foi atrás do seu vereador. Os dois foram até lá e o vereador pagou a multa de cinco reais para soltar o animal pulguento.
- Pronto! Agora você leva o bicho.
- Mas doutor e o transporte para levar o bichinho?
- Não tenho carro para transportar animais. Te vira...
- Se o senhor der 10 reais dá para eu levar ele de taxi.
O vereador deu-lhe o dinheiro; as eleições já estavam chegando...



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Monday, November 18, 2013

AGENTE SECRETO - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 347

Um dia ele acordou com alguém batendo palmas diante de sua porta. Levantou-se e foi atender. Deparou-se com um camarada alto, louro e bem escanhoado.
- O que é?
- Míster eu tou procurando pelo Senhor Fulano de Tal. É o senhor?
- Sim, esse é meu nome...
- Nós descobrimos, através de nossos sistemas criptografados, sediados em Virginia, que o Senhor está pedindo uma quantidade muito grande de pizzas da Pizzaria Alamad. Isto se repete todos os sábados. O Senhor pode nos acompanhar até a Delegacia do SASAD para esclarecimentos?
- Espera um pouco que vou trocar de roupa.





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Monday, November 11, 2013

LA VEM O NOSSO SANTOS DUMONT – HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 346


De longe ele viu as duas olhando em sua direção; parecia que saiam de seus olhos raios de luz intensos e coloridos. Sem medo Ricardo aproximou-se da lojinha, pois as duas pareciam ser vendedoras de uma loja de artigos masculinos. Ao chegar perto elas param de rir e tiram seus olhos dele, virando o rosto. Ele as aborda e vê que o gerente já esta junto a elas, certamente, passando um pito. Ricardo quer saber do que se trata. A mais despachada diz:





  - A gente tem visto o senhor todo o dia por aqui e achamos que o senhor é     parente do Santos Dumont. Esse chapéu “panamá” é igualzinho ao que ele     usava. Não é Alberto? Diz dirigindo-se ao gerente que só ria.

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Monday, November 04, 2013

PESQUISA VITAL - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 345


Seu Carlos tinha acabado de chegar da Europa. Ele tivera muito medo quando na volta o avião fez uns barulhinhos esquisitos. Logo após ter  posto os pés em terra foi visitar Ella, pois queria fazer-lhe uma consulta. A fila era grande, parecia a do SUS, e ele demorou a ser atendido, mas imaginava que a causa valesse a pena. Logo que foi atendido perguntou à figura:

- Escuta aqui minha cara quantos anos ainda tenho? Ella lhe respondeu:


- Não é fácil responder com exatidão a essa pergunta. Há uma grande margem de erro – dois pra cima e dois pra baixo. Mas eu lhe aconselho procurar um serviço que pode lhe dar orientação. Acesse o site www.esperamequetelevo.com  e lá você terá uma idéia de quando eu passarei para lhe apanhar.

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Tuesday, October 29, 2013

Pornopolítica e violência “blackbloc” - RICARDO NOBLAT

POLÍTICA - artigo publicado no blog ricardo noblat (o globo 28/10/13)

Pornopolítica e violência “blackbloc”

Carlos Alberto Di Franco
A História mundial está repleta de exemplos inspiradores. E a saga brasileira, também. Os defeitos pessoais e as limitações humanas dos homens públicos, inevitáveis e recorrentes como as chuvas de verão, não matavam a política.
Hoje, no entanto, assistimos ao advento da pornopolítica. A vida pública, com raras e contadas exceções, se transformou num espaço mafioso, numa avenida transitada por governantes corruptos, políticos cínicos e gangues especializadas no assalto ao dinheiro público.
O custo humano e social da corrupção brasileira é assustador. O dinheiro que desaparece no ralo da delinquência é uma tremenda injustiça, uma bofetada na cidadania, um câncer que, aos poucos e insidiosamente, vai minando a República. As instituições perdem credibilidade numa velocidade assustadora.
Os protestos que tomam conta das cidades, precisam ser interpretados à luz da corrupção epidêmica, da impunidade cínica e da incompetência absoluta da gestão pública.
A violência “blackbloc”, equivocadamente, visa chamar atenção de um Estado ausente. É a conclusão a que chegaram os pesquisadores Esther Solano, professora de relações internacionais da Unifesp, e Rafael Alcadipani, professor de estudos organizacionais da FGV-EASP, em recente matéria especial para o jornal Folha de S.Paulo.
A pesquisa consistiu em acompanhar de perto as manifestações, observar, perguntar, conversar com pessoas que utilizam a tática “blackbloc”, policiais e membros da imprensa. O universo “Blackbloc” é composto por jovens que estão na faixa etária entre 17 e 25 anos. São de classe média baixa, a maioria trabalha, alguns formados ou se formando em universidades particulares.
Das conversas que tiveram, e das observações que realizaram, ficou claro que para estes jovens a violência simbólica funciona como uma forma de se expressar socialmente, um elemento provocador que tem o intuito de captar a atenção de um Estado percebido como totalmente ausente.
O uso da violência simbólica também serve, na versão deles, para induzir a sociedade a refletir sobre a necessidade de uma mudança sistêmica: “protesto pacífico não adianta nada, só com violência que o governo enxerga nossa revolta”, a intenção é transgredir, incomodar, deixar visibilidade, chamar para um debate.
Exemplos de frases que retratam isso são: “a causa do ‘blackblock’ agir é o descaso público. As pessoas estão sendo torturadas psicologicamente pelo cotidiano, não somos vândalos, vândalo é o Estado que deixa as pessoas horas esperando na fila do SUS”.
A pesquisa cumpriu um papel importante. Procurou entender o que se passa na cabeça do pessoal e decodificar o seu recado. A violência, não obstante eventuais matizes ideológicos e fortes marcas de vandalismo antissocial, está intimamente relacionada com uma percepção de que o Estado está na contramão da sociedade.
O cidadão paga impostos extorsivos e o retorno dos governos é quase zero. Tudo o que depende do Estado funciona mal. Educação, saúde, segurança, transporte são incompatíveis com o tamanho e a importância do Brasil.
Os gastos públicos aumentam assustadoramente. O número de ministérios é uma piada. A corrupção rola solta. A percepção de impunidade é muito forte. A situação do julgamento do mensalão, independentemente das razões técnicas que fundamentaram alguns votos, transmitiu ao cidadão médio a convicção de que a lei não vale para todos.
Estão conseguindo demonizar a política e, consequentemente, empurrando a democracia para uma zona de risco. Os governantes precisam acordar. As vozes das ruas, nas suas manifestações legítimas e mesmo nos seus excessos, esperam uma resposta efetiva e não um discurso marqueteiro. A crise que está aí é brava. A gordura dos anos de bonança acabou.
A realidade está gritando no bolso e na frustração das pessoas. E não há marketing que supere a força inescapável dos fatos. O governo pode perder o controle da situação.
Nós, jornalistas, tempos um papel importante. Devemos dar a notícia com toda a clareza. Precisamos fugir do jornalismo declaratório. Nossa missão é confrontar a declaração do governante com a realidade dos fatos. Não se pode permitir que as assessorias de comunicação dos políticos definam o que deve ou não ser coberto.
O jornalismo de registro, pobre e simplificador, repercute o Brasil oficial, mas oculta a verdadeira dimensão do país real. Precisamos fugir do espetáculo e fazer a opção pela informação. Só assim, com equilíbrio e didatismo, conseguiremos separar a notícia do lixo declaratório.
Campanhas milionárias, promessas surrealistas e imagens produzidas fazem parte do marketing de alguns políticos e governantes. Assiste-se, diariamente, a um show de efeitos especiais capazes de seduzir o grande público, mas, no fundo, vazio de conteúdo e carente de seriedade.
O marketing, ferramenta importante para a transmissão da verdade, pode ser transformado em instrumento de mistificação. Estamos assistindo à morte da política e ao advento da era da inconsistência. Os programas eleitorais vendem uma bela embalagem, mas, de fato, são paupérrimos na discussão das idéias.
Nós jornalistas somos (ou deveríamos ser) o contraponto a essa tendência. Cabe-nos a missão de rasgar a embalagem e desnudar os candidatos.
Transparência nos negócios públicos, ética, boa gestão e competência são as principais demandas da sociedade. Memória e voto consciente compõem a melhor receita para satisfazê-las.
Devemos condenar a violência “blackbloc”. Sem dúvida. Mas devemos também bater forte na pornopolítica. Ela está na raiz da espiral de violência que sequestra a esperança dos jovens e ameaça nossa democracia.

Carlos Alberto Di Franco, diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais – IICS e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia. E-mail:difranco@iics.org.br


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Monday, October 28, 2013

OPERAÇÃO NO CÉLEBRO - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 344


Todos o conheciam por "O Bananinha". Próximo a sua casa havia  um shopping aonde ele ia sempre. Andava pra cima e pra baixo com seu passo rápido cumprimentando – bom dia, boa tarde - homens e senhoras, mas não crianças. Todos eram gentis com ele e respondiam ao cumprimento. Ele desapareceu do shopping por algum tempo; ninguém tinha ideia de seu paradeiro. Um dia voltou e passou a cumprimentar a todos da mesma maneira, principalmente as mulheres. Todas retribuíam sua saudação, ligeiramente modificada. Agora ele dizia: - Eu estava doente e fiz uma operação no célebro; daí o Doutor disse que eu estava bonzinho.  O que  é que a senhora acha?

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