Wednesday, April 28, 2010

DIFICIL ESCOLHA


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Tuesday, April 27, 2010

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 127


O MARIDO DE JULIETINHA ARRANJOU UMA AMANTE


Seu Sócrates era totalmente analfabeto, isto é, nasceu sem saber ler nem escrever, era isso que sua mãe dizia para todos. Mas, já com três anos sabia tirar as contas de somar e multiplicar. Quando rapazinho casou com uma moça bonita filha da comadre Benedita e, debaixo de uma casa de taipa tiveram cinco filhos: dois meninos e três meninas. A Julietinha era a mais velha e a mais sabida, logo foi a Escola e aprendeu tudo tendo aprendido a fazer mais do que as contas que seu pai sabia. Com isso ela se tornou a dona de quase todos os segredos comerciais do pai; mesmo antes do pai ficar muito rico, lá na Pedra Grande, Julietinha mandava e desmandava nos negócios do velho. Enquanto os outros ficaram patinando em empregos na prefeitura sem futuro algum. Quando os garotos cresceram um pouco mais e quiseram tirar um naco da riqueza do pai ela estava lá para impedir os ataques. O certo é que eles, homens e mulheres, bolaram os mais diversos planos para se apropriar de suas partes na fortuna do velho. As meninas procuravam namorados que fossem suficientemente afoitos para, associando-se ao pai, dar golpes do baú e assegurar sua riqueza antes da morte de Seu Sócrates quando seus quinhões seriam recebidos, isso se a Julietinha não já tivesse desviado a riqueza para o nome de seu marido bobão. Os homens passaram a desenvolver os mais diversos vícios, pois acreditavam que seu futuro como herdeiros do pai nunca chegaria; suas namoradas, também querendo dar golpes do baú, quebravam a cara, pois a irmã mais velha detinha com segurança a chave do cofre: controlava até as contas bancárias de todos. O final desta história foi simplesmente que o marido de Julietinha arranjou uma amante, bem sabida e articulada que, passando-se por amiga, pouco a pouco foi iludindo sua comborça de tal sorte que, em poucos anos a fortuna do agora já velho Seu Sócrates estava em suas contas bancárias.


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Sunday, April 25, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 169


UM MEDONHO DE UM LADRÃO

Nos tempos antigos vivia lá pros lados da Malhadinha um caboco, conhecido por Medonho, que era ladrão por demais. Depois de ter roubado todo o mundo, certo dia ele tirou sua camisa novinha em folha, pendurou-a em uma estaca no roçado e se acocorou lá longe. Após um bom tempo mirando-a ele foi se aproximando bem devagarinho, de cócoras e, quando chegou bem perto deu um pulo e zás! Tirou a camisa do toco saindo em disparada com ela debaixo do braço.



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Saturday, April 24, 2010

CONTOS DA RIBEIRA 32


CONVITE PARA UMA VISITA

Carlito sente a vibração do celular guardado em seu bolso e logo depois a chamada estridente com o toque de “Papagueno”. Ele pega o telefone e vê quem chamava. Quando atende ela, pois era uma ela, desliga. Ele retorna a ligação. Celeste, após algum tempo, atende e vai logo dizendo:



- Como você está?
- Bem e você?
- Tudo bem...
- Seu pai e sua mãe vão bem, estão aí?
- Não. Só as meninas estão aqui.
- Dá lembranças a elas.
- Ta certo, aquelas chatas. Sabe? Sonhei com você...
- Foi mesmo? Deve ter sido um sonho bonito, colorido, não?
- Já vem com essas coisas...
- Que coisas?
- Sim... Quando você vem por aqui?
- Vou sábado agora.
- Que bom?
- Bom pra quem?
- Sei lá!
- Para alguém tem que ser... Seria pra você?
- Não... vai pra lá...
- E porque não seria bom pra você?
- Não sei...
- Pois pra mim talvez fosse bom.
- Porque seria bom pra você?
- É só você botar a imaginação pra funcionar.
- Não sei mesmo imaginar essas coisas...
- E como você sonha com as pessoas? Podia sonhar com cavalos, por exemplo, cachorros...
- Que história é essa menino?
- Pois é! É só uma brincadeirinha...
- Não gosto de brincadeira!
- E de que é que você gosta?
- Eu mesma não sei.
- Pois eu sei do que você gosta.
- E de que é que eu gosto?
- Você acostumou-se a chupar as laranjas e depois jogar o bagaço fora.
- Não entendi nada...
- Eu explico bem direitinho.
- Pois, diga seu bobo...
- Só se for na sua casa...
- Pois quando você chegar vai lá em casa...
- Eu? Eu mesmo não?
- E porque não?
- Você gosta de dar trela aos rapazes (?) e depois jogar os pés neles...
- Euuuuu?
- Sim você mesma!
- E que foi que eu fiz agora?
- Esqueceu que você me expulsou de sua casa na última vez que me permitiu ir lá?
- Você está doido. Aliás, você sempre foi doido mesmo.
- Expulsou ou não?
- Pode desligar já está bom...

Apurando o ouvido Carlito ouviu Celeste escoiceando os móveis de sua sala.

3/2010


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Thursday, April 22, 2010

Novo Pesquisador do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio)


José Xavier Neto é o mais novo integrante do LNBio



José Xavier Neto integra, desde o dia 6 de abril, a equipe de pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) em Campinas, São Paulo. Trata-se de um reforço de peso: Xavier Neto era da equipe do Instituto do Coração e coordenava a Unidade de Transgênicos do Hospital das Clínicas de São Paulo. Desenvolve pesquisa na área de Biologia do Desenvolvimento Cardíaco, atuando principalmente nos seguintes temas: morfogenia das câmaras cardíacas, morfogenia da circulação coronária, evolução e desenvolvimento das câmaras cardíacas, doença cardíaca congênita e sinalização pelo ácido retinóico.


Formado em medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC), Xavier concluiu o doutorado em Ciências, na área de Fisiologia Humana, pela Universidade de São Paulo (USP), onde também fez pós-doutorado em Biologia Molecular, na especialidade de Controle de Expressão Gênica. Em 1999, ganhou uma bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para pós-doutorado na Universidade de Harvard na área de Morfologia e especializou-se em Embriologia Cardíaca.


Xavier parece desconversar quando é mencionado como referência na área de Biologia do Desenvolvimento, mas não esconde sua obstinação em “fazer ciência”. Pesquisar é sua vocação. Filho do pesquisador José Xavier Filho, desde jovem teve contato com a dinâmica de laboratórios científicos: desde o primeiro ano da faculdade de medicina trabalhava em projetos de pesquisa, carreira que foi consolidando à medida em que as oportunidades surgiram. Nesta entrevista Xavier conta sua trajetória e fala sobre as perspectivas no LNBio.


- O que mais o atraiu quando aceitou a proposta do LNBio?
Eu já conhecia o trabalho da Instituição quando ainda era CeBiME e, tanto a qualidade dos projetos desenvolvidos aqui, quanto as perspectivas de efetivamente poder realizar pesquisa de ponta com profissionais superqualificados e contribuir com o serviço nacional de transgênicos me atraíram. Acredito que a combinação de expertise e agilidade para realizar os experimentos também foram fatores determinantes na minha decisão.


- Como o senhor avalia a evolução da pesquisa genômica no Brasil?
O Brasil trilha um caminho peculiar com os estudos em células-tronco, mas não lidera essa área. Estamos tentando estimular o aparecimento de grupos de pesquisa com capacidade efetiva de contribuição. Por outro lado há grupos muito bons, que trabalham em outras disciplinas, e que possuem vantagem competitiva por sua criatividade e conhecimento de suas áreas. O certo é que o potencial existe, mas é preciso desenvolver um trabalho com foco em dois aspectos: na produção de animais transgênicos – que também tem aplicação para o melhoramento genético – e de animais nocaute – de cujos genomas alguns genes são inativados. Esses dois modelos empregam técnicas diferentes: o primeiro adiciona genes ao genoma do animal, criando novas funções; o segundo os altera com o objetivo de inibir suas funções.


- Qual a importância de se produzir no Brasil animais geneticamente modificados?
As tecnologias para a geração de animais geneticamente manipulados foram estabelecidas em bases firmes nas décadas de 80 e 90 do século XX. Nos centros mais desenvolvidos no eixo Estados Unidos - Europa já é possível encarar estes procedimentos como recursos rotineiros de pesquisa, o que tem permitido a estes centros agregar um alto grau de valor às suas iniciativas de pesquisa e desenvolvimento. O significado destas tecnologias é amplamente reconhecido no âmbito acadêmico e tecnológico. É fato que a comunidade científica brasileira tem, para todos os efeitos, passado ao largo deste progresso. Apesar de inúmeras tentativas e sucessos pontuais, ainda não contamos com estruturas capazes de garantir a produção regular de animais geneticamente manipulados. Esta deficiência tem limitado a qualidade de nossa contribuição científica e tecnológica, além de restringir o horizonte de formação das futuras gerações de pesquisadores brasileiros.

(Entrevista dada a jornalista Carla Beraldo.)

Veja o link de duas publicações científicas do pesquisador:


http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2779186/?tool=pubmed

http://dev.biologists.org/content/137/3/507.long


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Wednesday, April 21, 2010

RUA DEPUTADO JOSÉ XAVIER


A Rua Dep. José Xavier fica no Bairro da Lagoa.


Podemos ver a placa com o nome da Rua na primeira casa da esquerda na foto.


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Mostra Max Ernst - Uma Semana de Bondade no Masp.


Veja em texto de CAMILA MOLINA na edição de hoje (21/4/10) do O Estado de S. Paulo notícia sobre a exposição no Masp do artista surrealista alemão Max Ernst (1891-1976. Com a mostra Max Ernst - Uma Semana de Bondade é uma série novela baseada na criação bíblica do mundo em sete dias.

"SÃO PAULO - Só um avestruz e. claro, os cegos, como disse o surrealista alemão Max Ernst (1891-1976), não poderiam perceber a desgraça e a violência que flutuavam numa Europa entre Guerras. A frase do artista se referia ao ano de 1933, quando ele pintou o quadro Europa Após a Chuva e ainda criou a famosa série de colagens gráficas Uma Semana de Bondade, que, pela primeira vez, é apresentada no Brasil, em exposição a ser inaugurada nesta quinta, 22, para convidados e na sexta-feira para o público no Masp"

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Como no relato bíblico da criação do mundo em sete dias, Ernst desenvolveu a série-novela Uma Semana de Bondade, começando seus capítulos no domingo e terminando no sábado. Para cada um dos dias prevalece um tema e um elemento (a lama, a água, o fogo, o sangue, o negro, a vista e o desconhecido), retratados em cenas nas quais figuras humanas se transformam em híbridos de homem e animal (leão, dragão, pássaro e galo), tornando-se protagonistas ou espectadores de orgias, assassinatos, desgraças, terror e paixões. Surrealista que era, Ernst conduz as narrativas de tensões - com a 2ª Guerra a estourar - com elementos imaginários que expandem os significados de cada imagem, em preto e branco.

Totalidade. Com a mostra Max Ernst - Uma Semana de Bondade, se faz uma oportunidade única de ver reunidas, afinal, as 184 obras que formam a série em sua totalidade, pertencente ao colecionador francês Daniel Fillipacchi. É uma exposição densa, que chega a São Paulo depois de ser exibida em museus europeus.

Em 1933, durante uma estada no palácio da duquesa de Gramont em Vigoleno, na Itália, Max Ernst criou as colagens em forma de obras gráficas, que agora poderão ser vistas no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Apropriando-se de ilustrações de folhetins do século 19, o pintor recriou, unindo ainda a técnica da gravura sobre madeira, cenas críticas às convenções nas quais mesclou a iconografia novecentista com o imaginário surrealista. "Uma Semana de Bondade não é de modo algum um exercício mais da vanguarda, nem um desenvolvimento dos princípios do surrealismo. É, ao contrário, uma obra determinante em si mesma, um dos trabalhos mais importantes do século", afirma Pablo Jiménez Burillo, diretor do Instituto de Cultura da Fundação Mapfre da Espanha, que há um ano está promovendo a exposição itinerante, desde Madri.

O conjunto inteiro de 184 colagens (era desejo de Ernst que as obras não fossem separadas) já foi mostrado desde 2008 nos museus Albertina (Viena), Max Ernst (Brühl), Kunsthalle (Hamburgo), na Fundação Mapfre (Madri) e no D’Orsay (Paris). "É uma exposição muito complicada de se fazer porque obras sobre papel sofrem muito com o deslocamento", diz Burillo.

"Depois do Masp, as colagens ficarão guardadas por alguns meses e talvez em outubro possamos apresentá-las no México, por ser um país muito ligado ao surrealismo. Aí será a última vez, porque as obras deverão descansar", continua o diretor da Mapfre. Segundo ele, a mostra consumiu cerca de 100 mil - e na Espanha rendeu um alentado catálogo com reproduções de todas as obras em seu tamanho original, além de textos que fazem extensas relações do trabalho com o percurso de Ernst, suas referências e até uma conexão com o cinema.

Blasfêmia. Certa singeleza com o terror à espreita já era uma imagem anunciada em obras anteriores à série Uma Semana de Bondade de Max Ernst, como em seu quadro de 1924 sob o título Duas Crianças Ameaçadas por um Rouxinol. Mas quando o artista exibiu pela primeira a vez suas colagens, em 1936, no Museu de Arte Moderna de Madri, 5 das 184 cenas da série foram censuradas por serem consideradas blasfemas (eram obras em que aparecem o Sagrado Coração de Jesus e uma mulher crucificada).

A técnica usada por Ernst em Uma Semana de Bondade é de impressionante minúcia e delicadeza, fazendo-nos aproximar dos originais para perceber como realmente foram feitas as colagens, quase sem nenhum relevo e heterogeneidade. Como está em texto da apresentação da mostra, esse feito do artista é uma chave surrealista também. "Não é possível estabelecer com total segurança a intervenção do artista", escreve Werner Spies no catálogo, chamando a atenção para uma dicotomia que se faz entre original/reprodução.

Antes de realizar Uma Semana de Bondade (o título refere-se a uma associação parisiense de bem-estar social), Ernst já havia feito dois outros livros com colagens, o La Femme 100 Têtes e Rêve d’Une Petite Fille Qui Voulut Entrer au Carmel. A série que se apresenta no Masp foi criada em 1933, mas só em 1934 editada em forma de livro, separado por capítulos em que cada dia da semana ganhou uma cor: domingo-roxo, segunda-verde, terça-vermelha, quarta-azul, e, por fim, a quinta, a sexta e o sábado amarelos. A montagem da exposição, no primeiro andar do museu, é feita por segmentos coloridos que acompanham essa indicação do artista. Para completar, no dia 27, às 15h30, a historiadora Annateresa Fabris vai fazer palestra especial sobre esse trabalho de Ernst. As vagas são limitadas.

Max Ernst - Uma Semana de Bondade - Masp. Avenida Paulista, 1.578, tel. 3251-5644. 11h/ 18h (fecha 2ª). R$ 15 (3ª grátis). Até 18/7

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Tuesday, April 20, 2010

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 126


MORRENDO NA SUBIDA FEITO UM FUSCA 69


Sentados no bar eles conversavam há mais de duas horas. Já era tarde, mas nenhum dos dois decidia ir embora, se bem que a moça estivesse tentada a tal. Falavam sobre o eterno complexo de juventude dele. Ele diz para a amiga:

- Você não precisa dizer que eu sou jovem, ou melhor, que tenho o espírito jovem. Não vale. Sei que desejar um corpo jovem, belo, sadio só fazendo um pacto com o anjo negro. Não vai dar.


A amiga não sabe o que lhe responder e tenta somente ouvir o que o rapaz, já a essa altura bem perturbado diz:


- O que eu queria mesmo era separar a cabeça do meu corpo, pois enquanto ela “vai a mais de mil” ele vai morrendo na subida feito um “fusca 69” – sem duplo sentido, pois nem isso.

Finalmente ela consegue externar alguma coisa, se bem que irrelevante:

- Mas o que você acha que eu posso dizer diante disso tudo que se passa na sua cabeça?


- Acho que você me poderia ajudar a redigir um pequeno texto onde houvesse, claramente, um aviso para quem olhasse para mim mais de uma vez e que ficasse colado à minha testa esclarecendo essa dicotomia que já me persegue há alguns anos. Que você acha de colaborar comigo?


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Sunday, April 18, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 168


VAI VOTAR EM QUEM?

- Seu Anjo o Senhor vai votar em quem?

- Pra que Seu Inasso?
- Pra Presidente...

- Não sei. Acho que em ninguém.

- Porquê Seu Anjo?

- Nenhum dos candidatos é do meu gosto.
- E a gente pode saber qual é o seu gosto?

- Era se eu fosse candidato ia votar em mim mesmo.

- Então ta!


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Saturday, April 17, 2010

A VIDA AVENTUROSA DE TROFIM VASEC EM DIVERSOS CAPÍTULOS – 4


Trofim chega a Ribeira e monta uma bodega no Mercado.


Ao deixar a fazenda de seu agora amigo Coronel Possidônio Trosec-Vieira.
Trofim decidiu não mais se demorar em nenhum outro lugar e ir direto para a Ribeira. Não passou muito e ele chegou à beira do grande rio de que muitos já lhe haviam falado. (...)

A enorme ponte de ferro, mesmo enferrujada, sobressaía da paisagem bem como a famosa barragem feita para dar de beber aos cavalos de aço dos anos 1880, tudo como na sua terra natal. Ele sentiu saudades, mesmo não vendo em ação as locomotivas que ainda mantinham vivas as veias de seu velho país. Neste novo elas já haviam sido destruídas, destruidas.

Logo que chegou a Ribeira, a antiga e tradicional cidade da região norte, ele alugou ao Narcizo, um ponto no Mercado Velho e instalou sua bodega. Aí ele vendia de um tudo, pois o povo gostava de ver muita coisa junta, muita animação, principalmente pelo fato de que ele punha para tocar discos de cantores populares tipo Aguinaldo Temóteo, Pingo, Chico Buarque, e o que mais; as pessoas chegavam para uma prosinha, tomar uma pinga, tirar o gosto com um pedacinho de caju.

Agora, Trofim tinha um defeito, grande defeito, ele não era casado. Todos os novos amigos achavam que ele já estava no ponto de procurar uma mulher e montar casa, aliás, já estava até passando desse ponto. Ele, no entanto, resistia aos argumentos, pois deveria lá ter seus motivos.

O Zequinha de Dona Censa tornou-se seu melhor amigo dentre muitos e foi ele que convenceu o eslavo a procurar uma noiva entre as moças da cidade. Ouçamos (?) o diálogo dos dois:


- Amigo Troféu você precisa casar, pois já tem um bom dinheirinho e está maduro para dar esse passo sério e necessário.

- Mas Zequinha eu não sei nem olhar para as meninas...


- Não se incomode, pois eu vou arranjar uma noiva pra você sem que seja preciso você ir atrás.

- Olha lá homem isso não dá certo...


- Vou te apresentar a ela hoje mesmo. Só tem uma coisa: ela é braba e pode botar você para fora de casa na primeira vez. Depois ela amacia, pois ela está doida para casar.

- Zequinha isso não vai dar certo...

- Deixa pra lá homem...


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Friday, April 16, 2010

POEMAS BARRETO/XAVIER 110


RAIMUNDO MAURO OLIVEIRA FILHO, Maurinho (1949 -1980), filho de Raimundo Mauro Xavier de Oliveira e Leilah Frota de Oliveira, representa a quarta geração dos poetas Xavier/Barreto no blog.


SONETO DA BREVE PARTIDA

Eu tenho medo de partir sozinho

Por esta madrugada interminável

Mesmo que alguém me indicasse o caminho

Eu lutaria contra o inelutável.


Mesmo que a morte fosse o impossível

Eu teria medo de seguir sozinho

Porque meu corpo seria indelével
Às tuas preces e ao teu carinho.


- Por que chegaste assim tão tarde, amiga?

Perguntaria eu na hora da partida;

- Já não me vês, porque vou degredado!

E eu não dizendo adeus nesta viagem

O vento frio me daria coragem
De ir comigo sem ninguém ao lado...


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Thursday, April 15, 2010

TEXTO SOBRE O “BOOK” É DE MILLÔR FERNANDES

Veja que legal!

TEXTO SOBRE O BOOK É DE MILLÔR FERNANDES

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BOOK - UM NOVO DISPOSITIVO DE CONHECIMENTO



VEJA ESTE IMPORTANTE VÍDEO

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Wednesday, April 14, 2010

UMA RUA NA GRANJA


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Tuesday, April 13, 2010

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 125

UM CAPUCCINO EM BOLONHA


Há dois dias ele havia chegado a Bolonha para apresentar um trabalho no III Congresso de Biologia Experimental. Tomava um capuccino na noite fria enquanto esperava a volta de sua namorada que fora fazer compras já pensando na volta para o Brasil. (...)


Ricardo era um cientista desses metidos a sebo que vivia em congressos pelo mundo afora tentando acrescentar uma linha ao seu currículo. Isso seria difícil se ele não cuidasse de fazer os trabalhos a que se propunha, no laboratório em Querência, no Mato Grosso. Sua namorada atual, esta que estava a fazer compras de mimos na lojinha da enorme praça, era uma das dezenas (!) de garotas pelas quais ele se interessava. Como seus irmãos e outros parentes que gostavam de colecionar selos, cartões postais, jornais velhos e o escambáu, ele gostava de colecionar namoradas. Ele as chamava borboletas e guardava suas fotos presas com alfinetes entomológicos em painéis em seu escritório no apartamento de solteiro. Essa “menina” tinha 25 anos e era jornalista free lancer, outras borboletas mais recentes tinham sido uma ex-aluna, filha de suecos, uma veterinária que só falava em gatos e cachorros, mas nunca em bois ou vacas e uma cunhazinha que ele encontrou lá perto de São Félix. Ele estava entretido com seu enorme capuccino quando se aproximou uma senhora jovem muito bem vestida – era inverno e isso ajudava – e cumprimentou-lhe. Ele retribuiu o cumprimento e imediatamente reconheceu a senhora. Preparando-se para o diálogo, talvez áspero e nervoso, ele ofereceu-lhe uma cadeira. Inquieto, passou a olhar na direção da lojinha onde se encontrava sua namorada para se precaver de uma surpresa com a chegada inopinada da menina. A senhora bem vestida, em quem ele reconheceu a figura d´Ella perguntou-lhe se ele ainda iria demorar muito tempo na Europa. Ricardo respondeu que ainda ficaria por uma semana e só voltaria depois de ter apresentado o trabalho no Congresso daí a poucos dias. A senhora disse-lhe então que ele teria um encontrado marcado com Ella na viagem de volta e que não tentasse, como das outras vezes, ludibriá-lo. Adiantou-lhe que tinha passado algumas noites vendo filmes sobre desastres de avião e estava afiada neste assunto. Ricardo ficou apreensivo, mas nada lhe respondeu, pois tinha certeza que conseguiria, mais uma vez enganá-la. Não seria agora, aos 76 anos que ele iria partir com Ella.

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Sunday, April 11, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 167


EU ACHO QUE ELLA ERROU DE ENDEREÇO.



Naquele dia fatídico Ella bateu na porta e a conduziu sem muita dificuldade pelo caminho de volta. Eu só acho que ela conduziu a pessoa errada. Eu deveria ter sido o conduzido. Agora, depois de tudo, fazer o que? É agüentar o tranco, pintar o cabelo e o bigode de preto e me candidatar a vereador lá da Ribeira e ver o tempo passar.


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Saturday, April 10, 2010

CONTOS DA RIBEIRA 31


O CHAMADO DA GUERRA



Seu Toim, lá na Passagem da Onça, contava que, no tempo da Guerra (seria a primeira ou a segunda?) ele era um meninote, mas mesmo assim foi sorteado. Sua mãe chorou muito, mas não deu jeito. O que ela pode fazer e fez foram umas duas ou três promessas a São Francisco e a Nossa Senhora e era pra ele pagar assim que se livrasse dessa sorte. Fosse antes ou depois dessa Guerra. (...)




Chegou o dia da partida e ele teve de ir de qualquer jeito. O diabo é que ele tava com um mal no pé que quase não o deixava andar. Teve que ir assim mesmo, pois ouviu dizer que os home do Exército eram muito duros e zangados, não aceitavam qualquer embromação, se descobrissem botavam logo na cadeia. Quando chegou na Capital foi se alojar no Quartel e logo começaram os treinamentos. Mesmo antes dos exames. Era um tal de marchar pra cima e pra baixo e o pé inchando. O diabo do pé engrossava tanto que fazia uma coleira por cima das botas, saindo aquela coisa inchada. Um dia ele soube, por um companheiro mais versado, que logo, logo, ia haver uma espécie de caminhada quando os soldados (ele já era um soldado?) marchavam a noite toda, por uns bons 30 kilometros carregando uma mochila de pano, cheia de coisas e ainda mais uma espingarda. Antes da marcha os sorteados tinham de passar pelos médicos para saber se estavam em forma, se podiam seguir em frente e logo ir pra Guerra. Ele entrou na fila do exame e quando chegou sua vez foi logo dizendo pro doutor que não podia andar que o seu pé tava inchado e que ele tava com esse mal já fazia bem uns dois meses. O médico ordenou para ele tirar as botas para examinar o seu pé. Olhou, olhou e disse pode calçar as botinas.
- Seu doutor eu não posso mais calçar as botinas, meus pés num cabe mais nelas.
- Ta certo. Diga ao cabo para lhe dispensar.
O cabo que ficava na outra sala o mandou esperar e depois de bem umas duas horas chamou-o e lhe disse:
- Pode ir e daqui a uma semana venha tirar a certidão.
Ele não entendeu bem, mas achou que já podia ir embora de volta pra casa. Logo que chegou montou com sua mãe numa burrinha e foi pro Parazinho pra pagar a primeira promessa. E nunca mais soube nada, nem pensou nada nessa coisa de guerra ou de Exército. Isso já faz pra mais de sessenta anos, mas ele ainda tem medo de ser chamado pra faze aquela marcha na capital.



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Friday, April 09, 2010

POEMAS BARRETO/XAVIER 109


  • RAIMUNDO MAURO OLIVEIRA FILHO, Maurinho (1949 -1980), filho de Raimundo Mauro Xavier de Oliveira e Leilah Frota de Oliveira, representa a quarta geração dos poetas Xavier/Barreto no blog.



SONETO DO AMOR DISTANTE


Na bruma azul da tarde, o mar erguia
Tua lembrança morna, apaixonado,
Por este negro corpo malfadado,
Enquanto ao longe eu ouvia uma sinfonia.

Tu caminhavas entre a maresia
(Mal tu sabias que te estava olhando!)
Como quem faz alguém quando sonhando,
E o sol lá fora desaparecia.

E veio a noite, teu vulto mulher
Eu vi também, como uma pessoa qualquer
Mas com um pudor que eu nunca vira antes...

E a noite foi-se, teu vulto também
Foi-se com as trevas e se fez no além,
E entre caminhos eu me vi, distantes...



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Wednesday, April 07, 2010

GRANJA, FAZER O QUÊ?


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Tuesday, April 06, 2010

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 124


JUSTA REIVINDICAÇÃO

Nessa quarta-feira, bem no centro do shopping popular, eles se reuniram formando um grupo diferente. Estavam lá o Astrogildo, o garoto de recados, o Lucrativo, grande lustrador de motos e bicicletas, a Minou, esta só fazia pedir esmolas, estavam também (...)


aquele garoto com necessidades especiais que andava numa cadeira de rodas, aquele outro que tinha a fala entramelada, o Bebezinho, este muito atrevido com as meninas. Juntaram-se a eles o Seu Juvenal que vendia futricas no portão do Mercado e, finalmente, o Azedinho, este um verdadeiro empreendedor, mas a quem os outros não davam voz. A Minou falou expondo seus – deles – problemas e reivindicações. Todos desejavam ser ouvidos pela egrégia Câmara a fim de apresentarem propostas reivindicatórias. Ficou acertado que eles iriam, já na próxima semana, incorporados e, olhem ninguém poderia faltar, até o sodalício municipal para apresentarem ao seu digno Presidente as tais ditas reivindicações. O Azedinho queria por que queria ser o porta voz, mas os outros escolheram o Bebezinho para isso. No dia e hora aprazados o grupo foi admitido ao recinto sagrado onde se delibera o futuro e o passado da comunidade e logo apresentaram seus pedidos. A única coisa que eles pediram aos membros do egrégio sodalício foi a troca das motas pelos jumentinhos e burros de antigamente. Esse pedido era baseado no fato de que os animais poderiam sujar as ruas, mas não matavam os transeuntes. Após acaloradas discussões o assunto ficou para ser deliberado quando chegassem as “calendas gregas”.



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Sunday, April 04, 2010

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 166


O CASAMENTO E O CAPETA



Montado em seu jumentinho o velhinho ia apanhar uma carga de capim lá na roça do Seu Vicente. Ia satisfeito da vida, pois seu filho logo ia se casar com a filha do Capitão Zé Raimundo, homem de muitos negócios na cidade. Mas, como sempre, ele ia com medo, pois sabia que o Demo costuma aparecer nesses caminhos da Malhadinha. Eles já tinham caminhado um bocado quando subitamente o jumentinho estacou e quando um jumento estaca não há mais nada a fazer; é esperar até o bicho se decidir a novamente andar. Muito tempo depois o animal se liberta e prossegue viagem. Mais adiante o jumentinho novamente estaca e não quer mais andar. O velhinho apeia do animal e roda que roda em torno dele conclui que foi o Capeta que se jogou na frente do bicho. Agora porque o velhinho não atina. Talvez “ele” não aprovasse o casamento de seu filho e estava dando um aviso.


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Saturday, April 03, 2010

A VIDA AVENTUROSA DE TROFIM VASEC EM DIVERSOS CAPÍTULOS – 3


O casamento de Expedito Troféu-Vieira.

Montado em uma burra nova, mas sempre puxando a cachorrinha, ele desceu a Serra. Ao longo do caminho Trofim tentava vender ao povo das fazendas suas futricas e bugigangas, pois ele ainda transportava o que havia sobrado em sua mala. Quando passou pela Barra e visitou a fazenda do Coronel Possidônio Vieira ele demorou-se uns dois dias, pois o velho gostou muito dele e as conversas foram, por isso, longas. (...)

O Coronel, a certa altura, disse-lhe que havia gostado muito de seu nome, principalmente o primeiro: Trofim, e perguntou-lhe se poderia usá-lo, mesmo que fosse com uma pequena modificação. O eslavo ficou admirado, mas fazer o que? Concordou. Combinaram então que a família do Coronel Possidônio passaria a ser conhecida como Trosec-Vieira. Foi dessa maneira que o Coronel, homem experiente, acreditou traduzir o nome eslavo de seu novo amigo.

Na Barra ele presenciou a cerimônia e as festas do casamento de um dos primos do Coronel Possidônio, o Expedito. O noivo era meio encabulado como se diz por lá e parece ter sido a muito custo que ele ajustou seu casamento com a “Moça Bela”, como ele chamava a filha de um amigo fazendeiro. Contam que no dia em que o pai da jovem concordou com o casamento o noivo saiu às carreiras pela várzea, de volta à sua casa, a uns bons dez quilômetros, pulando e chutando toda carnaubeira que encontrava e gritando:

- Viu carnaubeira veia, eu vou casa com a “Moça Bela”, a mais bela que tem no lugar!

A festa foi um sucesso se não fosse pelo fato de que o noivo, quando a ceia nupcial estava posta e a noiva e todos os convidados sentados ao redor da mesa o procuraram e o descobriram acocorado atrás de uma porta da primeira camarinha. Não houve quem o demovesse de sair dali. Somente com o raiar da aurora é que ele saiu e foi embora para sua nova morada levando a “Moça Bela” na garupa da sua burra de estimação. É bom ressaltar que o noivo, por ser muito estimado do Coronel Possidônio passou, já na ocasião, a assinar Expedito Trosec-Vieira.

Trofim Vasec sua burra e sua cachorrinha pegam a estrada novamente.



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Friday, April 02, 2010

POEMAS BARRETO/XAVIER 108



RAIMUNDO MAURO OLIVEIRA FILHO
, Maurinho (1949 -1980), filho de Raimundo Mauro Xavier de Oliveira e Leilah Frota de Oliveira, representa a quarta geração dos poetas Xavier/Barreto no blog.





ELEGIA AOS HORIZONTES PERDIDOS

Talvez a cidade emergisse de mim como uma sereia, para o delírio dos Deuses,
E as colunas de marfim dos girassóis desabrochassem luzentes para a eternidade,
E para as almas, e para os olhos da amada.

Talvez os brancos horizontes da Pátria fugissem de mim
Apavorados de solidão, apavorados de contentamento, de saudades...
Seria para a tranqüilidade dos homens e da aurora,
Para, quem sabe, um dia, o sol nascer azul.

Talvez alguém tivesse piedade do homem que procura descobrir a amante,
E a encontrando -, não reconhece-la
Porque o incriado partiu envolto pela maresia e pelo vento.
(Ou simplesmente alguém lembrasse que entre os incrédulos ainda reste alguma esperança de se chegar ao fim.)

continuação do texto/postagem

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