Monday, December 22, 2014
A GATA DA DONA ROSA - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA - 397
Sua avó morava
na mesma casa de taipa que o marido, Zé
dos Troncos, havia construído quando casaram. Só tinha um quarto, a sala
e a cozinha. Depois de quarenta anos de casados eles não suportavam mais a
secura do sertão e o Seu Zé pegou um mal la nele que o levou para o pequeno
cemitério. Daí Dona Rosa ficou só com o menino menor, o Zezinho, e a gata
Mateira. Os outros, já grandinhos, tinham ganhado os bredos atrás de serviço;
pois até os ricos passavam necessidades brabas. Ninguém sabia como Dona Rosa
conseguia sobreviver, morando em sua casinha, a cinco quilômetros do centro. O
fato é que ela e o menino se mantinham
magrinhos, mas em pé. Todo sábado, na feira Dona Rosa levava um preá, ou um
mocó e até mesmo uma nambu, para vender. O resultado desse comércio dava para
comprar farinha, feijão e um pouco de banha para uso de casa. Como Dona Rosa
conseguia esses animais para vender e, certamente, para comer, ninguém sabia.
Até que um dia o Velho Raposo passando perto de sua casinha para um pouco de prosa
descobre o mistério. A velhinha conta-lhe sobre a gata Mateira que vivia com
eles desde que fora abandonada por uma vizinha fugida da seca:
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