
LÍVIO BARRETO (1870 - 1895)
OS CRAVOS BRANCOS
Cravos brancos, cravos brancos como o leite,
Que as noivas levam para a Igreja ao ir casar,
Cravos da côr das escumilhas do corpete,
Brancos de espumas atiradas pelo mar.
Cravos brancos invejado pelos goivos,
Cravos brancos que de brancos dão vertigens;
Cravos que são como hálitos de noivos,
Beijos de noivos embaciando mãos de virgens!
Cravos brancos, cravos brancos, lágrimas d´anjo,
Cravos de Maio cor de leite de noivado;
Cravos de luar que sorri como um arcanjo
A meditar no seu castelo enamorado.
Ó cravos brancos! Brancas flores misteriosas,
Seios ireis agasalhar com vossas neves,
Seios macios como pétalas de rosas,
De carne rija, sangue quente e curvas breves.
Flores dormentes de volúpia e de desejos,
Sempre a sonhar presas aos seios das donzelas,
Amarrotadas pelo fogo de seus beijos
E sempre brancas, sempre puras, sempre belas!
Flores que as noivas levam presas na caçoula
Das mãos de arminho, cravos brancos, para o altar,
Para, ao voltar com as faces de papoula,
Dá-los às virgens para logo irem casar.
Cravos brancos como as mãos da minha amada,
Quando eu descer à terra fria, num caixão,
Desabrochai, brancos soluços d´alvorada,
Ó cravos brancos que plantei no coração.
Março - 93 (Poema dedicado a Waldemiro Cavalcante)
OS CRAVOS BRANCOS
Cravos brancos, cravos brancos como o leite,
Que as noivas levam para a Igreja ao ir casar,
Cravos da côr das escumilhas do corpete,
Brancos de espumas atiradas pelo mar.
Cravos brancos invejado pelos goivos,
Cravos brancos que de brancos dão vertigens;
Cravos que são como hálitos de noivos,
Beijos de noivos embaciando mãos de virgens!
Cravos brancos, cravos brancos, lágrimas d´anjo,
Cravos de Maio cor de leite de noivado;
Cravos de luar que sorri como um arcanjo
A meditar no seu castelo enamorado.
Ó cravos brancos! Brancas flores misteriosas,
Seios ireis agasalhar com vossas neves,
Seios macios como pétalas de rosas,
De carne rija, sangue quente e curvas breves.
Flores dormentes de volúpia e de desejos,
Sempre a sonhar presas aos seios das donzelas,
Amarrotadas pelo fogo de seus beijos
E sempre brancas, sempre puras, sempre belas!
Flores que as noivas levam presas na caçoula
Das mãos de arminho, cravos brancos, para o altar,
Para, ao voltar com as faces de papoula,
Dá-los às virgens para logo irem casar.
Cravos brancos como as mãos da minha amada,
Quando eu descer à terra fria, num caixão,
Desabrochai, brancos soluços d´alvorada,
Ó cravos brancos que plantei no coração.
Março - 93 (Poema dedicado a Waldemiro Cavalcante)
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