Saturday, November 07, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 91


Um poema de Lívio Barreto (1870 – 1895)

PARA ESCREVER

Mergulho a pena no tinteiro... cismo...
Em quê? e a pena entre os meus dedos presa,
Como uma alma suspensa sobre o abismo
Da dor, treme de frio e de surpresa.

Caos de pensar! Nevoeiros da incerteza!
Silêncio! Calmaria!... atroz mutismo!...
E o coração é uma fornalha acesa,
Uma cratera a vomitar no abismo!

E neste vácuo, neste desespero,
Quero debalde, inùtilmente quero
Dizer... nem sei o que dizer, Jesus!

Tenho o mar sob o peito e a tempestade
N´alma, e sou mudo! ó santa, tem piedade!
Surge, beija-me e diz: - faça-se a luz!

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Texto completo.

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