
RAUL S. XAVIER (1902 – 1985)
ESFÍNGE
Quanto mais tu prometes, mais duvido,
E quanto mais tu negas, mais eu creio;
Até dos teus sorrisos eu receio
Conserves inviolável o sentido.
Nem mesmo num olhar irrefletido
Descerras o mistério que, em teu seio
Esquivando-se, foge ao meu anceio
De comigo também tê-lo escondido.
Se quanto mais seduzes, mais tu finges
É que assim a malícia das esfinges,
Nos teus lábios, disfarça o que não quer;
Acreditando, sempre descrendo...
Demônio... deus... não sei quem me está vendo,
Através dos teus olhos de mulher.
1951
ESFÍNGE
Quanto mais tu prometes, mais duvido,
E quanto mais tu negas, mais eu creio;
Até dos teus sorrisos eu receio
Conserves inviolável o sentido.
Nem mesmo num olhar irrefletido
Descerras o mistério que, em teu seio
Esquivando-se, foge ao meu anceio
De comigo também tê-lo escondido.
Se quanto mais seduzes, mais tu finges
É que assim a malícia das esfinges,
Nos teus lábios, disfarça o que não quer;
Acreditando, sempre descrendo...
Demônio... deus... não sei quem me está vendo,
Através dos teus olhos de mulher.
1951
A gravura representa Édipo e a Esfinge (Charles Rickett)
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