Friday, March 05, 2010

POEMAS BARRETO/XAVIER 105


O poema de LÍVIO BARRETO, abaixo transcrito, está publicado em “Dolentes”, seu único livro.

ATRAVÉS DO SONHO


A Roberto de Alencar


Cerro os olhos de noite, enquanto o sono
Não chega, e deixo-me ficar sonhando
Neste abstrato e lânguido abandono

De quem com o coração vai conversando.

E como um triste e luminoso bando

De garças, sob o azul de um céu de outono,

Vão minhas utopias emigrando

Do altar aonde o teu amor entrono.


Trono de flores que a ilusão colora

Minuto por minuto, enquanto chora

O Coração no íntimo, sentido,


Aonde o teu amor mal pousa e aonde
Minha esperança última se esconde

Como um pássaro triste e malferido.


continuação do texto/postagem

No comments: