Wednesday, March 04, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 4

Antonieta e seu olhar de frete

Ela tinha sido empregada em uma das lojinhas do Vitor. Logo que aparecia em qualquer lugar chamava atenção: tinha feições delicadas e era bem clara e seu corpo aparentava ser rígido. Ela era muito bonita. Sempre usava calças jeans e blusas combinando, geralmente de cores vivas. O detalhe é que ela nunca usava nada por baixo da blusa, mexendo com a imaginação dos homens. Quando começou a olhar muito para ele foi um deus-nos-acuda! Ele logo se apaixonou sem nunca terem trocado palavra. Certo dia Vitor o convidou a ir ao seu apartamento para tomar umas cervejas e comer alguma coisa. E conversar. Avisou logo que mais outras pessoas iriam. Logo ao chegar deu de cara com Antonieta que passou a fitá-lo com um olhar doce, doce e de frete. Vencendo barreiras “seculares” ele aproximou-se dela e passou o indicador ao longo de seu braço sobre o espaldar da poltrona. Ela sorriu com um sorriso tímido, mas encorajador. Ele disse então que ao fim da festa a levaria em casa e ela balançou a cabeça concordando. Jorge afastou-se e tomou mais um copo de cerveja, já era o quarto. Pensou que tivesse feito uma grossa besteira, pois não tinha a menor idéia do que faria. E o que diria em casa? Finalmente os convidados começaram a sair, a maior parte, altos, devido à cerveja geladinha. Ele tomou a mão de Antonieta e os dois despediram-se do Vitor. Já no carro em movimento, sem saber o que faria em seguida, dirigiu por algumas poucas quadras e fez um contorno parando sob algumas árvores. Estava escuro, mas a claridade de uma lâmpada de rua, ao longe, permitia ver o suficiente. Agora o que eles tinham vindo fazer estava claro. Após uma hora de delírio ele a levou em casa.

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