Saturday, January 17, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 56


RAUL S. XAVIER (1902 – 1985)

SAUDADE

Tôda a minha desventura
De um mal sem nome provém,
De uma desdita sem cura,
Como a não teve ninguém.

É saudade que perdura
E de muito longe vem
Esta exquisita amargura,
Com sabor até de um bem.

É somente uma lembrança
Daquela vaga esperança,
Que o tempo há muito levou,

Da crença agora perdida,
De uma ilusão mal vivida,
Do que fui e hoje não sou.

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