Wednesday, September 30, 2009

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 101

A MINHA COMADRE DEVE ESTAR MUITO TRISTE

Eles moravam na Vila da Serra, na saída para o Sítio São João, que todo mundo conhece. Como muitos na antiga povoação colonial eles liam jornais, revistas e ouviam rádio. Quando o Presidente foi eleito e sua fama, a de sua família e de sua linda esposa Jackeline, correu o mundo, eles ficaram vidrados, como todos. Eles eram membros de uma realeza. Dona Clotilde, a esposa, sabia tudo sobre a Família, muito mais do que o marido. Quando, no começo de 62, ela deu à luz a uma criança decidiram, após muito pouco debate, dar para padrinhos do garoto, o casal imperial. Não tiveram dificuldade em escrever-lhes, comunicando a escolha e, lógico, pedindo o comparecimento ao batizado, que seria realizado na Igreja Matriz, velha de alguns séculos. Esperaram algum tempo pela resposta e esta chegou. Chegou na forma de uma carta do Cônsul no Recife em que ele dizia que o presidente e sua esposa agradeciam a honra de serem padrinhos do menino, mas também expondo as dificuldades que o casal teria de comparecer ao batizado. Eles deveriam relevar o fato e, acrescentou o Cônsul, aceitar a sugestão de que o Presidente e sua mulher se consideravam padrinho e madrinha do garoto. Apesar da frustração inicial eles logo se acostumaram com a ideia de não ter o casal real na cerimônia. Após o batismo eles passaram a nomeá-los como compadres. Quando, no trágico 22 de novembro de 1962, uma vizinha veio dizer à mãe do garoto o que havia acontecido em Dallas – que o Presidente havia sido assassinado, ela lamentou e após ter chorado muito disse:
- Cuma num tará a cumade Raqueline!...


Veja os créditos da foto:

Associated Press Photo
President John F. Kennedy and his wife Jacqueline Kennedy were in Dallas on Nov. 22, 1963 during a tour of five Texas cities when the president was shot by gunman Lee Harvey Oswald. Mr. and Mrs. Kennedy are pictured after landing at Dallas Love Field.

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