A MINHA COMADRE DEVE ESTAR MUITO TRISTE
Eles moravam na Vila da Serra, na saída para o Sítio São João, que todo mundo conhece. Como muitos na antiga povoação colonial eles liam jornais, revistas e ouviam rádio. Quando o Presidente foi eleito e sua fama, a de sua família e de sua linda esposa Jackeline, correu o mundo, eles ficaram vidrados, como todos. Eles eram membros de uma realeza. Dona Clotilde, a esposa, sabia tudo sobre a Família, muito mais do que o marido. Quando, no começo de 62, ela deu à luz a uma criança decidiram, após muito pouco debate, dar para padrinhos do garoto, o casal imperial. Não tiveram dificuldade em escrever-lhes, comunicando a escolha e, lógico, pedindo o comparecimento ao batizado, que seria realizado na Igreja Matriz, velha de alguns séculos. Esperaram algum tempo pela resposta e esta chegou. Chegou na forma de uma carta do Cônsul no Recife em que ele dizia que o presidente e sua esposa agradeciam a honra de serem padrinhos do menino, mas também expondo as dificuldades que o casal teria de comparecer ao batizado. Eles deveriam relevar o fato e, acrescentou o Cônsul, aceitar a sugestão de que o Presidente e sua mulher se consideravam padrinho e madrinha do garoto. Apesar da frustração inicial eles logo se acostumaram com a ideia de não ter o casal real na cerimônia. Após o batismo eles passaram a nomeá-los como compadres. Quando, no trágico 22 de novembro de 1962, uma vizinha veio dizer à mãe do garoto o que havia acontecido em Dallas – que o Presidente havia sido assassinado, ela lamentou e após ter chorado muito disse:
- Cuma num tará a cumade Raqueline!...
Veja os créditos da foto:
Associated Press Photo
President John F. Kennedy and his wife Jacqueline Kennedy were in Dallas on Nov. 22, 1963 during a tour of five Texas cities when the president was shot by gunman Lee Harvey Oswald. Mr. and Mrs. Kennedy are pictured after landing at Dallas Love Field.
Wednesday, September 30, 2009
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