Friday, December 21, 2007

POEMAS BARRETO/XAVIER 5


JOSÉ BARRETO XAVIER, o segundo filho homem de Elisa Barreto Xavier e Ignácio Xavier, nasceu na Granja em 1903 e faleceu em Fortaleza 1982. Como se diz na família “cometeu” suas poesias quando jovem. Ele deixou um caderno manuscrito que enfeixava sua produção poética e ao qual deu o título “Esmaltes e camafeus, 1920 – 1922" (um plágio de Théophile Gautier). Alguns desses poemas, como o aqui mostrado, foram publicados no Coreahu, jornalzinho da cidade.

VI

Está o seu nome em perfeita harmonia com a sua pessôa.
Branca irmã dos lírios e das açucenas de extranha belleza e graça original, pequena, mignonne mesmo, é a dona de uma maravilhosa cabelleira, feita do ouro do sol no occaso, que lhe affaga e envolve o alvo rosto, rosado como se delle fosse a moldura maravilhosa.
Nas faces a brancura da neve colorida de rosas, illuminada pelos olhos sorrindo por entre as pálpebras o luminoso sorriso da intelligencia.
As vezes, quando um sorriso entreabre a curva breve dos lábios, esplendor vermelho da sua bocca pequena lembra um rubro lírio bipetalar onde se tivessem, collocado os dois fios de pérolas dos seus dentes.
Dansa adimiravelmente. A harmonia extranha o rithmo cadenciado em que ondeia o seu corpo a graça fina dos seus pés alados, atraindo para si a attenção de todos os olhares na revelação de um mundo de attitudes bellas, dizem os segredos de Terpsichore que ella possue intistivamente.
Na delicadeza das maneiras, gracilidade dos gestos, bondade carinhosa e clara intelligencia estão os segredos da maior attração que a sua pessoinha amável exerce sobre quantos a conhecem.
Não são estas frases, sem brilho o elogio merecido, porque justo das suas prendas numerosas. São mais a pallida homenagem desta secção que seria incompleta se a não illuminassem hoje as iniciais do seu nome.
(Publicado em dezembro, 1921)

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