Saturday, June 27, 2015

POR FIM MELLE BATE À PORTA.


Ricardo tinha no seu micro, laptop, celular e outros meios diversos, fotos dela guardadas já há meses. Ninguém sabia disso. Não era vício, mesmo por que ela comportava-se corretamente ao posar para o Facebook.  Ele não podia "mexer" em nenhum desses meios que uma foto, já conhecida há tempos, não aparecesse na tela de seu monitor e saltasse para a parede branca de seu quarto ou escritório. Aí ele podia, sempre, apreciá-la melhor: seus olhos chamejantes, seu cabelo de cores diversas, seu sorriso cativante. Só sua voz não aparecia.  Isso tudo nos últimos dias intensificou-se quando ele teve a certeza de que nunca mais a veria ou falaria com ela. Será que vai "aproveitar" os livros? O colar grande e os pendentes? Os vinhos que viriam com garrafas já abertas,  as viagens - havia duas em preparação - uma para o Rio, outra para Roma. Rio e Roma. Roma e Rio. Enfim. Melle bate à porta. É preciso atendê-la.


12:00 25/06/15 165 palavras

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