Tuesday, June 30, 2015

A PONTE


Ela criou uma tremenda ojeriza a ele. O porquê disso nunca ficou esclarecido, mas em sua casa, escondida dos pais ela se contorcia de dor e remorso por ter sido tão brutal com o vellhote. Afinal ele não tinha nenhuma culpa de ter nascido no meado e ela no fim do século XX. Como sempre ele sabe a razão de tudo e não se importa mais. Para ele a vida não é mais tão bela, mas sempre um chorozinho aqui, um uisquinho ali, a visão de uma mulher bonita, de uma neta linda, de outro neto ainda mais sabido, não chega a compensar, mas também ainda não é motivo para pular da ponte.

08:19 30/06/15 134 palavras

Aos não tão velhotes do tipo Humbert Humbert.

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