Sunday, June 28, 2015

A MOSCA


JR, aliás, JX, aliás, JC, tinha acabado de acordar de seu sono de 15:00 (estranha escrita...) e pediu um cafezinho simples à Fransquinha. Ele estava no Forte e preparava-se logo para uma longa viagem para a Batuba.
- Chica eu queria uma xicrinha de café. Pode ser?
- Sim! Dr. Vou já passar um bem quente... Passado o café ela põe a bebida bem escura, assim como ela, e bem quente e o chama:
- Pronto Doutor... Ele senta-se a mesa, na cabeceira, lugar de seu Pai, mas agora sempre ocupado por ele. Pega a xícara com carinho, pois devota um amor especial ao Moka, mesmo que seja "3 corações" e não ainda um "Nespresso", põe um pouco de açúcar cristalino e passa um tempão enorme girando a colher para, mais do que adoçar a bebida de ancestrais árabes, dar-lhe tempo de pensar na sua vida de merda. Cansado dessa operação ele leva a pequenina xícara à boca e delicia-se com a bebida de gosto excepcional. Sempre pensando em sua vida, deixada para trás, ele vai sorvendo aos pequenos goles a bebida preta, doce e ainda quente. Lá pelo fim, avalia agora, ele sente alguma coisa sólida e a traz para a boca, para a região dos incisivos e "trabalha" o pequeno sólido com a língua, jogando-o de um lado para o outro, chupando-o com prazer. Cansado de não sentir a dissolução da "pedrinha de açúcar" encontrada em seu café ele aproxima os dedos indicador e polegar da mão direita e traz o "objeto" para o ar. Observa daqui, dali, gira e vê aquela massa ainda com forma apresentando finas garras e um corpo ainda resistindo às rodadas forçadas pela pequena colher no seio do líquido. Ele não precisa de nenhuma lupa para descobrir que se trata do cadáver de uma mosca. Sua reação não foi de susto ou raiva ou ódio, pois atualmente ele é uma pessoa do bem. Só faz o bem. Tomando o pequeno cadáver, levantou-se, foi ao vaso sanitário e jogou-o sobre a água usada e deu uma descarga reforçada. Como se preciso fosse.
10:09 28/06/15 351 palavras

Ofereço essa bobagem a Chica. 

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