Tuesday, June 23, 2015

OLHO EM TORNO DO MEU ESCRITÓRIO E VEJO


Meus livros. Quem os vai limpar? Quem os vai organizar nas estantes já cheias? Império Romano, Cristianismo, Islamismo, tá faltando algo sobre Judaísmo. Ainda agora tento por alguma ordem nessas observações a respeito dos livros que tenho, comprei, ganhei. Olho e vejo dezenas de títulos sobre a fundação de Roma e o desaparecimento do Império Romano, desde o livro de Gibbon até análises mais modernas, populares, bem entendido. Após ter, como que enjoado de Roma e suas conquistas, passei para os Bárbaros: Gauleses, Celtas, Germanos e quase todo o resto. Vikings, Normandos, Francos, Bretões, Guerra dos Cem anos... A mania boba de somente ler livros de ficção científica no original inglês; terá sobrado alguma coisa voando pelo espaço intergaláctico? H. G. Wells, A. Huxley, Isaac Azimov, Poul Anderson... Poucos livros em francês - fui aluno premiado da Associação Franco Brasileira onde ganhei um primeiro prêmio (Prix d´excellence). Habilidade jogada fora pelo desuso. Mas, ainda li Balzac (Père Goriot) e um livro sobre Liautey, general francês que lutou no norte da África. O livro, assim, como o Père Goriot trazia dedicatórias de "Prix d´excellence a l'éleve...) escritas pelo Pomerat, francês,. namorado da prima Miriam. Já bem depois, mas nunca já tarde, virei-me para o Oriente em busca de entender as religiões monoteístas: judaísmo (pouca coisa, ainda projeto), catolicismo, islamismo. (Mas nunca me interessei por Budismo ou Confucionismo.) Bíblia (de Jerusalém), Alcorão. O Talmude está esperando; chegarei a tempo a  ele? Só Yahveh sabe. Cruzadas. Lutas sangrentas por Bizâncio/Constantinopla/Istambul/Jerusalém. Santos. São Pedro. Aquisição recente e ainda lendo Santo Agostinho: sua "Cidade de Deus". Planos e mais planos e não há mais lugar nas estantes. Centenas foram doados para filhos ou levados para o IJX na Granja, pensado inicialmente como a Biblioteca JXF. E as dezenas ou centenas de livros para presentear aos filhos, genros, nora, netos, "amigas", amigas, conhecido(a)s que gostam de ler e as que não gostam e dizem que gostam; alunos aplicados que prometiam um brilhante futuro...
Literatura brasileira, portuguesa (Camões), espanhola (Dom Quixote), latino americana (Vargas Llosa), pouca coisa norte americana (Hemingway). Israelaense (Amos Oz). Falta muita coisa...

As fotos antigas, impressas em branco e preto, papel glossy, em sua maioria de tamanho pequeno (seria 5×3 ?), tiradas com minhas duas Contaflex? 
(Uma roubada de minha mala no avião em uma das voltas de viagem a Europa; depois comprei outra igual em viagem a Berlim). E aquelas tomadas com as maquininhas da Kodak - não lembro o nome. E as de disco? E os accessórios para melhor aproveitar o potencial da Contaflex? Aonde estão? Ana os usou por algum tempo. E os milhares de slides tirados na California: Los Angeles, San Francisco; há uma foto minha em frente ao Oceano Pacífico, tirada pelo amigo perdido Reynaldo. E as fotos da Europa: Aberdeen, Durhan, Londres, Berlim, Munique, Praga, Roma, Veneza, Florença, Ravena, Milão... E os da Família? E das viagens a Granja, Rio, São Paulo, Brasília, Terezina, São Luiz, Pantanal, (Paulo e Maiza)? Tudo jogado, desarrumado! Sem a organização a mim mesmo prometida! Eu que me pretendia um verdadeiro "Caxias"... Certinho... O que vai acontecer às minhas latinhas e caixinhas acumuladas por anos a fio; recentemente com a colaboração e trocas com minha filha Ana...

Olho para minha mesa e vejo os lápis: dezenas deles, agora com pontas feitas  com as maquininhas modernas. As canetas, não mais tanto as Bic, mas as Stabilo pelas quais me apaixonei, mas tive coragem de dar de presente na Granja todas as 24 de uma coleção trazida de  Munique há tempos. O estojo - caneta e lapiseira dourados - da Parker 51, "de ouro", presente de casamento de Socorro. As lapiseiras, desde os tempos do meu Pai na Booth Line: uma, branca com uma bandeira azul; ou seria o contrário? Os micros abandonados, "coisa de rico", no meio do caminho desde o primeiro com um único drive feito pela Cobra... Muitos deles doados a pessoas ou ao "museu" do Instituto... Os celulares não muitos, pois nunca aprendi a mexer neles... Mas tinha um Palm de última geração, mesmo! Os discos de vinil e depois as dezenas de CDs de cáubois jogados por aí... John Wayne, Clint Eastwood, o velho John McBrown, os espaguete - Franco Nero e muitos e  muitos outros. Perdi o interesse. Agora é Netflix. Séries infindáveis. Breaking Bad, Mad Men, Suits, Better Call Saul. E os CDs de música clássica cujo gosto me foi  instilado pelo Paulo Lincoln  que me deu um álbum com todos os concertos de Brandenburgo de autoria de um gênio alemão que até hoje sou viciado nele,  como se fosse uísque ou maconha. Agora ouço Bach no micro e importado pelo YouTube. Vou perder essas coisas e muito mais que vem pelo futuro, mas assim é a vida. Em compensação não vou saber! Novamente livros e mais livros comprados acima da capacidade de leitura. Outros, escritos por mim na tentativa de jogar todas as coisas que tenho dentro para fora a fim de respirarem. Não consigo jogar tudo, só partes, pois dá saudades. Minha (?!)  Ciência. Muitos livros no original Inglês, Darwin - interessante a memória foge aqui - e milhares, milhares de separatas lidas e digeridas deixadas, especialmente pelas meninas Kátia e Elenir, na sala que usei por anos a fio na UENF. Tudo jogadoTenho que chamar atenção de quem topar com esses escritos que não estão em Fortaleza, na Maria dos Anjos, nada que se refira a insulina, o meu bode expiatório expurgado dos meus  neurônios. O Maurício Silva entende mais dos mecanismos de ação da insulina do que eu agora. Eu que passei anos em busca de respostas para sua existência em plantas. 

E as pastas onde tenho guardado de um tudo: desde diploma de doutor - doutor mesmo Lilly, ex-musa -, até bula de remédio, passando por cópias de dezenas de declarações de Imposto de Renda e currículos plenos de títulos de trabalhos pretensiosos. Ufa! Isso passa por agendas anuais, talvez mais de trinta. Agora livres para curiosos folhearem e descobrirem fatos e acontecimentos sobre essa vidinha besta que Alessandra e Juliana, minhas grandes amigas e inspiradoras teimam em dizer que fez sentido e eu teimo em retrucar que não! Volto aos livros que tentei ler em alemão, só talvez para esnobar os especialistas em Inglês somente. Volto para o Inglês que me tem puxado para cima, muito. Com ajuda de Tamise, musa  do Wizard. Só não consigo acreditar que eu chegue um dia a ler "Ulysses", mesmo em tradução para o  Português, não terei tempo. Mas, "Dublinenses" li. É verdade com um
 pouco de dificuldade.

Interrupção em 09:43 de 17/05/2015

Recomeço em 15:00 de 18/05/2015

De algum tempo para ca minha vida está escondida em discos, CDs, disqutes, pendrives e discos rígidos: não sei nem avaliar quantos mega bites foram necessários para guardar os arquivos produzidos por mim. Estão também espalhados, por estantes, gavetas, caixas sem a menor organização. É, para mim um verdadeiro trabalho de hercúleo conseguir recuperar alguma coisa de que me lembre. Fica tudo para curiosos. Nesses arquivos estão segredos sob a forma de cartas,  fotos comprometedoras (do que? de quem?), fotografias para auxilio a sexo solitário,  de amigas, namoradas e paqueras, fotos científicas, para trabalhos e congressos e seminários. Enfim, uma quantidade enorme de documentos, pois tudo é documento. Em pacotes diversos, mais ou menos bem separados estão guardadas as cartas pessoais de Socorro escritas para mim quando eu estava fora do País ou de casa mesmo, na Granja ou outro lugar. Cartas colecionadas por Mamãe, por anos a fio, amarradas com fitinhas cor de  rosa e identificadas pelo ano. Poucas cartas de meu Pai; ele não escrevia muito para mim. Fazia bilhetes e recados quando eu fui (e mesmo antes) promovido a seu "representante" junto aos compradores de cera da "Praia" como a gente e outras pessoas chamavamos a região onde hoje é o "complexo Dragão do Mar".

Retomo em 19:24 de 02/06/2015

Agora mesmo, ouvindo a melodia (?) mais intrigante e bela, harmoniosa e celestial, fora dos eixos da normalidade, pensada e escrita pelo gênio JS Bach, a "Paixão segundo São Mateus", dá vontade de me acompanhar de Elle, ainda um pouco estranha, mas certamente  logo minha companheira. 

Retorno em 13:14 de 22/06/2015

Já chega. É pouco, mas por esses dias a vida me foi cruel. Mas tudo passa incluindo os 22 anos dados por meu neto e roubados. O Dr. A. bate à porta.

Retorno em 18:03 de 23/06/2015


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