Wednesday, July 08, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 19


Jorge Raposo, filho aprende a (não) guiar

O menino fora batizado no Parazinho com o nome de Oswaldo. O novo compadre de Jorge Raposo (filho), o pai do menino, era o Ladino, já amigo de muitas cervejas e conversas picantes no bar do Anastácio. O Ladino era exímio chofer de caminhão e vivia insistindo para o novo compadre aprender a guiar. Jorge prometia que, logo que comprasse um automóvel, aprenderia a guiar, pois queria botar o bicho na praça pra ganhar algum dinheirinho extra e ele mesmo tinha de guiar o monstro; os tempos estavam duros e parecia que iriam continuar assim por muitos e muitos anos. No começo do ano Jorge tirou um empréstimo na carteira agrícola do Banco do Brasil e comprou um automóvel Chevrolet novinho em folha na agência do tio Nanem. Quando o bicho chegou, trazido pelo compadre Ladino, foi só questão de conversar e o malhadinha foi aprender as artes da direção. Atrás do volante ele se atrapalhava todo com as ordens do compadre e trocava tudo que era de pé e mão: na hora de empurrar o pé direito ele empurrava o esquerdo, na hora de rodar o volante para a direita ele girava para esquerda. O compadre já estava se zangando quando Jorge, em um movimento brusco, joga o carro novinho em cima de um monte de pedra fazendo um barulho infernal e atraindo até os soldados da Delegacia, ali pertinho. O compadre Ladino resolve dar por encerradas as lições de direção ao amigo dizendo:

- Compadre você é muito inteligente, mas infelizmente sua inteligência está na cabeça e não nos pés.

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