Tuesday, June 01, 2010

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 131


UMA BODEGA NA ESTRADA


A casa ficava bem mesmo na curva da estrada que leva a Vila Real. Tinha um alpendre e ao lado uma janela que é por onde se faziam as vendas, pois além de morada a casa era uma bodega. O índio Francisco, de cabelos bem pretos e lisos e sem barba ou bigode, como eles quase todos são, vivia de portas a dentro com a Claudete, uma descendente mais longínqua de índios. O índio Francisco, como mais dia, menos dia eles fazem, resolveu ir embora, foi para o Piauí. Levou tudo menos a Claudete, as duas meninas e a bodega.

No dia em que Roberto parou seu jipe em frente à casa da Claudete e pediu um cafezinho ele viu que a moça tinha tudo para ser uma boa companheira. Quanto a ele, logo decidiu morar na beira da estrada, pertinho de Vila Real, vendendo cafezinho para os viajantes.


continuação do texto/postagem

2 comments:

Nonato adiodato said...

Meu estimado homem mais culto de Granja, percebi que o Sr. gosta de escrever muito sobre bodega. eu como um bodegueiro de berço fico todo pateta em ler seus contos.

Nonato adiodato said...

O Bodegueiro e a Freguesia





Porque para Deus empresta
Quem se compadece do pobre
E lhe pagará seu benefício
Não com ouro, prata, ou cobre
Mas terá um tesouro no céu
E na terra será sempre nobre

...
O bodegueiro psiquiatra
E a bodega seu divã
Quem chega estressado
Volta calminho amanhã
No bate papo com amigos
Como uma pessoa sã

Os problemas familiares
São bastante comentados
Desde o filho rebelde
Desde o filho rebelde
Até relação de casados
Também sobre saúde
Um assunto bem falado

Se pedirem opinião
O bodegueiro é conselheiro
Faz mulher separada
Voltar pro companheiro
Todo tipo de encrenca
Ele acalma bem ligeiro

Chega um bêbado chorando
O bodegueiro vai consolar
Naquele tom de humor
Não precisa se lastimar
Se sua mulher lhe chifrou
É melhor você perdoar

Sempre aparece na bodega
Algum estranho trapaceiro
Querendo levar vantagens
Em cima do bodegueiro
Tentando lhe fraudar
Mas ele é bem cabreiro

Em se tratando de velhacos
O bodegueiro é desconfiado
Ele destingue o semblante
De quem quer levar fiado
Se ele vender é sabendo
Que vai ser enganado

Ele trabalho satisfeito
Sem planger prejuízo
Só espera do amanhã
Alcançar seu regozijo
Suplicando a Deus
A manutenção do juízo


N o final deste cordel
O espaço é do poeta
Nomeando nesses versos
A letra que bem completa
Todos conhecem Nonato
O bodegueiro que tem meta

A decisão foi minha
De rimar o bodegueiro
Imitando minha vida
O mais preciso e ligeiro
De tudo que escrevi
A verdade veio primeiro
Tenho que me despedir
O tempo foi passageiro

Concluído no dia do fico do ano 2008
FIM