Friday, August 22, 2008

POEMAS BARRETO/XAVIER 36


LÍVIO BARRETO (1870 - 1895)

PARA ALGUÉM

Da tua boca, encarnação do Belo,
Suspensa está minh´alma ansiosa e louca:
Suspenso está tudo que almejo e anelo
Da tua boca.

Do teu sorriso cândido e suave
Pende meu ser em ânsias, indeciso,
Sempre que escuto o doce canto da ave
Do teu sorriso.

Do teu olhar leal um raio implora
Minh´alma e canta quando o vê baixar,
Pois ela vive dessa luz, Senhora,
Do teu olhar.

Do teu amor a pérola mimosa
Meu coração inunda o fulgor;
Ah! Dá-lhe um pouco, ó pálida formosa,
Do teu amor.


Este poema foi publicado em O Pão, n. 21, de 1-8-1895.

No comments: