
LÍVIO BARRETO (1870 - 1895)
POBRE!
Diz essa gente que te vê curvada
Continuamente, ó meiga criatura,
Para o cesto da alvíssima costura,
Que és pobre, e que por isso és desprezada.
Por isso mesmo eu vejo-te acanhada
Entre outras buscando a mais escura
Penumbra, inútil para tanta alvura,
E p´ra tanta beleza ignorada.
Ignorada, sim, minha açucena;
Ignorância que me causa pena
E me faz rir ao mesmo tempo, louca!
Pois eu bem sei o quanto és rica, eu sei-o:
Se tens só duas pérolas no seio,
Tens um milhão de pérolas na boca!
POBRE!
Diz essa gente que te vê curvada
Continuamente, ó meiga criatura,
Para o cesto da alvíssima costura,
Que és pobre, e que por isso és desprezada.
Por isso mesmo eu vejo-te acanhada
Entre outras buscando a mais escura
Penumbra, inútil para tanta alvura,
E p´ra tanta beleza ignorada.
Ignorada, sim, minha açucena;
Ignorância que me causa pena
E me faz rir ao mesmo tempo, louca!
Pois eu bem sei o quanto és rica, eu sei-o:
Se tens só duas pérolas no seio,
Tens um milhão de pérolas na boca!
No comments:
Post a Comment