Sunday, March 01, 2015

SOPA NA "CAFETERIA" DE WESTWOOD - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 409





FOI SUA PRIMEIRA VIAGEM para o exterior. Passar um ano! Felizmente foi com uma turma grande de contemplados com o mesmo tipo de bolsa. Quando chegaram a Louisville, onde passariam um mês, Jorge achou que tiraria de letra sua comunicação em inglês. Não se preocupou, em melhorar o manejo da língua e gastou tempo na pagodeira. Foi quando foi para a cidade grande - Los Angeles -, onde fica a Universidade da Califórnia (UCLA), e ficou sozinho, que ele percebeu como não sabia inglês. Penou durante alguns meses até ter um domínio razoável da língua. Conta que todo sábado saía do apartamento, dividido com mais três companheiros, um chinês, um jordaniano e um americano, e ia a pé para a pequena vila de Westwood, distante dois quilômetros. Ele não tinha carro e transporte público quase não existia. Entrava em uma “cafeteria” que se tornou seu comedouro preferido e, logo percebeu como seria difícil morar na América. Sentou-se em um banco em frente ao balcão e, olhando para a lista de pratos suspensa da parede, escolheu alguma coisa. Pediu à senhora que estava atendendo e esperou. Quando o prato chegou viu que era uma sopa não sabe de que, talvez de cebola, mas como estava com fome, tomou-a sem tugir nem mugir. No sábado próximo ele voltou à mesma “cafeteria” e a mesma senhora que o tinha atendido anteriormente logo lhe trouxe o “seu prato de sopa”. Ele não se aventurou a tentar mudar o pedido, pelo menos dizer que não era exatamente a repetição do prato anterior que ele queria. Não houve jeito. Seu inglês não havia passado no teste. Daí a algumas poucas semanas ele já estava conversando ao telefone com nativos; falar ao telefone e compreender o que o interlocutor dizia era um teste essencial para saber se dominava a língua. Já podia pedir um prato diferente.

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