Saturday, February 16, 2008

POEMAS BARRETO/XAVIER 12


O autor do poema de hoje, “Lágrimas”, Lívio Barreto, o “Lucas Bizarro” da Padaria Espiritual, nasceu nos Angicos - povoado do município - e faleceu na Granja em 1895; deixou uma única obra publicada ("Dolentes").

LÁGRIMAS

Lágrimas tristes, lágrimas doridas,
Podeis rolar desconsoladamente!
Vindes da ruína dolorosa e ardente
Das minhas tôrres de luar vestidas!

Órfãs trementes, órfãs desvalidas,
Não tenho um seio carinhoso e quente,
Frouxel de ninho, cálix rescendente,
Onde abrigar-vos, pérolas sentidas.

Vindes da noite, vindes da amargura,
Desabrochastes sobre a dura frágua
Do coração ao sol da desventura!

Vindes de um seio, vindes de uma mágoa
E não achastes uma urna pura
Para abrigar-vos, frias gotas d´água!

-(19)93-

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