Ela
era "danada", como diziam parentes e amigos. Não no sentido do
vocábulo originado do latim de amaldiçoado, perverso, ruim, aquele que foi condenado
ao inferno. E por que a chamavam assim, algo de pejorativo, por si
só, já maldoso? Na realidade era com carinho que todos diziam que ela era "danada":
ela sabia de tudo sobre a família, se
metia em tudo, dava
opinião sobre tudo. Terminava, sem muito cuidado, por ficar
antipatizada por muitos. Agora essa sua "danação" tinha uma faceta
interessante, pois ela sonhava e sonhava
muito ao mesmo tempo, assim dizia. Sonhava com muitas pessoas: parentes, ex-namorados,
conhecidos e desconhecidos de tempos antigos e recentes. Era uma verdadeira
mixórdia. O mais interessante é que ela contava para alguns serem esses
sonhos todos
embolados. Chamemos assim, embolados, pois ela
sonhava com muitas pessoas ao mesmo tempo e acordava exausta, pois tinha de dar
conta de
todas as conversas que tivera com todos durante o curto
espaço que levava, à noite, para sonhar.
Fortaleza 25/7/15; 18:41 ; 167 palavras. Para Edna
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