Wednesday, October 03, 2012

TIROTEIO NO CURRAL – HISTORINHAS DAS QUARTAS

- Cara, todo mundo sonha! Era assim que lhe diziam quando tentava contar um de seus fantásticos sonhos. Máquis insistia com os amigos e terminava contando seu último sonho ou, mesmo, um pesadelo. (...) 

Ele, muitas vezes, até repetia os sonhos, isto é, contava o mesmo sonho diversas vezes, com roupagens diferentes. Mas tudo bem ele resolveu contar este com todos os babados que alguém pudesse encontrar. Foi no meio de janeiro e fazia muito frio na madrugada. Máquis acordou aos gritos e levantou-se do chão frio após ter caído da cama e ficado desorientado. Ele procurou lembrar o que tinha acontecido e conseguiu recordar partes do sonho de momentos antes. Passou algum tempo até organizar a história que o tinha impressionado e daí contar aos amigos. Máquis estava em uma cabana no alto da montanha no Novo México. Tinha ido com alguns companheiros do rancho de Dom Miguel procurar umas rezes desgarradas. Como não tivessem tido tempo de voltar, pois a noite os pegara ainda trabalhando, todos resolveram dormir na cabana já conhecida de outras andanças. Após terem comido um pedaço de toucinho e um pouco de feijão de lata e tomado um café requentado, eles deitam e ouvem as historias de Bernard, o vaqueiro mais antigo do rancho que sabia de muitas dos tempos antigos. Ele e Bernard cortam lascas de fumo e começam a mascar para ver se dormem logo, pois pela manhã começará mais um dia de muito trabalho. Subitamente, ouvem ruídos vindos de fora sugerindo que, pelo menos dois cavaleiros estavam se aproximando. Todos pegam seus revolveres e rifles e tomam posição frente às janelas da cabana. Ele e Paco abrem a porta e se jogam atrás de um tronco de árvore caído para melhor observar a chegada de dois cavaleiros armados com rifles “papo amarelo”. Logo começa um tiroteio danado e um dos cavaleiros, parecendo tê-lo localizado atrás do tronco atira diretamente nele. Máquis sente que vai ser atingido e rola diretamente para o curral para se colocar atrás de uma tina de madeira. Ele rola umas três vezes até chegar à tina. Foi nesse instante que ele acordou no chão ao lado de sua cama, pois havia escapado dos tiros do bandido, mas não de um rasgo na testa.

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