Wednesday, September 12, 2012

SUGIRO E O SAMURAI– HISTORINHAS DAS QUARTAS

Sugiro era seu nome e de japonês tinha seu pai o velho Kitamura. O rapaz era muito impressionável e levava as impressões do dia para a cama onde, invariavelmente, sonhava sonhos fantásticos, irreais que gostava de contar para os amigos no boteco de seu Manoel. (...)  

Certa manhã de domingo ele vai para o tal boteco e, depois de pedir uma caninha e um tira gosto de torresmo ele espera pelos amigos que não tardarão a chegar. Quando o Mundinho e o Estanislau chegam, ele logo anuncia o sonho do dia, ou melhor, da noite passada. – Conta, conta! Falam os amigos. Sugiro que você comece do começo, sem essa história de lembrar seus antepassados samurais, avisou Mundinho. – Tudo bem. A história é boa, vocês vão ver. – Conta logo “Japa”, vamo! Foi aí que Sugiro começou a contar o sonho, ou seria pesadelo? Ele falou que estava dormindo em sua cama costumeira quando lá pela madrugada acordou e começou a lembrar do sonho que tivera um pouco antes. Ele estava sendo perseguido por um samurai por alguma coisa que ele não sabia o que fosse; corria em desabalada carreira quando tropeçou em uma pedra dando oportunidade para o bandido (?) alcançá-lo. O samurai, vestindo todas aquelas roupas de samurai, além de estar armado com uma enorme katana reluzente, aproxima-se de Sugiro caído e lhe diz com uma voz de japonês: - O que você faz aí sentado em minha cama? Ato contínuo os dois ficam em pé sobre a cama e o samurai recomeça a perseguir Sugiro. Quando este já estava muito cansado notou que a katana do samurai era de papel dobrado e ele mesmo era simplesmente o reflexo da luz que vinha do poste do outro lado da rua. Os amigos de Sugiro o expulsaram, aos berros, do boteco de seu Manoel.

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