Deitado na cama de palha da camarinha da frente da
velha casa de seus avós, na Malhada, Breno via coisas demais na penumbra do fim
de tarde. Fazia um tempo bonito, de chuva e, às cinco horas, ele acordou de
todo. Olhando para a parede ao lado viu uma figura balançar-se e ficou
imaginando que assombração seria essa, mais uma? Ele notou que a figura era ver
a cabeça de uma cabra sem os chifres que, vez por outra, olhava para ele e
abria a boca, mas não produzia nenhum som. Breno começou então a comparar as
feições da figura fantástica com algumas pessoas que ele havia conhecido e o
haviam perturbado. De repente ele imaginou ser aquela pessoa encontrada na
praia e que pediu uma carona para voltar para casa. Quando ela entrou no carro
deve ter lembrado algo, pois começou a falar repetidamente frases que não
faziam nexo para ele: - Você mim deve! - Você vai mim paga! Foi então que Breno pediu para ela descer e tomar um rumo que não
seria o seu.
(SP 10/3/12)
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