Wednesday, February 18, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 2


Opção

O rio estava a toda largura e rugia com tal intensidade que era ouvido até no Alto do Cemitério. Jorge caminhava tentando afastar-se dele, mas parece que o rio exercia uma descomunal atração em seu espírito de tal sorte que, em pouco tempo, ele chegou a sua margem. Logo fincou os pés na areia úmida e ficou mirando o emaranhado de espuma formado pela queda da água da barragem e que descia em grande velocidade em busca de seu destino. Jorge sabia que o rio era perigoso, não tanto por seu formidável caudal, mas pelo fato de que ele só sabia nadar “de cachorrinho” o que seria morte certa se caísse na água. Quanto mais esses pensamentos racionais ele tinha mais a atração se exercia. Era uma verdadeira luta entre o bom, que era ficar olhando o belo espetáculo e o horror que seria – ele imaginava, não tinha experiência – cair na água e ser arrastado pelas águas barrentas. No primeiro caso ele poderia conservar a lembrança das imagens do rio cheio, mas no segundo ele não teria como livrar-se do seu destino ditado pelo passo errado.

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