Sunday, June 03, 2007

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 29


Comadre

O casal morava numa cidadezinha da Serra. Como alguns poucos do lugar eles liam jornais, revistas e ouviam rádio. Quando Kennedy foi eleito eles ficaram fascinados pela “família real americana”, mas “gamados” mesmo pela bela Jackeline. Dona Francisca, a esposa, sabia tudo sobre o casal. Quando, no começo de 62, ela deu à luz decidiram, após muito pouco debate, dar para padrinhos do garoto, o casal Kennedy. Não tiveram dificuldade em escrever-lhes, comunicando a escolha e, lógico, pedindo o seu comparecimento ao batizado, que seria realizado na Igreja Matriz. Esperaram algum tempo pela resposta e esta chegou. Chegou sob a forma de uma carta do Cônsul americano em que ele dizia que o presidente e sua esposa agradeciam a honra de terem sido escolhidos como padrinhos do menino, mas também expondo as dificuldades que o casal teria de comparecer ao batizado. Eles deveriam relevar o fato e, acrescentou o Cônsul, aceitar a sugestão de que o Presidente Kennedy e sua mulher Jackeline se consideravam padrinho e madrinha do garoto. Apesar da frustração inicial o casal logo se acostumou com a idéia de não tê-los presentes na cerimônia. Após a realização do batizado eles passaram a nomeá-los de compadres. Quando, no trágico 22 de novembro de 1962, uma vizinha veio correndo contar a Dona Francisca o que havia acontecido em Dallas – que o Presidente Kennedy havia sido assassinado - ela lamentou e após ter chorado muito disse:

- Cuma num tará a cumade Raqueline !...

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