Caio,
o filho mais velho do prefeito, tinha costumes estranhos. Um deles era a mania
de sair pelas ruas, à noite, a procura de mendigos. Quando topava com um ele o espancava
e o levava até ao cemitério onde o jogava, morto, em frente ao portão. O velho
pai, quando sabia de mais um feito do menino, sorria e lembrava seu tempo de jovem
feitor. A única diferença entre os dois é que o velho deixava o mendigo no
mesmo lugar do acidente.
Caio
não sabia dessas atividades de seu pai quando jovem, mas desconfiava que ele
talvez gostasse de revivê-las. Daí foi um passo conversarem sobre o assunto. A
conversa foi agradável, como deveria ser uma conversa de pai para filho, e
logo os dois chegaram a um acordo de trabalho. Decidiram que, em suas caminhadas noturnas,
eles nunca iriam juntos, mas ao fim da expedição eles se reuniriam atrás do
muro do cemitério velho para depositar os corpos dos mendigos eliminados e trocar
informações e discutir novas estratégias de trabalho.
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