
LÍVIO BARRETO, o Lucas Bizarro da Padaria Espiritual, escreveu este poema em 1895; está publicado em “Dolentes” seu único livro.
MAL ÍNTIMO
Esta amarga funda, esta inclemência
Atra e brutal que me persegue, e mata,
Como um veneno, as flores cor de prata
Da minha entristecida adolescência;
Este ambiente de corrupta essência
Onde o Tédio os seus flóculos desata;
Este vento de dor que me arrebata,
Os sonhos de fulgor e transparência:
Toda esta amarga e triste decepção,
Esta da vida cética ironia,
Esta contínua e trágica aflição,
Este simoun do mal veio-me um dia,
Por não possuir teu peito um coração
Quando no meu um coração batia!
1895
continuação do texto/postagem
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