
“EXPLICACIONISMO”, UMA NOVA CORRENTE DE PENSAMENTO
“Seu” Continho era um fervoroso adepto do “coitadismo”, do “pobrismo”, e do “contratudismo”, mas ultimamente ele estava se dedicando mesmo era ao “explicacionismo”. Essa corrente do pensamento estava bem representada nos altos círculos administrativos locais. “Seu” Continho vibra de contentamento e patriotismo quando encontra nos jornais autoridades que iniciam seus pronunciamentos explicativos empregando alguma (ou algumas) das seguintes expressões:
• O projeto será reformulado...
• Está sendo construído um novo...
• Estaremos apresentando um projeto para...
• O problema é a burocracia e os licenciamentos...
• O problema da demora é a falta de verbas...
• O povo tem que ter paciência...
• Podemos dizer que houve um atraso de seis meses na análise do projeto. O que o gestor pode fazer?
• Não tinha obra antes; não se fazia mais obras...
• Tem o problema da chuva...
• Este ano foi atípico, não temos hábito de trabalhar assim, não temos essa tecnologia, não nos preparamos para isso.
Um exemplo recente que lhe tocou o coração de vítima do “salvacionismo universitário” foi esta nota que apareceu nos jornais:
“A Telefor cedeu dez aparelhos telefônicos para a Secretaria para ajudar nas inundações na cidade, sem cobrar pelo uso dos aparelhos e dos ships”.
Texto completo.
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