
LÍVIO BARRETO escreveu este poema em 1894; está publicado em “Dolentes” seu único livro.
DOLOROSA
Tu perpassaste dentro do meu sonho
Branca e sentida como o luar de Agosto;
Tinhas na voz um cântico tristonho
E uma tristeza de Angelus no rosto.
Por que essa sombra eterna de desgosto
Te agasalhando o amor que, alto e risonho,
Devera voar, bem longe do medonho
Cairel da dor, ó rosa do sol-pôsto?
Em teus olhos dolentes e magoados
Havia a dor dos sonhos laceradodos
E um ar profundo de desolação.
É que teu coração ia morrendo
Como uma margarida emurchecendo
Num crepúsculo triste de verão.
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