
LÍVIO BARRETO, o “Lucas Bizarro” da Padaria Espiritual, nasceu em 1870 e faleceu em 1895, tendo deixado uma única obra, “Dolentes” (póstuma). Temos hoje o poema Lutas, publicado nesse livro.
LUTAS
A Ulisses Bezerra
Sinto-me triste e fatigado. Ainda
Vibra-me n´alma o seu olhar severo,
Inflexível, frio, calmo e austero,
Cheio das fezes de uma dor infinda.
A dúbia luz da lamparina treme,
Vacila como eu, como eu descora,
No entanto, aos poucos no Oriente a aurora
Sacode a cabeleira de oiro e creme.
O crótalo do ciúme o dente crava
Em meu amor; e eu sinto-me covarde
Nesta luta cruel, tenaz e brava
Onde minh´alma se estorcendo arde.
Deus do vencido, ó sono! Me acalenta
Esta agonia atroz que me esfacela!
Mas não, ó Dor! O sono me afugenta
Pois eu posso talvez sonhar com Ela...
- Granja – 1894
LUTAS
A Ulisses Bezerra
Sinto-me triste e fatigado. Ainda
Vibra-me n´alma o seu olhar severo,
Inflexível, frio, calmo e austero,
Cheio das fezes de uma dor infinda.
A dúbia luz da lamparina treme,
Vacila como eu, como eu descora,
No entanto, aos poucos no Oriente a aurora
Sacode a cabeleira de oiro e creme.
O crótalo do ciúme o dente crava
Em meu amor; e eu sinto-me covarde
Nesta luta cruel, tenaz e brava
Onde minh´alma se estorcendo arde.
Deus do vencido, ó sono! Me acalenta
Esta agonia atroz que me esfacela!
Mas não, ó Dor! O sono me afugenta
Pois eu posso talvez sonhar com Ela...
- Granja – 1894
No comments:
Post a Comment