
BOMBA NO RIO
Eles chamavam de bomba, mas era uma simples banana de dinamite com uma espoleta de fulminato de mercúrio e um cordão ao qual encostavam um cigarro aceso. Todos os domingos, bem cedinho, os dois saiam para o rio. Lá, já esperava o mestre Raimundo, canoeiro que conhecia bem todos os poços, principalmente os que tinham muito peixe. O companheiro era bem mais velho do que Jorge, ainda criança. Mesmo assim eram amigos e tinham interesses em comum. Mas, pescar de bomba era alguma coisa que não lhe agradava. Entretanto, Jorge ficava fascinado quando, alguns segundos após jogarem a bomba, os peixes começavam subir. Mortos. Bagres, cangatis, às dezenas. Peixes sem importância, de pouco valor. Ele nunca comia desses peixes. Tempos depois o amigo lhe disse que não pescava mais, pois a Capitania dos Portos estava de olho nele.
(A ilustração é de Edgar Koetz)
continuação do texto/postagem
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