
Mostro hoje mais um poema de LÍVIO BARRETO, poeta granjense nascido em 1870 e falecido em 1895. “Dolentes” é seu único livro publicado.
MÁGOAS
MÁGOAS
Eu sinto n´alma o fúnebre vazio
Que o ninho sente quando a pomba voa...
JOÃO DE DEUS DO RÊGO
Por que essa flor que encerra a nossa vida,
Na melindrosa ânfora guardada,
Treme, pálida e fria, sacudida.
Por tua mão angélica, de fada?
Por que das minhas utopias santas
O vôo cortas quando as tenho prêsas,
À tua boca e à tua voz – se cantas,
Às tuas mãos e ao teu olhar – se rezas?
Por que deixaste, pérola, a queixosa
Concha cheia de amor e de martírio?
Por que deixaste este luar, ó rosa?
Por que fugiste deste orvalho, ó lírio?
Pois bem, deixa que eu gema e que sucumba
Com teu retrato no meu coração,
E vá de solidão em solidão,
A procurar o amor de tumba em tumba.
Deixa! e nem tentes mais chamar à vida
Meu coração desesperado e frio
Que anda no mar da Dor como um navio
Na escuridão da noite indefinida.
- Granja – Agosto – 92.
O poema mostrado está completo.
Que o ninho sente quando a pomba voa...
JOÃO DE DEUS DO RÊGO
Por que essa flor que encerra a nossa vida,
Na melindrosa ânfora guardada,
Treme, pálida e fria, sacudida.
Por tua mão angélica, de fada?
Por que das minhas utopias santas
O vôo cortas quando as tenho prêsas,
À tua boca e à tua voz – se cantas,
Às tuas mãos e ao teu olhar – se rezas?
Por que deixaste, pérola, a queixosa
Concha cheia de amor e de martírio?
Por que deixaste este luar, ó rosa?
Por que fugiste deste orvalho, ó lírio?
Pois bem, deixa que eu gema e que sucumba
Com teu retrato no meu coração,
E vá de solidão em solidão,
A procurar o amor de tumba em tumba.
Deixa! e nem tentes mais chamar à vida
Meu coração desesperado e frio
Que anda no mar da Dor como um navio
Na escuridão da noite indefinida.
- Granja – Agosto – 92.
O poema mostrado está completo.
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