O relógio da igrejinha ao lado ainda não tinha batido as
doze pancadas quando ele foi deitar. Só depois de ver se as portas estavam
trancadas de verdade é que ele deitou-se mesmo. Fernando tinha muito cuidado, pois
as portas de sua casa estavam caindo aos pedaços devido aos cupins e também não
tinham resistência nenhuma a ataques por pessoas mal intencionadas. Fernando dormiu e logo acordou com o barulho
de alguém forçando a porta bem ao lado de sua cama. Através de uma fenda na
porta onde ficava antiga fechadura ele viu que alguém o olhava com um olho
enorme, vermelho. O moço deu um grande grito que acordou sua mulher ainda costurando
na sala da frente. Ela veio e Fernando lhe disse:
- Olha mulher vamos ter de trocar essas portas, pois elas
não têm nenhuma segurança. Ele foi deitar-se novamente e logo dormiu. Um
pouco depois viu o mesmo olho olhando para ele; era o olho de uma antiga
empregada deles. Na certa ela queria fazer um susto ou mesmo entrar na casa
arrombando a porta ao lado de sua cama. Novamente Fernando gritou e disse:
- Mulher traz a pistola! Não, traz logo o fuzil que já tem
bala na agulha! Sua mulher acordou com o
enorme grito e chegou pra ele dizendo:
- Toma esse copo de leite e bebe que você dorme logo.
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