Não lembrava nada do passado. No presente
nada lhe lembrava o que ocorrera fora de casa. A respeito do eterno futuro ele
esperava por sua brevidade e que chegasse logo. Não lembrar, não saber, eram
seu alimento. Esses pensamentos obtusos mantinham o velho vivo. Assuero
gostava de, ao levantar cedo, tomar sua dose de vitamina na calçada, seja sob a
forma de raios, seja sob a forma de um copo de bananada. Como já não
conseguisse ler - isso só ele sabia - passava as manhãs brincando com o Japi
até os dois cansarem. Ia dormir primeiro quem não pudesse mais latir, nem
soltar mais ventos como estavam acostumados.
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