Todo o povo da cidade ficou abalado, constrangido até, com a notícia. A
verba para instalação do Museu Municipal, já reservada, teria que ser
devolvida. Para quem? Será que chegaria aos cofres da Nação, de onde havia
saído para os cofres do Banco? Ninguém acreditava nisso. Mas o caso é que a
ordem veio de cima. Todos sabiam que um fóssil de dinossauro
- Tapuiasaurus granjoi - havia
sido encontrado em uma pedreira próxima e o Museu Municipal seria o local
apropriado para sua exposição, pois dentro dos caixões em que se encontravam
agora os ossos não era possível que continuassem. Iriam se desfazer em pó dentro
dos próximos anos. Houve interferência do padre, do bispo, do juiz, do
prefeito, do presidente da Câmara e de toda a sociedade. Todos diziam que o
fóssil seria um ótimo exemplo para o ensino nas escolas do município. As
petições chegaram ao Ministério e todas foram negadas. Qual seria o motivo da
negativa? O Ministro interferiu pessoalmente dizendo que o estudo desses
esqueletos antigos não estava afeto ao seu Ministério, pois não era de
interesse para o ensino. Talvez no Departamento de Ciência Forense fosse
possível encontrar uma sala adequada para abrigar o Dino. E ponto final.
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