
Um poema de Lívio Barreto (1870 – 1895)
PARA ESCREVER
Mergulho a pena no tinteiro... cismo...
Em quê? e a pena entre os meus dedos presa,
Como uma alma suspensa sobre o abismo
Da dor, treme de frio e de surpresa.
Caos de pensar! Nevoeiros da incerteza!
Silêncio! Calmaria!... atroz mutismo!...
E o coração é uma fornalha acesa,
Uma cratera a vomitar no abismo!
E neste vácuo, neste desespero,
Quero debalde, inùtilmente quero
Dizer... nem sei o que dizer, Jesus!
Tenho o mar sob o peito e a tempestade
N´alma, e sou mudo! ó santa, tem piedade!
Surge, beija-me e diz: - faça-se a luz!
- 92 -
Texto completo.
PARA ESCREVER
Mergulho a pena no tinteiro... cismo...
Em quê? e a pena entre os meus dedos presa,
Como uma alma suspensa sobre o abismo
Da dor, treme de frio e de surpresa.
Caos de pensar! Nevoeiros da incerteza!
Silêncio! Calmaria!... atroz mutismo!...
E o coração é uma fornalha acesa,
Uma cratera a vomitar no abismo!
E neste vácuo, neste desespero,
Quero debalde, inùtilmente quero
Dizer... nem sei o que dizer, Jesus!
Tenho o mar sob o peito e a tempestade
N´alma, e sou mudo! ó santa, tem piedade!
Surge, beija-me e diz: - faça-se a luz!
- 92 -
Texto completo.
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