
LÍVIO BARRETO, o “Lucas Bizarro” da Padaria Espiritual, nasceu em 1870 e faleceu em1895, tendo deixado uma única obra, “Dolentes” (póstuma). O poema abaixo transcrito foi dedicado ao também granjense e membro da Padaria Espiritual, Arthur Teófilo cujo pseudônimo na agremiação era Lopo de Mendoza.
OH, DEIXA-ME CHORAR!
A Arthur Teófilo
Oh! Deixa-me chorar! não me despertes
Da letargia atroz do desalento!
Procuro ansioso a paz, o esquecimento;
Dormem meus sonhos pálidos e inertes;
Embalde d´alma carinhosa vertes
Consolações; nas roscas do tormento
Duvida e zomba o coração friorento
E à confiança antiga o convertes.
Foi-se-lhe o dia; vem a noite agora,
Noite infinita sem rubor de aurora
Jamais na torva e fria imensidade!
Que amarga e trágica irrisão, querida!
Tu que já foste o sol de minha vida
És o morto luar desta saudade!
Camucim – Junho - 94
OH, DEIXA-ME CHORAR!
A Arthur Teófilo
Oh! Deixa-me chorar! não me despertes
Da letargia atroz do desalento!
Procuro ansioso a paz, o esquecimento;
Dormem meus sonhos pálidos e inertes;
Embalde d´alma carinhosa vertes
Consolações; nas roscas do tormento
Duvida e zomba o coração friorento
E à confiança antiga o convertes.
Foi-se-lhe o dia; vem a noite agora,
Noite infinita sem rubor de aurora
Jamais na torva e fria imensidade!
Que amarga e trágica irrisão, querida!
Tu que já foste o sol de minha vida
És o morto luar desta saudade!
Camucim – Junho - 94
(A gravura acima é Dawn de Alphonse Mucha)
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