
LÍVIO BARRETO – O Lucas Bizarro da Padaria Espiritual em seu único livro – póstumo – Dolentes produziu este poema:
ESPINHOS
Se vendo a minha placidez severa
A minha fria e grave indiferença,
Que não há olhar teu que turbe e vença,
Nem a mágoa que finges, grave e austera;
Se, vendo morta a cândida quimera
Que tanto tempo foi-me altar e crença,
Vês-me suster a lágrima suspensa
Por quem debalde o teu despeito espera;
Se tu, vendo-me pálido e tranqüilo,
Sempre evitando o luminoso asilo
Do teu olhar fatídico e sereno,
Tremes de raiva e tremes de surpresa...
Rasga-te, flor, no espinho da incertez
Envenenada pelo teu veneno!
- Granja – Março – 93.
ESPINHOS
Se vendo a minha placidez severa
A minha fria e grave indiferença,
Que não há olhar teu que turbe e vença,
Nem a mágoa que finges, grave e austera;
Se, vendo morta a cândida quimera
Que tanto tempo foi-me altar e crença,
Vês-me suster a lágrima suspensa
Por quem debalde o teu despeito espera;
Se tu, vendo-me pálido e tranqüilo,
Sempre evitando o luminoso asilo
Do teu olhar fatídico e sereno,
Tremes de raiva e tremes de surpresa...
Rasga-te, flor, no espinho da incertez
Envenenada pelo teu veneno!
- Granja – Março – 93.
No comments:
Post a Comment