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• atualizado às 10h23
IBGE: analfabetismo cresce pela primeira vez desde 1998
Foram identificadas 13,2 milhões de pessoas que não sabiam ler nem escrever, o equivalente a 8,7% da população total com 15 anos ou mais
O
analfabetismo no País, que vinha em queda constante desde 1998, voltou a
crescer no ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Foram identificadas 13,2 milhões de
pessoas que não sabiam ler nem escrever, o equivalente a 8,7% da
população total com 15 anos ou mais de idade. Em 2011, eram 12,9 milhões
de analfabetos, o equivalente a 8,6% do total. Em 2004, a taxa de
analfabetismo brasileira chegava a 11,5%. Os dados estão na Pesquisa
Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad 2012), divulgada nesta
sexta-feira. O levantamento consultou 147 mil domicílios em todo o
Brasil.
“Ainda não dá para considerar essa variação como
definitiva. É algo que precisa ser avaliado num maior espaço de tempo,
pode ser uma mudança pontual, e não uma reversão de tendência”, afirmou a
gerente de pesquisas do IBGE, Maria Lucia França Pontes Vieira.
Esse crescimento foi puxado pelos números observados nas
regiões Nordeste e Centro-Oeste. Na região que abriga Estados como a
Bahia e Pernambuco, a taxa de analfabetismo passou de 16,9% em 2011,
para 17,4% no ano passado. O Nordeste concentra 54% do total de
analfabetos do país. Antes, em 2004, 22,5% da população com 15 anos ou
mais de idade não sabia ler e nem escrever.
No Centro-Oeste, a taxa de analfabetismo alcançou 6,7%
em 2012, acima dos 6,3% observados no ano anterior. Em 2004, a mesma
taxa chegava a 9,2%.
Ainda não dá para considerar essa variação como
definitiva. É algo que precisa ser avaliado num maior espaço de tempo,
pode ser uma mudança pontual, e não uma reversão de tendência
Maria Lucia França Pontes Vieira
Gerente de pesquisas do IBGE
A menor taxa de analfabetismo foi constatada na região
Sul, na qual 4,4% da população com 15 anos ou mais de idade não sabe ler
e escrever. No Sudeste, a taxa de analfabetismo chega a 4,8%, e no
Norte, é de 10%.
O analfabetismo é notado especialmente entre a população
mais velha. Entre os que têm 60 anos ou mais, 24,4% não sabem ler ou
escrever. Já na faixa etária dos 40 aos 59 anos, essa proporção é de
9,8% do total; dos 30 aos 39 anos, 5,1% são analfabetos; e entre as
pessoas de 25 a 29 anos, 2,8% são analfabetas.
O IBGE verificou também a taxa de analfabetismo
funcional, que representa a proporção de pessoas de 15 anos ou mais de
idade com menos de 4 anos de estudo completo sobre o total da população
da mesma faixa etária. Ela foi estimada em 18,3%, o que significa
retração frente aos 20,4% constatados em 2011. O total de analfabetos
funcionais observados em 2012 totalizou 27,8 milhões de pessoas.
Cresce nível de escolarização no País
O nível de escolarização no Brasil cresceu em 2012, ainda segundo informações do IBGE. O número de estudantes com nível superior completo chegou a 14,2 milhões, aumento de 6,5% frente aos dados de 2011. Entre as pessoas com 25 anos ou mais de idade, 12% tinham tal nível de escolaridade. Antes, em 2011, essa proporção era de 11,4%.
O nível de escolarização no Brasil cresceu em 2012, ainda segundo informações do IBGE. O número de estudantes com nível superior completo chegou a 14,2 milhões, aumento de 6,5% frente aos dados de 2011. Entre as pessoas com 25 anos ou mais de idade, 12% tinham tal nível de escolaridade. Antes, em 2011, essa proporção era de 11,4%.
Os dados da Pnad 2012 mostram ainda que 11,9% da
população com 25 anos ou mais de idade não têm qualquer instrução, ou
têm menos de um ano de estudo. Um ano antes, tal proporção era de 15,1%.
Com ensino fundamental incompleto ou equivalente, estavam 33,5% do
total da população desta faixa etária. Isso indica um acréscimo em
relação a 2011, quando 31,5% tinham nível de instrução semelhante.
O aumento da proporção de pessoas com ensino fundamental
incompleto pode estar ligado diretamente à redução do volume de pessoas
com pouca, ou mesmo nenhuma instrução, admite a gerente de pesquisas do
IBGE, Maria Lucia França Pontes Vieira. Outro grande contingente da
população com 25 anos ou mais de idade tem o Ensino Médio completo. Eles
representam 25,2% do total desta faixa etária, segundo a pesquisa feita
em 2012.
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